Trump recusa acusação de insensibilidade com morte de militar

por Jorge Almeida - RTP
Joshua Roberts - Reuters

O Presidente dos Estados Unidos refuta as acusações de ter sido insensível com a viúva de um militar morto em combate. Trump responde que foi tudo fabricado pela senadora democrata Frederica Wilson e ameaça mostrar provas.

Mais uma vez, o Presidente dos Estados Unidos utilizou a sua conta no Twitter para se defender de acusações políticas. Donald Trump escreveu que as afirmações da senadora democrata Frederica Wilson foram totalmente fabricadas e que tem provas disso.

Em causa está um telefonema que o Presidente fez para a viúva de um dos quatros soldados dos EUA mortos numa emboscada no Níger a 4 de outubro.

Segundo Myeshia Johnson, Trump mostrou uma grande insensibilidade ao alegadamente ter proferido a frase: “Ele sabia no que se ia meter”.

A senadora Wilson afirmou que o Presidente demostra uma “perturbação cerebral” e acrescentou: “Todos sabemos que quem vai para a guerra pode não voltar, mas não se vai lembrar isso a uma viúva em lágrimas".

O sargento do exército dos EUA, La David Johnson, morto em combate a 4 de Outubro de 2017. Foto: Reuters

Segundo Frederica Wilson, a viúva do sargento La David Johnson está à espera do terceiro filho do casal e ficou chocada com as palavras do Presidente.
Telefonemas para famílias enlutadas
A polémica sobre os telefonemas para familiares de militares que perderam a vida em combate teve um novo episódio na segunda-feira, quando um jornalista perguntou a Donald Trump se já tinha telefonado para as famílias dos quatro militares emboscados por combatentes do autoproclamado Estado Islâmico no Níger.

O presidente respondeu que tinha enviado cartas aos familiares e que tencionava ligar-lhes. Só que acendeu o rastilho quando salientou que presidentes anteriores não tinham feito o mesmo.

Deu como exemplo que Barack Obama não o fez quando o filho do general John Kelly (atual secretário de Segurança Interna) foi morto no Afeganistão em 2010. “No que diz respeito a outros presidentes, eu não sei, poderia perguntar ao general Kelly. Ele recebeu uma chamada de Obama? Eu não sei qual era a política de Obama”, referiu Trump.

Cemitério nacional de Arlington em Washington D.C., EUA. Foto: Kevin Lamarque - Reuters

Esta não é a primeira vez que o Presidente Trump se envolve em polémicas com veteranos de guerra.

Quando foi candidato presidencial afirmou que não considerava o senador John McCain um herói de guerra, por ter sido capturado no Vietname. “Não gosto de falhados. Ele é um herói de guerra porque foi capturado e eu não gosto de pessoas que se deixam apanhar”.

Ainda durante a campanha eleitoral também se envolveu numa discussão com a família do capitão Humayun Khan, morto em combate no Iraque em 2004 quando tentava salvar os seus soldados.
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