Reta final da campanha. Pandemia é campo de batalha entre Trump e Biden

por RTP
Rick D'Elia - EPA

Em contagem decrescente para o dia das eleições presidenciais dos Estados Unidos, a pandemia e a resposta à Covid-19 no país é o tema que gera maior conflito entre os candidatos à Casa Branca. Donald Trump apelou uma vez mais, na quarta-feira, a que os Estados norte-americanos evitem restrições como o confinamento. Joe Biden, em contrapartida, considera que não se pode desligar "um interruptor" e acabar com a pandemia e que a posição do adversário é um insulto às vítimas da doença.

Ao longo da campanha, a pandemia foi um dos pontos de discórdia entre os candidatos. Mas agora na reta final dos comícios eleitorais, Trump e Biden não deixam dúvidas quanto às diferentes posições no que toca à resposta à Covid-19 nos EUA.

Na quarta-feira, durante a campanha em Goodyear, no Arizona, Donald Trump apelou aos Estados a evitarem confinamentos, afirmando que os planos de Joe Biden para controlar a pandemia ia levar o país a uma crise económica e "sem casamentos, sem dia de Ação de Graças, sem Natal e sem o feriado 4 de Julho juntos".

"Se votar em Joe Biden, isso significa que não há filhos na escola, nem formaturas, nem casamentos, nem Ação de Graças, nem Natal e nem Quatro de Julho juntos", afirmou Trump na quarta-feira, segundo a BBC.

"Fora isso, terá uma vida maravilhosa. Não consegue ver ninguém, mas está tudo bem", continuou, no comício em Goodyear, onde juntou milhares de pessoas apesar da pandemia, muitas sem máscara e sem cumprir as regras de distanciamento.

Mantendo o mesmo registo dos últimos tempos em campanha, o candidato republicano ainda ridicularizou a obrigatoriedade de usar máscara como medida de contenção da pandemia em alguns Estados governados por democratas.

"Temos aqui historiadores que são verdadeiros norte-americanos. Que dizem que Biden é o pior candidato de sempre numas eleições presidenciais".

Para Trump estas eleições são "uma escolha entre uma super-recuperação de Trump e uma depressão de Biden".

Ainda no comício no Arizona, o Presidente norte-americano tornou a pôr em causa as capacidades intelectuais do candidato democrata, afirmnado ainda que Joe Biden está desesperado com as últimas sondagens.

Já para Joe Biden, ignorar a pandemia não vai acabar com ela.

A fazer campanha na sua cidade, Wilmington no Estado de Delaware, o candidato democrata não descartou a possibilidade de haver confinametos e medidas mais restritivas, garantindo, no entanto, que qualquer decisão seria orientada por dados científicos.

Biden assegurou aos eleitores que não faria campanha "com as falsas promessas de poder acabar com esta pandemia carregando num botão".

"Mesmo se eu ganhar, vai ser preciso muito trabalho para acabar com esta pandemia", declarou. "Eu prometo o seguinte: vamos começar no primeiro dia a fazer as coisas certas", disse Biden.

"Vamos deixar que seja a ciência a guiar as nossas decisões, vamos lidar com o povo norte-americano de forma honesta e nunca vamos desistir", disse ainda o democrata.

A verdade é que durante a campanha, Trump tentou sempre convencer o país de que a pandemia está prestes a ser "vencida". Mas segundo o democrata, a maneira como Trump lidou com o agravamento da crise sanitária foi um "insulto" às vítimas.

Os dois candidatos estarão em campanha na Florida esta quinta-feira, onde as sondagens ndicam que estão empatados na corrida à Casa Branca. É um estado decisivo para a eleição - se Joe Biden for ficar à frente de Trump pode dificultar mais a reeleição do republicano.

Já cerca de 70 milhões de eleitores foram às urnas e votaram antecipadamente, à semelhança de ambos os candidartos. Trata-se de uma afluência recorde que pode fazer das eleições deste ano as mais participadas em mais de cem anos nos EUA.

Contudo, o voto por correspondência representa uma boa parte dessa participação registada até agora e é uma medida defendida pelos democratas, mas muito criticada pelos republicanos, em especial por Trump, que acusa de ser propício a fraudes.
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