Economia
Guerra na Ucrânia
Promessa de Orbán. Hungria vai continuar a comprar petróleo e gás à Rússia
A garantia foi deixada por Viktor Orban durante uma visita ao Kremlin, esta sexta-feira. "Não cedemos a pressões externas", afirmou o maior aliado de Moscovo no seio da União Europeia
O chefe do governo húngaro é a principal voz na Europa crítica das sanções à Rússia e do apoio a Kiev.
Num novo desafio a Bruxelas, que procura atualmente formas de aceder aos fundos russos congelados, para auxiliar a Ucrânia, Orbán foi a Moscovo reunir-se com Vladimir Putin, deixando a promessa de que a Rússia se irá manter como o principal fornecedor de energia do país.
Garantias permitidas no início de novembro pelo presidente norte-americano, Donald Trump, durante a visita de Orbán a Washington. Trump aceitou que a Hungria continue a comprar petróleo russo, pelo menos enquanto Orbán permanecer no poder. A Eslováquia e a Sérvia deverão igulamente beneficiar do fornecimento energético de Moscovo.
Viktor Orbán assumiu-se ainda como intermediário entre Washington e Moscovo quanto à paz na Ucrânia, novamente contra os objetivos da União Europeia, cada vez mais posta de parte no processo.
O primeiro-ministro húngaro apoiou o plano de 28 pontos apresentado por Donald Trump para conseguir a paz na Ucrânia, apesar dos protestos europeus e ucranianos.
Orbán e a imprensa húngara que o apoia acusam Bruxelas de pretender continuar com o conflito. "A Europa decidiu ir para a guerra na Ucrãnia", afirmou o chefe de governo da Hungria à rádio estatal na semana passada.
O presidente russo deixou elogios ao que considera a posição equilibrada de Orbán em relação à guerra na Ucrânia.
Vladimir Putin agradeceu particularmente a disponibilidade de Orbán para acolher em Budapeste uma cimeira sobre a paz com o seu homólogo americano.
O líder do Kremlin mostrou-se aberto à realização do encontro, avançado pela primeira vez num telefonema com Donald Trump a 15 de outubro, na véspera de Volodymyr Zelensky ser recebido mais uma vez por Trump.
A cimeira, inicialmente admitida "dentro de duas semanas", ficou adiada indefinidamente, após Moscovo, dias depois do telefonema, ter rejeitado um cessar-fogo imediato.