Correndo o risco de ser preso, Puigdemont viajou para a Dinamarca para participar numa conferência. O Supremo Tribunal espanhol recusou emitir um novo mandato de captura europeu. Na Catalunha, o parlamento nomeou Puigdemont como único candidato à presidência do governo regional.
O único candidato à presidência do Governo regional da Catalunha – nomeado pelo parlamento esta segunda-feira – viajou para a Dinamarca depois de três meses de exílio na Bélgica.
Num discurso em inglês na Universidade de Copenhaga na sua primeira saída da Bélgica desde que fugiu de Espanha em finais de outubro, o ex-presidente do executivo regional estimou que "é hora de negociar", "acabar com a repressão e procurar uma solução política".
"Madrid precisa de reconhecer que as forças independentistas ganharam as eleições que convocou [o primeiro-ministro espanhol, Mariando] Rajoy, e a governação ilegítima de Madrid na Catalunha deve acabar", disse Puigdemont.
O candidato e os seus apoiantes consideram que é possível governar a Catalunha a partir da capital belga face ao exílio imposto por Madrid.
O presidente do parlamento catalão disse estar consciente das advertências que pesam sobre Puigdemont mas afirmou: “também estou consciente da sua absoluta legitimidade para ser candidato”.
Escoltades les propostes dels partits i grups polítics amb representació parlamentària certifico que l’únic candidat a presidir la Generalitat de Catalunya és Carles Puigdemont i Casamajó (@KRLS). pic.twitter.com/lEJyww8v2O
— Roger Torrent 🎗 (@rogertorrent) 22 de janeiro de 2018
O parlamento catalão pode até 31 de janeiro realizar a investidura de Carles Puigdemont. Um ato que o primeiro-ministro espanhol já disse que não vai permitir.
Mariano Rajoy deve recorrer imediatamente aos tribunais e manter em vigor o artigo 155, que retira qualquer tipo de autonomia ao governo regional.
A direção executiva nacional do PDeCAT pediu a Rajoy para "não impedir" a tomada de posse de Carles Puigdemont e aceitar a reunião proposta pelo presidente do Parlamento, Roger Torrent.
Numa declaração, o partido de esquerda enfatiza que Puigdemont é o único candidato "que tem a maioria porque essa foi a vontade da sociedade catalã expressa nas eleições de 21 de dezembro”.
Quaisquer que sejam os passos dados por ambos os lados, a tensão está ao rubro e as próximas semanas vão ser decisivas para o futuro da Catalunha.