Rússia anuncia plano perante ameaça dos EUA e da NATO
O presidente russo anunciou que terá início um plano de remodelação do armamento e o aumento da capacidade nuclear para recuperar o ânimo dos militares. Dmitri Medvedev sustenta que os actos são mais importantes do que os anúncios de intenções da Administração Obama para melhorar as relações diplomáticas entre os dois países.
A intenção dos EUA em promover a adesão à NATO da Ucrânia e da Geórgia e a construção do escudo de mísseis no Leste da Europeia é interpretado em Moscovo como uma ameaça à segurança nacional.
Os conflitos locais e as ameaças de terrorismo internacional, acrescidos aos factos apontados no parágrafo acima, levam Medvedev a defender "a modernização das nossas forças armadas, dando-lhes uma forma moderna".
O presidente russo sustenta que as acções da Administração Obama, que dão continuidade às da Administração Bush, contrariam as declarações de intenções de retomar do zero as negociações diplomáticas. Também as respostas de Medvedev em estreitar os laços diplomáticos não condizem com o anúncio do desdobramento do seu primeiro regimento de mísseis balísticos intercontinentais, uma nova versão do complexo móvel Topol-M.
Características do RS-24
Em serviço desde 1997
Produzido pelo Instituto de Moscovo de Tecnologia Térmica
Começou a ser produzido no dia 20 de Dezembro de 1994
Peso: 47.200Kg
Altura: 22,7 m
Diâmetro: 1ºAndar - 1,9m
2º Andar - 1,61m
3º Andar - 1,58m
Míssil: Nuclear 550 T (possiblidade de
Transportar dez mísseis de 550T)
Engenho: 3 andares de propulsor sólido
Alcance: 11.000 Km
Sistema direccional: Inertial com GLONASS
Lançamento: Silo
Plataforma: Veículo móvel de lançamento
O conflito militar com a Geórgia em Agosto passado expôs as debilidades do parque de armamento russo, de acordo com fontes militares de Moscovo, como falta de bombas de elevada precisão, comunicações modernas e aviões teleguiados.
Medvedev alega que é necessário renovar o armamento militar porque as "tentativas de expandir a infra-estrutura militar da NATO junto das nossas fronteiras estão em curso". Na origem do interesse norte-americano estão os recursos minerais e energéticos das antigas repúblicas soviéticas, refere o ministro russo da Defesa.
Uma opinião já desmistificada pelo director do Instituto russo de Análise Política e Militar. Para Sharavin, "o alargamento da NATO não apresenta qualquer ameaça para a Rússia" e o país "não deve deixar-se levar por esta retórica".
Medvedev, que é por inerência do cargo presidencial o chefe máximo das forças armadas, refere que estão a ser empregues verbas consideráveis para adquirir novo material bélico.
"Apesar dos problemas financeiros com que temos de lidar, o montante destas somas permaneceu virtualmente o mesmo que havia sido planeado", disse o presidente russo, citado pela BBC online.
O orçamento militar beneficiou dos preços do petróleo dos últimos anos, mas as descidas no preço do barril não fazem o Chefe de Estado mudar de posição.