"Estamos a vacinar no máximo que podemos", mas pode atrasar em duas semanas a meta dos 70% de vacinados

por RTP

Foto: Reuters

O vice-almirante Gouveia e Melo está a ser ouvido no parlamento sobre o processo de vacinação. Garante que Portugal está a "vacinar no máximo do que podemos", arriscando até na quantidade de stocks de vacina para assegurar as segundas doses. No entanto, atrasos na entrega e produção de vacinas poderão fazer atrasar a meta de 70% dos vacinados com pelo menos uma dose de vacina no dia 8 de agosto.

Gouveia e Melo admite que essa meta pode ser atingida entre as três primeiras semanas de agosto, dependendo da disponibilidade de vacinas. Ou seja, um atraso de 15 dias. "Se a redução [das vacinas] for muito grave esta meta pode ser posta em causa", admite mesmo.

"Temos stocks muito limitados. Arriscamos bastante não criando stocks", disse o vice-almirante aos deputados.

Gouveia e Melo diz que com o aumento dos horários de vacinação, o país pode conseguir administrar 140 mil vacinas por dia. Com o atual aumento de horário já realizado, Portugal consegue administrar 130 mil doses, mas o responsável diz que a “disponibilidade irregular de vacinas” tem vindo a prejudicar o processo.

O coordenador da task-force da vacinação adianta que a variante Delta é uma preocupação e que perante um estudo do Reino Unido que a primeira dose da vacina da AstraZeneca apenas dá uma proteção de 30% face a esta variante, foi decidido antecipar o intervalo de vacinação. Em vez das 12 semanas, passa a ser 8 semanas, disse. Uma medida que já tinha sido anunciada pela DGS.

Gouveia e Melo admite a preocupação, já que foram vacinadas muitas pessoas com esta vacina na faixa etária dos 60 aos 80 anos, idades mais vulneráveis.

O responsável diz que "para evitar um pesadelo logístico", estão a tentar fazer um agendamento local conjugado com um sistema de casa aberta, em que as pessoas que foram vacinadas e que cumpram agora as 8 semanas possam ir para se vacinarem. Um esforço que conta com as juntas de freguesia.

Gouveia e Melo revela que há foi vacinada 82% da população prisional, o que, juntando com o número de detidos que já foram infetados e os não elegíveis para vacinação, significa que está coberta quase toda a população prisional.
Gouveia e Melo diz que não teve falta de recursos humanos e destaca que o esforço está também a ser feito pelas autarquias.

O vice-almirante deixou ainda um elogio à atuação "sem mácula" dos enfermeiros no processo de vacinação, detacando a "dedicação e empenho absoultos".
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