Detidos em navio de bandeira portuguesa. Clandestinos acusados de "ameaças graves"

por RTP
A abordagem envolveu "um navio da Marinha Portuguesa e o Grupo de Ações Táticas da Polícia Marítima", articulado "com a Unidade Nacional Contra-Terrorismo da Polícia Judiciária" Luís Forra - Lusa (arquivo)

A Polícia Marítima e a Polícia Judiciária detiveram, ao largo do Algarve, dois clandestinos a bordo de um navio mercante com pavilhão português. Terão assumido comportamentos ameaçadores ao serem detetados pela tripulação. Os homens indocumentados, de 23 e 24 anos, vão ser agora ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal de Faro.

A operação realizou-se na madrugada de quinta-feira ao largo da costa sul do Algarve. Os dois homens, que serão de nacionalidade síria, entraram clandestinamente no navio, a 8 de junho, em Esmirna, na Turquia.
“Esta ação conjunta foi desencadeada na sequência de um pedido de socorro do capitão do navio, o qual, juntamente com a tripulação, estava a ser vítima de ameaças graves contra as suas vidas e contra a segurança da embarcação”, adiantou à RTP o porta-voz da Marinha José Sousa Luís.

“Desde que foram detetados, demonstraram uma atitude não colaborante com o capitão do navio, passando a assumir comportamentos ameaçadores contra a tripulação do navio de bandeira portuguesa”, acentuou.Face a alegadas “ameaças graves”, o capitão do navio Vestvind lançou vários pedidos de socorro durante a viagem até à costa do Algarve.

A Polícia Judiciária, indicou ainda o porta-voz da Marinha, procedeu a “um vasto conjunto de atos de recolha de prova” no navio mercante, “fundamentando a indicação da prática de crimes de atentado à segurança de transporte por água, introdução ilegal em lugar vedado ao público e ameaça agravada, permanente e ilegal em território nacional”.
Por sua vez, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, explicou que, "face à recusa" de outros países em responder aos pedidos de ajuda do capitão do navio mercante, foi decidida a intervenção das autoridades portuguesas.

Em comunicado, a Autoridade Marítima Nacional revela que a abordagem envolveu "um navio da Marinha Portuguesa e o Grupo de Ações Táticas da Polícia Marítima", articulado "com a Unidade Nacional Contra-Terrorismo da Polícia Judiciária".

"No percurso marítimo entre a Turquia e as águas territoriais portuguesas, o comandante do navio solicitou sucessivos pedidos de apoio e assistência, para proceder ao desembarque dos dois clandestinos, diligências que, apesar de insistentes não obtiveram acolhimento de diferentes países", lê-se na mesma nota.
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