Venezuela. Secretário de Estado garante que comunidade portuguesa "está tranquila"

Em entrevista à RTP, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, garantiu este domingo que a comunidade portuguesa "está tranquila", até porque já tem "alguma experiência" com situações de crise. No entanto, garante que o Governo português está a acompanhar de perto a situação.

Andreia Martins - RTP /
Foto: Leonardo Fernandez Viloria - Reuters

De acordo com os dados oficiais do executivo, há 300 mil portugueses ou lusodescendentes a viver na Venezuela. No entanto, o secretário de Estado admite que este número possa ser muito mais elevado porque muitos não estarão registados. 
 Questionado sobre a recente tensão entre Caracas e Washington, o secretário de Estado das Comunidades realçou a situação de "perfeita normalidade" para os portugueses na Venezuela, com a comunidade "perfeitamente tranquila", até porque já tem "alguma experiência de situações de crise". 

Emídio Sousa vincou que tem falado com os serviços oficiais mas também com amigos que estão no país. Este domingo, por exemplo, "as pessoas fizeram a sua vida habitual", garantiu. 

Questionado sobre um eventual regresso de lusodescendentes a Portugal, o secretário de Estado voltou a insistir que a comunidade portuguesa "está tranquila" e lembrou que o país "vive uma situação de crise já há alguns anos".

O responsável afirmou que está em contacto permanente com os cônsules e com o embaixador, ressalvando os canais de contacto com os Consulados e a Embaixada, bem como os canais de WhatsApp entretanto divulgados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Este domingo, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indicava que não havia, até ao momento, "qualquer situação que justifique alarme", mas garantindo que tem planos de contingências de natureza "naturalmente reservada".

Desde setembro que as tensões entre Caracas e Washington se têm exacerbado, com os Estados Unidos a enviarem um destacamento naval e aéreo para as águas das Caraíbas perto da Venezuela, com o pretexto de combate ao narcotráfico. 
Uma portuguesa que vive na Venezuela há mais de 50 anos descrevia este domingo, em entrevista à RTP, o cenário de "caos e miséria" no país. 

A situação levou a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) a recomendar "extrema cautela" ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas no passado dia 21 de novembro, citando uma situação "potencialmente perigosa" na região.

Várias companhias aéreas, incluindo a TAP, ordenaram a suspensão dos voos para aquele país e o Governo de Caracas respondeu com a revogação das licenças de operação da TAP, Iberia, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol, acusando estas transportadoras de se "unirem a atos de terrorismo" promovidos pelos EUA.

Na última quinta-feira, Donald Trump admitiu mesmo operações terrestres em território venezuelano na luta contra os cartéis de droga. E no sábado, o presidente norte-americano avisou que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado "totalmente fechado". Nicolás Maduro respondeu que se trata de uma "ameaça colonialista" por parte dos Estados Unidos. 
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