Reino Unido envia militares para cidade onde ex-espião russo foi envenenado

por RTP
Investigadores analisam banco de jardim onde Skripal e a filha foram encontrados inconscientes Peter Nicholls - Reuters

As autoridades britânicas vão enviar uma centena de militares para Salisbury, a cidade onde o ex-espião russo e a filha terão sido envenenados com um agente nervoso. A sua missão é remover veículos e objetos da zona e ajudar na investigação.

Para Salisbury seguem militares e Royal Marines que têm treino especializado em guerra química e descontaminação, avança a BBC. A mobilização deste dispositivo foi anunciada pela polícia e pelo Ministério da Defesa.

A Metropolitan Police adiantou que foi a unidade contraterrorismo, que investiga o caso, a solicitar o apoio dos militares para “a remoção de vários veículos e objetos do local”, incluindo ambulâncias que possam ter ficado contaminadas.

No âmbito desta investigação tinham sido já públicas as imagens de investigadores envergando fatos especiais de proteção para examinar o banco de jardim onde o ex-espião russo e a filha foram encontrados inconscientes. A casa de Sergei Skripal foi também vedada, tal como o seu carro.

Sergey Skripal (66 anos) e Julia Skripal (33), sua filha, foram encontrados em estado crítico numa rua de Salisbury, cidade do condado inglês de Wiltshire, e encontram-se hospitalizados em estado crítico, tal como o primeiro polícia que interveio na cena.

Na passada quarta-feira, a polícia britânica de contraterrorismo revelou não ter grandes dúvidas de que o agente russo foi alvo de tentativa de envenenamento. “Tendo estabelecido que a causa para os sintomas apresentados é um agente nervoso, o que nos levou a tratar o caso como tentativa de homicídio, posso igualmente afirmar que acreditamos que estas duas pessoas eram um alvo específico dessa acção”, declarou aos jornalistas o chefe da Unidade de Contraterrorismo da Polícia, vice-comissário Mark Rowley.

A polícia revelou que 21 pessoas tiveram assistência médica na sequência do incidente, mas apenas três pessoas continuam a ser tratadas.

As autoridades britânicas não descartam o envolvimento do Kremlin na tentativa de assassinato do antigo agente. Sergey Skripal foi condenado na Rússia por ter passado informação ao MI6, os serviços secretos britânicos. Foi-lhe dado asilo no Reino Unido em 2010, como parte de um acordo de “troca de espiões”.
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