Tiroteio em Utrecht. Suspeito de origem turca sob custódia

por Inês Geraldo, Cristina Sambado - RTP
Polícia deteve suspeito numa rusga Koen Van Weel - EPA

A cidade de Utrecht acordou esta segunda-feira com um tiroteio num elétrico no centro da cidade que provocou três vítimas mortais e cinco feridos, três dos quais em estado grave. O presumível atirador é Gokmen Tanis, um homem de 37 anos de origem turca. O motivo ainda não foi estabelecido. Admite-se que tenha sido uma ação terrorista ou um crime familiar.

Às 10h45 em Utrecht (9h45) em Portugal, as autoridades holandesas recebiam um alerta de um tiroteio na zona 24 oktoberplein, no centro da cidade. As primeiras notícias davam conta de vários disparos com a confirmação de vários feridos e a possibilidade de existirem vítimas mortais.

Pouco tempo depois, as primeiras informações sobre o alegado atirador. Tratava-se de Gokmen Tanis, homem de 37 anos de origem turca, e o balanço ficou-se pelas três vítimas mortais e cinco feridos.

"Vários tiros foram disparados no elétrico e várias pessoas ficaram feridas", disse o porta-voz da polícia Joost Lanshage.

As autoridades holandesas elevaram o nível de alerta para o máximo, escolas foram fechadas, aeroportos e mesquitas tiveram segurança reforçada e foi pedido à população que não saísse de casa e que, caso houvesse informação sobre o atirador, que fosse prontamente passada para a polícia.


A procura pelo suspeito intensificou-se durante a tarde, com a polícia a realizar várias rusgas para encontrar o homem que correspondia às imagens divulgadas. Por volta das 17h30, a NOS News, televisão pública da Holanda, e a polícia, em conferência de imprensa, anunciaram a captura do suspeito.

Gokmen Tanis já era conhecido das autoridades holandesas, já que apresentava antecedentes criminais por crimes menores.
"Lutar todos juntos"
Mark Rutte, primeiro-ministro holandês, foi dos primeiros a falar sobre o sucedido, declarando-se chocado com os acontecimentos de Utrecht, depois de juntar o gabinete de crise.

“O nosso país ficou hoje em choque por um ataque em Utrecht… Um motivo terrorista não pode ser excluído. As primeiras notícias levaram-nos a sentimentos de descrença e desgosto. Pessoas inocentes foram atingidas por violência”.


Os reis da Holanda, Willem-Alexander e Maxima, também emitiram um comunicado a repudiar o ataque, dizendo que atos como este “são inaceitáveis” e não têm lugar na sociedade holandesa.

"Estamos profundamente consternados que três pessoas tenham sido mortas e outras tenham ficado seriamente feridas no ataque em Utrecht. Lamentamos imenso pelas vítimas e pelos seus familiares".

"Atos como este são completamente inaceitáveis. Temos de lutar todos juntos por uma comunidade em que as pessoas se sintam seguras e em que a liberdade e tolerância são da maior importância".


Marcelo Rebelo de Sousa também enviou as condolências aos reis holandeses em nome do povo português.

"Na sequência do ignóbil atentado que hoje teve lugar em Utrecht, o Presidente da República enviou, em nome do povo português e no seu próprio, uma mensagem de condolências ao Rei dos Países Baixos, transmitindo sentimentos de pesar às famílias das vítimas e votos de rápidas melhoras a todos os feridos".
Turquia investiga
A meio da tarde, a agência noticiosa turca Anadolu noticiava que a motivação de Gokmen Tanis podia ser “familiar”. De acordo com o meio de comunicação, o homem atirou contra um familiar no elétrico e continuou a disparar sobre pessoas que tentaram acudir à situação.

Pouco depois, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou na televisão que os serviços secretos turcos vão proceder a uma investigação sobre o tiroteio, para tentar perceber se o ataque imputado a Gokmen Tanis se deveu a problemas pessoais ou se se tratou de um ataque terrorista.
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