O Presidente norte-americano, Donald Trump, invocou razões de segurança e uma "crescente crise humanitária" para justificar a construção de um muro na fronteira com o México, pressionando os democratas a assumirem um acordo para o financiamento.
O Presidente dos Estados Unidos pediu aos democratas que regressem à Casa Branca para conversações, argumentando ser "imoral os políticos não fazerem nada" para resolver esta crise.
O correspondente da RTP nos Estados Unidos, João Ricardo Vasconcelos, seguiu as palavras de Trump e as reações dos seus adversários políticos.
O Presidente norte-americano tem discutido a ideia de declarar uma emergência nacional para contornar o impasse no Capitólio e avançar com o muro. Mas essa possibilidade não foi abordada durante o discurso.
Trump lembrou norte-americanos assassinados por imigrantes ilegais, embora estudos realizados ao longo de vários anos tenham apontado que este segmento da população é menos propenso a cometer crimes do que os nascidos nos Estados Unidos.
Reações adversas
A líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, reagiu minutos depois do discurso de Trump, sublinhando que o Presidente escolheu o discurso do medo, e assegurou que os democratas querem privilegiar os factos.
"O Presidente Trump deve parar de manter o povo americano como refém, deve parar de fabricar uma crise e deve reabrir o Governo", declarou Pelosi, numa alusão ao shutdown parcial federal.
"Todos concordamos que é preciso proteger as nossas fronteiras", sublinhou Pelosi, lembrando que a Câmara dos Representantes, agora sob o controlo dos democratas, aprovou no primeiro dia do novo congresso legislação para terminar com a paralisação parcial do Governo. Uma solução rejeitada por Trump, porque não prevê o financiamento do muro.
Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, declarou que o Presidente devia pôr cobro à paralisação parcial do Governo, enquanto prosseguem as negociações sobre o financiamento do muro entre os Estados Unidos e o México, porque "não há desculpa para prejudicar milhões de americanos".