Sondagens colocam Biden na liderança. Trump fala em resultados "falsos"

por Joana Raposo Santos - RTP
Quinze por cento dos eleitores a nível nacional demonstraram a intenção de votar em Biden, segundo a sondagem da ABC/Washington Post. Foto: Leah Millis - Reuters

A mais recente sondagem sobre as presidenciais norte-americanas coloca Joe Biden na liderança com 15 por cento de vantagem sobre Donald Trump. Outras das principais sondagens, ainda que com resultados menos animadores para o ex-vice-presidente de Barack Obama, também colocam o democrata à frente do rival em vários campos. O ainda Presidente dos Estados Unidos considerou estes resultados "falsos" e deixou em cima da mesa a possibilidade de não aceitar a eventual vitória de Biden em novembro.

A recém-divulgada sondagem da ABC News em conjunto com o Washington Post revela que, em março, Joe Biden liderava com dois pontos de diferença de Donald Trump. Em maio, esse número subiu para dez. Agora, 15 por cento dos eleitores a nível nacional demonstraram a intenção de votar no democrata.

Os americanos colocaram ainda Biden 20 pontos à frente de Trump no que diz respeito à forma como tem lidado com a pandemia do novo coronavírus, de acordo com a mesma sondagem.

Outra sondagem, divulgada também no domingo pela Fox News, coloca igualmente Biden à frente quanto à sua posição sobre a Covid-19 e a economia, com oito pontos de vantagem sobre Trump nas presidenciais que se avizinham. Segundo esta sondagem, há mais americanos a confiar na sanidade mental do democrata do que na do republicano.

Na sexta-feira, em entrevista à Fox News, Donald Trump tinha-se já recusado a aceitar os resultados das sondagens que o deixavam atrás na corrida. “Não vou perder, porque essas sondagens são falsas”, vincou, acrescentando que o seu adversário “não tem competências para ser Presidente”.

Quanto a uma eventual vitória de Joe Biden em novembro, o atual líder afirmou que “terá de ver”. “Não, não vou simplesmente dizer que sim. Não vou dizer que não, e da última vez também não o fiz”, declarou à Fox.
Decisões de Trump sobre Covid-19 dividem americanos
No último sábado, depois de o New York Times e o Washington Post terem denunciado a alegada intenção da Casa Branca de bloquear o financiamento à testagem e rastreamento do novo coronavírus, assim como às principais instituições de saúde pública e doenças infeciosas dos EUA, a campanha de Joe Biden apressou-se a reagir.

Trump está a virar as costas à sua maior responsabilidade para com o povo americano porque, segundo as palavras dos seus próprios conselheiros, 'não quer ser distraído' pela maior crise na saúde pública dos últimos 100 anos. Isto é absolutamente inconsciente”, defendeu Andrew Bates, diretor de rápida resposta da equipa de Biden.

Já o Presidente norte-americano assumiu perante a Fox News “a responsabilidade por tudo” o que diga respeito à pandemia, nomeadamente a possibilidade de vetar o próximo pacote de incentivos para ajudar desempregados e pequenos negócios no caso de o mesmo não incluir um corte nos impostos nos recibos de vencimento – algo que o Congresso tem recusado, alegando que afetaria dramaticamente a Segurança Social.

Na mesma entrevista, Trump reafirmou a sua posição sobre o eventual “desaparecimento” do novo coronavírus com o passar do tempo. “Vou estar certo eventualmente. Eu disse que [o vírus] iria desaparecer, e digo-o novamente. Vai desaparecer e eu vou estar certo”, frisou.

A sondagem da ABC e do Washington Post coloca também Biden a par de Trump quanto à gestão da economia e à sua frente por nove pontos na gestão da criminalidade e segurança. Na entrevista à Fox, o Presidente tinha criticado o rival democrata por alegadamente apoiar os apelos do povo sobre o corte de financiamento à polícia.

c/ agências internacionais
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