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Soldados juntam-se a manifestantes da Geração Z em Madagáscar
Militares apoiaram pela primeira vez este sábado os manifestantes que protestam em Madagáscar, desde 25 de setembro, inspirados pelos movimentos liderados pela Geração Z no Quénia e no Nepal.
Os protestos, começaram devido à escassez de água e electricidade, mas intensificaram-se desde então, representando o maior desafio ao governo do Presidente Andry Rajoelina desde a sua reeleição em 2023.
A unidade de elite CAPSAT, que desempenhou um papel fundamental na ascensão de Rajoelina, fez um raro apelo público à solidariedade com os manifestantes que exigiam a sua demissão. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram militares do CAPSAT a exortar os seus companheiros a "apoiar o povo".
Os líderes militares, incluindo o Chefe do Estado-Maior e um alto funcionário do Ministério das Forças Armadas, instaram as tropas a envolverem-se em discussões e diálogos.
Um vídeo transmitido pelos meios de comunicação locais mostrou que dezenas de soldados abandonaram o quartel para escoltar milhares de manifestantes até à Praça 13 de Maio, palco de muitos levantamentos políticos, que tinha sido fortemente vigiada e proibida durante os protestos.
O Chefe do Estado-Maior do Exército, General Jocelyn Rakotoson, fez posteriormente uma declaração transmitida pelos meios de comunicação locais instando os cidadãos a "ajudarem as forças de segurança a restaurar a ordem através do diálogo".
Pediu ainda aos líderes religiosos que "mediassem a situação que atualmente se está a desenrolar no país".
Os manifestantes exigem que Rajoelina se demita, peça desculpa ao país e dissolva o Senado e a comissão eleitoral.
Na semana passada, Rajoelina demitiu o seu gabinete e nomeou um novo primeiro-ministro.
Até agora, pelo menos 22 pessoas foram mortas e 100 ficaram feridas nos protestos, segundo as Nações Unidas.
O Governo malgaxe contestou os números, com Rajoelina a afirmar esta semana que 12 pessoas foram mortas nos protestos.
com agências