Portugal assiste Ucrânia com mais de 220 milhões de euros em 2024

por RTP
Portugal apoia a Ucrânia com 220 milhões de euros este ano Lusa

À margem da cimeira da NATO, que começou na terça-feira em Washington, Luís Montenegro anunciou que a ajuda portuguesa à Ucrânia vai alcançar este ano um valor superior a 220 milhões de euros, o que se repetirá em 2025. O anúncio acontece no mesmo dia em que a Aliança Atlântica anunciou um pacote de apoio a Kiev, que deverá fixar a ajuda anual dos aliados em 40 mil milhões de euros. Ainda de acordo com o primeiro-ministro, o compromisso português para com a organização é atingir os dois por cento de investimento em defesa até 2029.

"Nós temos um compromisso, que ontem formalizei numa carta que enviei ao secretário-geral da NATO, de que o atingir os 2 por cento da nossa Defesa orçamental (...) será atingido um ano antes do que estava previsto", afirmou Montenegro.

Luís Montenegro falava aos jornalistas na terça-feira, antes de um jantar na residência oficial de Portugal em Washington, acompanhado dos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa Nacional, Nuno Melo, no âmbito da cimeira da NATO que decorre até quinta-feira.O primeiro-ministro português reiterou o compromisso, já assumido no final de junho, de apresentar na cimeira um plano para que Portugal atinja um investimento em segurança e defesa de dois por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2029.

Dentro do esforço dos aliados da NATO no investimento na segurança e defesa, disse, "está também contemplada uma contribuição financeira de grande monta nesta coligação internacional à volta do apoio militar, humanitário, político e económico à Ucrânia".


"Só este ano, nós estimamos poder vir a atingir um valor de apoio superior a 220 milhões de euros, que será repetido no próximo ano, tudo indica dentro daquilo que vai ser o acerto final que agora nesta cimeira será estabelecido".
Montenegro defendeu ainda que este é um objetivo “fruto de um esforço” do país por razões securitárias, mas "é um esforço que tem o retorno da atividade económica que também pode ser gerada" e detalhou alguns dos setores que poderá beneficiar.

"Será centrado na tecnologia, em todo o conhecimento que já temos em vários materiais, em vários equipamentos. Nós temos, por exemplo, ao nível dos `drones`, dos veículos não tripulados, uma competitividade muito significativa, e temos depois outros materiais que são conexos, por exemplo, à nossa indústria têxtil, altamente competitiva para muitos dos equipamentos que as forças militares necessitam", referiu.

Montenegro, acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, participa esta quarta-feira na cerimónia de cumprimentos oficiais pelo secretário-geral da NATO e pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aos chefes de Estado e de Governo presentes em Washington e na reunião do Conselho do Atlântico Norte, o principal organismo de decisão política dos aliados.

Ao final do dia, o primeiro-ministro irá, acompanhado pela mulher, ao jantar na Casa Branca oferecido aos chefes de Estado e de Governo que participam na cimeira.

No mesmo dia em que um hospital pediátrico em Kiev foi alvo de um ataque aéreo russo, os Estados Unidos anunciaram o fornecimento de defesas aéreas adicionais à Ucrânia, num esforço conjunto com a Alemanha, Países Baixos e Roménia, que vão fornecer às tropas ucranianas quatro sistemas de defesa aérea Patriot nos próximos meses, enquanto Itália fornecerá um sistema SAMP-T.

Na cerimónia comemorativa do 75.º Aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte, o secretário-geral da NATO elogiou a determinação dos aliados no apoio à Ucrânia, mas avisou que tem de continuar no futuro, apesar de ter custos e riscos.

c/ Lusa
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