Trump alimenta incerteza sobre Acordo de Paris

por Cristina Sambado - RTP
Mike Theiler - Reuters

Donald Trump estará a um passo de formalizar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, segundo fontes da Administração norte-americana citadas esta quarta-feira pela CNN e pelas agências internacionais. No Twitter, porém, o sucessor de Barack Obama limita-se a remeter uma decisão para os próximos dias. Com o retomar de um slogan de campanha: "Tornar a América grande outra vez".

"Anunciarei a minha decisão sobre o Acordo de Paris durante os próximos dias. TORNAR A AMÉRICA GRANDE OUTRA VEZ!", escreve o Presidente dos Estados Unidos num tweet recente.

Na passada terça-feira, Trump encontrou-se com Scott Pruitt, administrador da Agência de Proteção Ambiental que estará a trabalhar nos pormenores para uma retirada formal do Acordo. Para esta quarta-feira está agendada uma reunião com o secretário de Estado, Rex Tillerson, que será favorável ao articulado do texto de Paris.

O Presidente dos Estados Unidos tinha antecipado que tomaria dentro de dias a decisão "final" sobre se os Estados Unidos deveriam continuar a fazer parte do Acordo de Paris, numa mensagem que colocou na rede social Twitter enquanto participava na cimeira de líderes do G7 em Taormina, Sicília, no final da semana passada. Na altura, Trump classificava o acordo como “um engano”.
"Invenção dos chineses"

A fórmula para a provável retirada do acordo ainda não foi revelada. No entanto, Trump deixou claro durante a campanha eleitoral que planeava demarcar o seu país do que descreveu como uma “invenção dos chineses”.

Já depois de tomar posse, Donald Trump decidiu iniciar um processo para verificar se os EUA deveriam continuar como parte daquele o acordo.

Apesar da pressão do Presidente francês, Emmanuel Macron, e da chanceler alemã, Angela Merkel, a declaração final da cimeira do G7 reconheceu que os Estados Unidos "não estão em condições de chegar a um consenso" sobre a luta contra as alterações climáticas.

Nessa declaração, os membros do G7, exceto os EUA, reiteraram o compromisso de aplicar "rapidamente" o Acordo de Paris, adotado em dezembro de 2015 por 195 países.

No final da reunião, a chanceler alemã criticou a posição de Washington: "Aqui está uma situação em que somos seis, sete se incluirmos a União Europeia, contra um (…) Isto significa que não há sinal até agora de que os Estados Unidos continuem ou não no acordo de Paris”.

O Acordo de Paris tem como objetivo limitar o aquecimento global, em parte reduzindo as emissões de dióxido de carbono. Os EUA comprometeram-se a reduzir as emissões em 26 a 28 por cento até 2025.

c/ Lusa
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