Combustíveis. Militares prontos para conduzirem camiões-cisterna

por RTP
A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado Carlos Barroso - Lusa

As Forças Armadas portuguesas têm 15 militares em grau de prontidão para conduzirem camiões de transportes de combustíveis se necessário. O sindicato que convocou a greve dos motoristas de matérias estima que os transportes público esgotem os 40% do abastecimento de combustível de Lisboa e Porto previstos nos serviços mínimos.

São oito militares do Exército, cinco da Força Aérea e dois da Marinha identificados para, caso necessário, procederem à "satisfação urgente de necessidades básicas" da população, como é o caso da utilização dos combustíveis.

A notícia tinha sido avançada esta manhã pelo jornal Público e foi entretanto confirmada à Agência Lusa por fonte envolvida no processo.

Os militares, de acordo com a mesma fonte, estão "credenciados para conduzir camiões com cargas perigosas".

Para que os militares sejam mobilizados, o Governo terá de aprovar uma portaria, que deverá envolver os ministérios do Ambiente e Transição Energética, da Administração Interna e da Defesa Nacional.

A greve dos motoristas de matérias perigosas está em curso e decorre por tempo indeterminado.
Serviços mínimos não são suficientes
O sindicato que convocou a greve afirmou hoje que a adesão é total e estima que os transportes públicos esgotem os 40% do abastecimento de combustível de Lisboa e Porto previstos nos serviços mínimos.

Pedro Henriques, do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), disse à Lusa que "mantém-se a greve nos 100% de adesão e a única coisa que está a ser feita é o transporte organizado para o aeroporto. A partir dos 12h00 será feito o que está definido nos serviços mínimos, os 40% relativos aos postos de Lisboa e Porto".

Ainda de acordo com este responsável, o sindicato foi contactado pelo Governo ao início da manhã de hoje para saber da disponibilidade para negociar. "O ministro ligou a dizer que estão desesperados pelo erro crasso que cometeram ao definir apenas Lisboa e Porto (nos serviços mínimos), como se o resto do país não tivesse a mesma dignidade...os presidentes das câmaras municipais estão a ligar e a pressionar Governo", afirmou.

Já esta manhã, na Assembleia da República, o primeiro-ministro afirmou que o Governo está em contacto com a ANTRAM e com os sindicatos "para alargar o que for necessário alargar de serviços mínimos" decretados para a greve de motoristas de matérias perigosas.


Os serviços mínimos que foram decretados na passada semana pelo Governo, na ausência de acordo entre motoristas e entidades patronais, previa apenas serviços mínimos no abastecimento no Porto e em Lisboa, "o âmbito que tinha sido solicitado pela ANTRAM". INEM apela aos cidadãos para darem prioridade aos veículos de emergência

Já esta manhã, contactado pela RTP, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disse que "todas as viaturas do INEM, incluindo as do parque reserva do Instituto, foram atestadas durante a manhã de ontem".

Ao mesmo tempo, acrescenta o INEM, foram realizados "acordos com fornecedores para reserva de combustível a ser utilizada pelas viaturas do Instituto". O INEM está "em contacto permanente com a ANEPC para que esta situação não represente qualquer tipo de constrangimento" na atividade.

O INEM apela no entanto aos cidadãos "para que possam dar prioridade aos veículos de emergência médica nos postos de abastecimento". Transtejo Soflusa com com plano de contingência caso necessário

Também contactada pela RTP, a Transtejo informou que "os tanques de combustível de abastecimento permitem cumprir o serviço público de transporte de passageiros até às 24h00 horas de hoje, enquanto que os tanques da Soflusa, S.A. permitirão operar até às 24h00 horas do dia 18 de abril".

Diz a Transtejo que "no âmbito dos contactos desenvolvidos, a GALP tem referido que irá repor o abastecimento dos tanques muito brevemente".

No entanto, acrescenta a empresa, "caso o abastecimento não seja reposto até amanhã, a TTSL dispõe de um plano de contingência, tendo em vista o abastecimento dos navios da frota por via marítima".

C/ Lusa

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