Conversa Capital com José Furtado, Presidente da Águas de Portugal

por Antena1

O abastecimento de água para consumo humano tem primazia e está garantido, mesmo no período de seca que se avizinha.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o presidente do Conselho de Administração da empresa Águas de Portugal, José Furtado, revela que a situação de seca no verão não deverá obrigar a intervenções excecionais nas infraestruturas e por isso a empresa está a trabalhar em medidas estruturais, sobretudo no Alentejo, com a interligação ao Alqueva e no Algarve, com o plano de eficiência hídrica. De resto, adianta que o abastecimento de água para consumo humano terá sempre primazia e está assegurado.

Apesar da seca e da inflação, este ano o preço da água não vai aumentar. A Águas de Portugal garante que, como grossista que é, está a fazer "uma gestão da trajetória tarifária de forma que seja comportável" e, assim sendo, não estão previstos aumentos ao consumidor final pelas empresas do grupo. José Furtado assegura que "existe uma grande determinação, de todos os operadores, da importância da água e do impacto nos orçamentos, e que "nada de disruptivo se avizinha".

José Furtado considera que no futuro, a gestão da água vai obrigar a medidas que tendem a ser mais onerosas, e cuja severidade tende a aumentar, em função das necessidades. O presidente da Águas de Portugal não tem dúvidas que se trata de um exercício de elevado nível de responsabilidade e um problema de mobilização coletiva. Este impacto vai ter repercussão no cliente final, mas deve ser assumido de forma diferenciada e com uma discriminação positiva em função do desperdício.

José Furtado admite que em matéria de preço, há um país a duas velocidades, apesar de nas zonas de menor densidade, o custo não estar a ser imputado integralmente no cliente, porque há uma perceção do impacto que isso tem. Apesar da situação de seca, José Furtado garante que a qualidade da água está salvaguarda, “com um nível de qualidade de água segura nas torneiras nos 99 por cento”.

Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Diana do Mar do Jornal de Negócios.
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