Coronavírus. Cidadãos que vieram da China não recebem visitas e são avaliados duas vezes por dia

por RTP
C-130 que trouxe para Portugal os cidadãos nacionais que estavam na China

Os testes ao grupo de cidadãos que chegaram de Wuhan, na China, deram negativos para a presença do coronavírus. Os resultados são preliminares, já que o período de incubação do vírus é de 14 dias, que é o tempo que vão ficar em isolamento. Em conferência de imprensa, esta tarde, a ministra da Saúde e a diretora-geral da Saúde deram explicações sobre o que foi e está a ser feito.

O grupo que foi repatriado inclui 16 portugueses, duas cidadãs brasileiras que estavam em Wuhan e 2 diplomatas ao serviço da embaixada portuguesa em Pequim.
Fernando Almeida, do Instituto Ricardo Jorge, afirmou, nesta conferência de imprensa, que "durante toda a noite" estiveram "a fazer as análises e dentro do que é expectável" conseguiram concluir as mesmas "com segurança".
Sobre os próximos dias, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, disse que "qualquer situação sugestiva levará a que" as pessoas que foram repatriadas repitam "as análises. Depois, como calculam, estamos todos os países a aprender esta nova metodologia".

Diz a responsável que "o vírus é muito novo, foi detetado há menos de um mês, que tem a sua árvore filogenética definida mas ainda há aqui algumas dúvidas".

Sobre o momento em que as análises foram realizadas, Graça Freitas afirmou que "há países que estão a fazer às 48 horas, 72 horas e há países que só fazem se houver sintomas". Há até, acrescentou, países que só estão a fazer análises "quando estiver a terminar o tempo de quarentena".

Afirmou ainda, nesta conferência de imprensa, que "o Ministério da Saúde, a Direção-geral da Saúde e os especialistas que connosco colaboram" estão a analisar "quase todos os dias e em permanência estas diversas hipóteses e vamos tomando decisões em função daquilo que nos parecer melhor". Sempre em sintonia com o que outros países estão a fazer para lidar com o coronavírus.
Na mesma altura, a Ministra da Saúde assumiu o vazio legal sobre a quarentena, em Portugal. "Embora no quadro legal português, atualmente existente, as interpretações não sejam totalmente claras (...) existem mecanismos que nos permitirão, se isso for necessário, encontrar uma estratégia de reposta", disse Marta Temido.

A ministra acrescentou que "neste momento essa eventualidade não se coloca mas sabemos que existem, apesar de tudo, mecanismos de que dispomos e que utilizaremos se assim for necessário para garantir que não só os próprios ficam em condições de segurança mas também toda a comunicade em geral".


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