Cristas nega instrumentalização política da tragédia dos incêndios

por RTP

Em entrevista ao Telejornal, Assunção Cristas negou que tivesse instrumentalizado as mortes decorrentes dos incêndios deste ano para a luta política. "Demos uma segunda oportunidade ao Governo", disse a líder do CDS-PP que trouxe esta terça-feira uma moção de censura ao Governo, garantindo que o Estado voltou a falhar nos fogos de outubro.

"Não apresentámos a moção de censura há quatro meses", disse Assunção Cristas para contrariar a ideia de um eventual aproveitamento político na moção de censura. "O Governo não fez o suficiente para evitar que nova tragédia acontecesse. E voltou a ser incompetente", reiterou.

A Presidente do CDS-PP reiterou o que disse aquando da discussão da moção de censura, acusando António Costa de não ter estatuto para ser primeiro-ministro, quando nem pediu desculpa em nome do Estado Português. Cristas disse que só depois de pressões, nomeadamente do Presidente da República é que Costa pediu desculpas, mas considerou que a forma como isso foi feito não foi a ideal e surgiu muito tarde. “Não é forma de pedir desculpa”, assegurou.

Assunção Cristas considera que o partido deu voz à indignação de milhares de portugueses, não tendo saído "derrotada" com o chumbo da moção de censura.

A líder do CDS-PP negou ainda ter liberalizado a plantação do eucalipto enquanto ministra da Agricultura no anterior Governo. Disse, no entanto, que assume a responsabilidade pela “omissão” de não ter conseguido no seu mandato de quatro anos rever os Planos Regionais de Ordenamento do Território que criam limites à plantação de algumas espécies, como o eucalipto.

Assunção Cristas voltou a frisar que o debate da moção de censura ao Governo serviu para os partidos da esquerda marcarem a sua posição de apoio ao executivo, considerando que a esquerda veio assim assumir que o que aconteceu não foi assim tão grave.
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