O primeiro encontro de Francisco com os jovens
O dia começou com um encontro entre o para Francisco e os jovens universitários, na Universidade Católica Portuguesa. Perante a plateia lá reunida, Francisco pediu aos jovens que “substituam os medos pelos sonhos” e defendeu ainda um papel mais ativo das mulheres na Igreja.
Francisco esteve depois em Cascais para visitar um projeto educativo de inclusão social que começou por sua iniciativa, na Argentina, quando ainda não era Papa.
Ao final da tarde, Francisco dirigiu-se ao Parque Eduardo VII, onde foi recebido em euforia pelos milhares de peregrinos que ali se encontravam.
Depois de um momento musical inicial e do típico desfile das bandeiras que acontece todas as jornadas, o papa fez o seu primeiro discurso perante os jovens nesta JMJ.
Francisco garantiu que na Igreja “há espaço para todos” e que “ninguém pode ser excluído”.
O chefe da Igreja Católica advertiu ainda contra as “ilusões do virtual” e pediu a todos os jovens para não terem medo e serem corajosos. “Nunca deixem de fazer perguntas”, instou.
Francisco abençoou, de seguida, os peregrinos, dando por terminada a cerimónia de acolhimento.
O Papa saiu do palco, de cadeira de rodas, uma hora e vinte minutos depois de chegar, acenando aos peregrinos, ao som do hino da JMJ, interpretado nas cinco línguas oficiais do evento.
Estima-se que meio milhão de pessoas estiveram esta tarde no Parque Eduardo VII.
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"Sou jovem como eles". Os seniores também foram à Jornada Mundial da Juventude
“Já venho quase há duas horas a pé”, conta com orgulho, dizendo que veio ao Parque Eduardo VII também na véspera “e amanhã se calhar” voltará.
A outra grande motivação foram os jovens, peça central deste evento. “Levantei-me às cinco horas da manhã para conviver com eles (…), para lhes dar pequenos-almoços na paróquia onde eu resido. Tive de me levantar cedo para estar no meio deles, a auxiliá-los no que fosse preciso”.
As mais de oito décadas de vida não se fazem notar em Albino, que se considera “um jovem quase como eles”. Por essa razão, diz que não podia perder este dia. “Vim a tempo”, diz com um sorriso.
Questionado sobre como se sente num evento rodeado de jovens, não tem dúvidas: “Eu sinto-me bem. Ainda aprendo com eles, e eles comigo em muita coisa. Eu sei muitas coisas que eles não sabem”.
“Tenho um espírito jovem”
Kevin Kennedy, de 71 anos, veio do Estado norte-americano de Maryland para participar pela primeira vez numa Jornada Mundial da Juventude. Acompanha um grupo de jovens da sua paróquia e, juntos, aproveitaram para passar por Fátima.
“Viemos por duas razões: uma delas é ver todas as festividades e ver todos os jovens, porque isto dá-nos alguma esperança para o futuro; a outra é porque somos um bom grupo e é ótimo experienciar algo como isto com um grupo tão bom”, conta à RTP.
O americano considera este “um evento espetacular” porque “todos os que aqui estão querem estar aqui, querem ser amigáveis, conhecer pessoas de todo o mundo. É algo que não acontece todos os dias”.
“E, apesar de ser velho, tenho um espírito jovem”, diz entre risos.
Os conselhos dos mais velhos
“É extraordinário. Neste evento podemos ver como o mundo pode caminhar para a união”, considera. Entre os mais novos, sente-se “jovem”, até porque estes o recebem “como um deles”.
Os espanhóis foram a nacionalidade com mais representação nesta JMJ e foi, por isso, fácil encontrá-los. Tomás Jiménez, de 72 anos, veio de Múrcia para acompanhar um grupo de jovens universitários.
Apesar de reconhecer que a confusão de Lisboa devido a este evento dificulta a experiência, considera-a “emocionante”. Lembra, porém, que não basta aparecer na JMJ: depois há que prolongar, no dia-a-dia, a aprendizagem que daqui se leva.“Porque esta é uma boa experiência, mas é apenas uma. No resto da vida haverá muitas experiências”, explica. “No fim, teremos de fazer um discernimento do que foi vivido aqui, porque isto é muito bonito, mas é também muito plural e com muitas linhas de conduta”.
“É muito bonito ver a experiência que cada um terá com Deus aqui, mas o modo como cada um canaliza a sua experiência na prática tem de se perceber depois”, diz o espanhol.
A Jornada Mundial da Juventude começou no dia 1 de agosto e prolonga-se até ao próximo domingo. Esta quinta-feira, no Parque Eduardo VII, o papa Francisco deixou uma mensagem que pode também adequar-se aos mais velhos que decidiram juntar-se à juventude: "na Igreja há espaço para todos".
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Mais de 147.000 pessoas participaram na quarta-feira nos diversos eventos
Na conferência de imprensa diária sobre a operação de segurança da JMJ, o diretor do departamento de operações da Polícia de Segurança Pública, Pedro Moura, precisou que, dos 147.450 jovens, 40.000 participaram no Encontro Episcopal de Itália, em Algés, 30.300 no Festival da Juventude, na Praça do Comércio, e 40.000 na Alameda.
No segundo dia da JMJ, dia em que o Papa Francisco chegou a Portugal, a PSP envolveu no policiamento e na segurança mais de 3.000 polícias em cada um dos quatro turnos de serviço.
Segundo Pedro Moura, os polícias envolvidos são do Comando Metropolitano de Lisboa, diferentes comandos do país e Unidade Especial de Polícia, além dos alunos da Escola de Polícia de Torres Novas e do Instituto Superior de Polícia, que pela primeira vez fizeram parte do dispositivo.
O responsável da PSP destacou o facto de não se terem registado incidentes ao longo do dia de quarta-feira.
Lisboa está a ser palco da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco e que, até domingo, deve reunir mais de um milhão de peregrinos de todo o mundo.
António Costa: "Tem sido uma Jornada absolutamente extraordinária"
"Tem sido uma Jornada absolutamente extraordinária", afirmou aos jornalistas, o primeiro-ministro.
A organização das várias iniciativas, não só em Lisboa, demonstram a "extraordinária capacidade de acolhimento que o país tem".
"Acho que é um testemunho de uma vitalidade notável desta geração, na resposta ao apelo das mensagens universais" que Papa Francisco tem transmitido, continuou António Costa.
Questionada sobre que mensagem quis deixar ao chefe da Igreja Católica no encontro de quarta-feira, António Costa referiu que foi de "agradecimento" pela "forma como tem transmitido estas mensagens universais que são fundamentais para acordar a Europa, cada país e a sociedade em geral para estas causas".
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“Bem-vindos e muito obrigada por estarem aqui”, começou por dizer Francisco, acrescentando que todos estão ali porque “foram chamados”.
Antes, Francisco disse aos jovens, tratando-os por tu, que muitos, não são chamados pelo nome.
"Com efeito, o teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, mas a tua utilidade para estudos de mercado", alertou, questionando: "Quantos lobos se escondem por trás de sorrisos de falsa bondade, dizendo que sabem quem és, mas sem te querer bem, insinuando que creem em ti e prometendo que serás alguém, para depois te deixarem sozinho, quando já não lhes fores útil".
Peregrinos celebram a jornada em várias línguas
António Pedro Santos - Lusa
Meio milhão de pessoas no Parque Eduardo VII em Lisboa
"Segundo as autoridades locais, estão presentes no Parque Eduardo VII, para a cerimónia de acolhimento, cerca de 500.000 pessoas", divulgou a Santa Sé.
A assistir à cerimónia estão o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Santos Silva, o primeiro-ministro, António Costa, e outros membros do Governo, vários presidentes de Câmara, entre os quais o de Lisboa e do Porto, respetivamente Carlos Moedas e Rui Moreira, e o antigo chefe de Estado Ramalho Eanes.
A JMJ, que começou na terça-feira e que termina no domingo, é considerado o maior evento da Igreja Católica, sendo esperadas em Lisboa mais de um milhão de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.
Francisco faz a primeira oração e bênção aos peregrinos
Jovens desfilam com as bandeiras do seu país
Jovens leem excertos de cartas dirigidas ao papa
D. Manuel Clemente dá as boas-vindas ao papa e aos peregrinos
"Muito precisamos de rejuvenescer com a Vossa presença e a Vossa palavra nestes dias, para que a beleza do Evangelho resplandeça ainda mais, aqui e pelo mundo além, nestes tempos em que não faltam obstáculos ao desenvolvimento integral e pacífico dos povos e entre os povos. Povos de que os jovens aqui reunidos são rosto e expressão eloquente e promissora, mesmo os que chegaram de países onde as dificuldades não faltam", disse Manuel Clemente.
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Acionados meios para impedir mergulhos no rio Tejo
Durante a conferência de imprensa diária sobre a operação de segurança da JMJ, que cumpre hoje o terceiro dia, o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, José Sousa Luís, explicou que estão mobilizados meios da Polícia Marítima, do Instituto de Socorros a Náufragos e da Marinha Portuguesa.
José Sousa Luís explicou que o dispositivo foi reforçado na sexta-feira passada e integra, "no plano de água, um conjunto diversificado de meios", como lanchas da Polícia Marítima e lanchas salva-vidas e motas de água de salvamento marítimo do Instituto de Socorros a Náufragos.
"No caso particular do Parque Tejo, durante os eventos, vamos também ter um reforço de botes de fuzileiros da Marinha Portuguesa", avançou o responsável, acrescentando que, na zona ribeirinha "existem diversas patrulhas quer apeadas, quer motorizadas".
Segundo o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, "concretamente no Parque Tejo existe uma patrulha do lado norte do Rio Trancão específica para fazer a interdição, de forma a que os peregrinos não entrem no rio Tejo", e outra a sul.
"Para além disso, existe uma barreira física do parque que não permite aos peregrinos entrarem nas margens. Mas, caso eles passem essa barreira, existem estas patrulhas no lado terra e depois existem embarcações do lado do rio", sublinhou.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica e que conta com a presença do Papa Francisco.
As principais iniciativas da jornada decorrem no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo, um recinto com cerca de 100 hectares a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
DGS pede aos peregrinos para beberem água e usarem protetor solar
Além disso, a DGS aconselha-os a beber pelo menos um litro e meio de água por dia e sumos de fruta natural sem adição de açúcar, assim como recomenda que evitem o consumo de bebidas alcoólicas.
Optar por refeições leves e frescas e utilizar protetor solar, roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta são outros conselhos.
A DGS sugere ainda aos jovens que escolham as horas de menor calor para grandes deslocações e façam pausas frequentes durante o dia, descansando e dormindo.
O IPMA indicou que o aviso laranja para o distrito de Lisboa, onde milhares de pessoas participam na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um evento presidido pelo Papa Francisco, vai estar ativo a partir das 00:00 de sábado.
As previsões do IPMA apontam para valores muito elevados da temperatura máxima para Lisboa, estando previsto para sábado 37 graus Celsius e para domingo 40 graus.
O aviso laranja é emitido pelo IPMA quando existe uma situação meteorológica de risco moderado a elevado.
Lisboa está a ser palco da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco e que, até domingo, reúne mais de um milhão de peregrinos de todo o mundo.
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Sistema de nebulização refrescará peregrinos na missa de domingo em caso de necessidade
Em conferência de imprensa, Mário Silvestre, um dos adjuntos de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), avançou que haverá "um dispositivo preparado para fazer nebulização" da zona onde decorrerá a missa, no Parque Tejo, "caso haja necessidade".
"Tratam-se de equipamentos que nos irão permitir, até com a ajuda do vento, fazer nebulização de uma determinada zona e, com isso, tentar, de alguma forma, dar mais alguma sensação de refrescamento aos peregrinos", explicou.
PSP alerta peregrinos para grande afluência no metro e comboio
"Hoje haverá uma grande e forte afluência de pessoas nos transportes públicos, nomeadamente do metro e comboio. A permanência nas plataformas é sempre um momento sensível sobretudo se estiverem sobrelotadas", disse Pedro Moura, diretor do departamento de operações da Polícia de Segurança Pública.
Na conferência de imprensa diária sobre a operação de segurança da JMJ, que cumpre hoje o terceiro dia, Pedro Moura pediu aos peregrinos para terem "particular atenção e gerirem bem a presença" nos transportes públicos "para que haja segurança para todos os utilizadores".
Pedro Moura disse ainda que a PSP tem um policialmente dedicado à segurança em transportes públicos e os peregrinos podem contactar estes polícias em caso de qualquer dificuldade ou auxílio.
Lisboa está a ser palco da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco e que, até domingo, deve reunir mais de um milhão de peregrinos de todo o mundo.
Câmara de Oeiras disponibiliza-se para recolocar cartaz
"Hoje, ao fim da tarde, podemos encontrar uma solução para colocar a tela de forma urgente, se necessário durante a madrugada", assegurou o vice-presidente da Câmara de Oeiras, no distrito de Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, Francisco Rocha Gonçalves, sublinhou que o município se associa às vítimas e à causa, que considera "importantíssima" e de interesse público.
Um dos três cartazes em que se denunciam os abusos sexuais a crianças na Igreja portuguesa, colocado em Algés, no concelho de Oeiras, foi retirado por ordem do município por ser "publicidade ilegal", uma vez que toda a publicidade ilegal no concelho é retirada, justificou a autarquia.
De acordo com o vice-presidente, a Câmara de Oeiras está disponível para ceder uma estrutura pública do município sem custos onde o cartaz seja colocado, desde que se respeite a legalidade, lamentando que o grupo que promoveu a colocação dos cartazes não tenha contactado a autarquia.
"Nós não sabemos quem é [o grupo que promoveu a colocação dos cartazes], porque nunca fomos contactados formalmente por eles", sublinhou, reiterando que o painel onde o cartaz foi afixado não está licenciado para aquele efeito e que o município deveria ter sido previamente informado.
Os cartazes em causa, em que se lê a frase "Mais de 4.800 crianças abusadas pela Igreja católica em Portugal", em inglês, ilustrada por 4.800 pontos que representam cada uma das vítimas, foram colocados na madrugada de quarta-feira em Lisboa, Loures e Algés.
A ideia deste movimento "This is our memorial" (Este é o nosso memorial) nasceu no Twitter e os promotores fizeram uma recolha de fundos que permitiu a colocação dos cartazes.
A iniciativa desse grupo de pessoas surgiu nas redes sociais antes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) considerou hoje que a remoção do cartaz é um ato de censura e de subserviência do executivo à Igreja Católica, alegando que o problema "nunca foi a estrutura ou a sua legalidade, mas a mensagem contida no cartaz".
Instado pela Lusa a reagir a estas declarações, o vice-presidente da Câmara de Oeiras recusou que se trate de censura, reafirmando que se trata apenas de uma questão de cumprimento da legalidade.
Em novembro de 2021, mais de duas centenas de católicos defenderam que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deveria "tomar a iniciativa de organizar uma investigação independente sobre os crimes de abuso sexual na Igreja".
Poucos dias depois, o pedopsiquiatra Pedro Strecht era nomeado pela CEP como coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja.
Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
No relatório, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a `ponta do iceberg`" deste fenómeno.
Na sequência destes resultados, algumas dioceses afastaram cautelarmente sacerdotes do ministério.
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Papa encontrou-se com jovens turcos e pediu empenho na reconstrução do país
Francisco recebeu hoje, em Lisboa, 38 jovens turcos, oriundos de zonas afetadas em fevereiro por um forte sismo, aos quais transmitiu uma mensagem de esperança e pediu que se empenham na reconstrução material e pessoal.
Papa vai acompanhar Via-Sacra de sexta-feira como peregrino
O padre João Goulão, diretor do Centro Universitário Padre António Vieira, disse hoje, em conferência de imprensa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nas 14 estações da Via-Sacra, que decorrerá ao longo de cerca de 90 minutos, que o Papa estará no palco, acompanhando o desenrolar da celebração como os restantes peregrinos.
Quanto aos temas que vão ser refletidos, estão "a fragilidade e as feridas que todos atravessam (...), a fragilidade da Igreja, a fragilidade da sociedade", com base numa "grande auscultação mundial, através do Dicastério dos Leigos e da Família.
Este dicastério, que tem um órgão dedicado à Juventude, criado em 2018 "permitiu, com o contributo de 20 jovens dos cinco continentes, agrupar as fragilidades sentidas pela juventude em todo o mundo", acrescentou.
Assim, desde a saúde mental que "preocupa tanto e dilacera" a juventude, bem como "a solidão, a guerra, a luta por um futuro, a precariedade laboral, o desemprego" são temas abordados na Via-Sacra de sexta-feira, segundo aquele padre jesuíta.
O objetivo, é ver como, "a partir da experiência da fé e, sobretudo, a partir da experiência estética, nós podemos contemplar alguma coisa que, a partir da ferida e da fragilidade, se pode abrir alguma janela de luz, de esperança e de recomeço".
Outro dos temas que vai estar em relevo numa das estações da Via-Sacra serão os abusos, pois como sublinhou o padre João Goulão, "faria todo o sentido que na estação relativa à violência" os abusos dentro da Igreja fossem nomeados.
Na segunda estação -- "Jesus toma a Cruz aos ombros" -- a reflexão refere que "o mundo onde vivemos talvez não seja muito diferente. Guerras, atentados, tiroteios, em massa, mas também violência nos casamentos e nos namoros, abusos de crianças, `bulling`, abusos de poder, famílias onde se atiram palavras que são piores que pedras".
A Via-Sacra tem início às 18:00, no Parque Eduardo VII, e terá tradução simultânea em polaco, francês, espanhol, italiano e inglês, que poderão ser acedidas pelos peregrinos através de frequências de rádio.
Esta será o segundo grande evento do Papa Francisco neste JMJ, depois da cerimónia do Acolhimento que tem lugar na tarde de hoje.
A JMJ decorre até domingo, com os principais momentos a decorrem na zona de Lisboa, tendo Francisco uma deslocação a Fátima prevista para a manhã de sábado.
Neste encontro mundial de jovens com o Papa são esperados mais de um milhão de peregrinos.
Voluntários levaram a Jornada a mais de 50 mil pessoas vulneráveis
O balanço desta iniciativa, que decorreu em 27 de julho (pré-jornada), foi feito ao início da tarde de hoje, em conferência de imprensa, pelo coordenador dos voluntários da JMJ, Pedro Viana.
"O gesto missionário foi uma proposta feita a todos os voluntários da Jornada para que a JMJ pudesse chegar a todos aqueles que, pela sua vulnerabilidade, não pudessem estar presentes", explicou.
No total, estiveram envolvidos nesta iniciativa 20 mil voluntários, tendo sido visitadas 50 mil pessoas, em situação de vulnerabilidade, pertencentes a 657 instituições das dioceses de Lisboa, Setúbal e Santarém.
Em causa estão instituições como lares de idosos, centros de toxicodependência, hospitais, prisões e centros de pessoas com deficiência.
"A ideia foi convocar todos os voluntários para que, com as suas equipas, pudessem passar um dia junto dessas pessoas para lhes levar a proximidade do Papa, dos jovens e da Igreja", sublinhou.
Pedro Viana contou também aos jornalistas que foram levadas pulseiras para as instituições, com um espaço em branco, para que cada pessoa visitada pudesse deixar o seu nome.
"Os voluntários poderiam trazer a pulseira no pulso e, assim, simbolicamente, trazer todas as pessoas para a Jornada", explicou.
Francisco chegou na quarta-feira a Portugal e fica até domingo, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas para esta JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.
Autoridade Marítima faz apelo para que peregrinos não arrisquem mergulhos
Foto: Catarina Cadavez - RTP
Responsável pelo centro social da Serafina lamenta falta de apoios do Estado
"Há muita coisa para fazer. Há casas que precisam de ser renovadas totalmente e não temos tido até agora resposta da parte da autarquia e da parte do Governo para poder dar melhores condições àqueles habitantes", afirmou, em conferência de imprensa, Francisco Crespo.
O pároco de São Vicente de Paulo afirmou também que aquela zona da cidade precisa de ter uma resposta escolar, "pelo menos para o 1.º ciclo" do ensino básico, porque as crianças têm de apanhar um autocarro às 07:00 para irem para outra escola".
"E há outras situações em que nós não podemos abrandar", alertou, referindo que, na sexta-feira, quando receber o Papa Francisco no bairro, lhe pedirá "a bênção" para que consiga "não desanimar" e prosseguir "com o trabalho, porque o trabalho [realizado na paróquia e junto da sua população] não está completo, é permanente e diário".
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PSP registou quatro ocorrências no segundo dia
De acordo com os dados avançados hoje pelo Sistema de Segurança Interna (SIS), o rebentamento de petardos ocorreu no Largo da Boa Esperança, em Queluz, "num alojamento onde se encontram cerca de 450 peregrinos de nacionalidade francesa".
"Foram atirados dois petardos, o que causou receio nos peregrinos", mas "não houve feridos", explicou.
Outra das ocorrências foi registada na estação da CP de Algés, onde uma peregrina de nacionalidade checa "teve um ataque epilético no interior do comboio", tendo sido transportada ao Hospital de São Francisco Xavier.
Esta situação provocou "a paragem da linha por 40 minutos, o que causou distúrbios entre os passageiros", referiu o SIS.
Segundo o SIS, no Hotel Marriot, "por motivos religiosos", houve distúrbios entre um cidadão norte-americano e peregrinos, tendo aquele sido expulso, e, na Rua da Madalena, foram detidos dois carteiristas.
Durante o segundo dia da JMJ, a PSP empenhou cerca de três mil polícias na operação de segurança.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica e que conta com a presença do Papa Francisco.
As principais iniciativas da jornada decorrem no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo, um recinto com cerca de 100 hectares a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
Parque do Perdão é um dos locais por onde passam mais peregrinos
Diocese francesa lamenta morte de peregrina que sofreu acidente
"Com uma grande tristeza, soubemos que Christine, 62 anos, animadora que supervisionava o grupo JMJ de Saint-Georges de Toulon, morreu em 02 de agosto [quarta-feira] devido aos ferimentos", lê-se numa mensagem, assinada pelo bispo Dominique Marie Jean Rey, disponível no sítio na Internet da diocese.
Segundo a mesma informação, a peregrina "ficou gravemente ferida ao cair das escadas da casa onde estava hospedada em Lisboa", tendo sido "hospitalizada nos cuidados intensivos", onde recebeu a extrema unção.
"Vim para orar ao lado da sua cama e vários membros da sua família puderam juntar-se a ela antes que nos deixasse", escreve o bispo da diocese de Frejus-Toulon, que destaca o fervor e os múltiplos compromissos da peregrina, "na sua paróquia de Sanary, no grupo `Laudato si` e com os jovens de Saint-Georges", que a todos "marcaram profundamente".
"Os nossos pensamentos estão com as suas filhas e em todos os seus entes queridos, cuja imensa dor compartilhamos", afirma o prelado, referindo que "todos os jovens da diocese de Fréjus-Toulon presentes na JMJ, em comunhão com todos os paroquianos e os párocos de Saint-Georges e Sanary", rezam pela peregrina.
O comunicado assinala ainda que "foi disponibilizada uma unidade psicológica aos jovens que dela necessitem".
"Christine ficou encantada por permitir que os jovens vivenciassem a Jornada Mundial da Juventude. Continuamos estes encontros pensando nela, levando-a nas nossas orações, em comunhão com ela, com todo o coração", salienta o bispo Dominique Marie Jean Rey, acrescentando que vai ser celebrada hoje uma missa pela peregrina e pelos familiares com os jovens de Fréjus-Toulon.
Na terça-feira, a porta-voz da Fundação JMJ, Rosa Pedroso Lima, afirmou que uma peregrina francesa, que estava em Portugal para participar neste evento, sofreu um acidente no local onde estava acolhida e teve de ser hospitalizada.
"Juntamente com as entidades de saúde, a organização está a acompanhar a evolução da situação clínica desta peregrina que está hospitalizada", sublinhou na ocasião a porta-voz, informando que a situação era delicada, motivo pelo qual a organização não iria prestar mais informações.
Já hoje foi anunciada a sua morte e que, numa missa celebrada pelo Papa Francisco na Nunciatura Apostólica, estiveram presentes familiares da peregrina francesa.
"O Papa Francisco celebrou esta manhã, na Nunciatura, onde estiveram presentes quatro familiares de uma mulher francesa, animadora de catequese, de 62 anos, que veio a Lisboa, para a JMJ e que morreu nos últimos dias na sequência de um acidente na casa onde estava hospedada", revelou a sala de imprensa da Santa Sé.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a que preside o Papa Francisco.
O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, chegou a Lisboa na manhã de quarta-feira, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Meio milhão de pessoas esperadas no Parque Eduardo VII
Papa cumprimentou jovem em cadeira de rodas à saída da Nunciatura Apostólica
Papa vai estar esta quinta-feira na cerimónia de acolhimento
Mais de 1.800 forças de segurança empenhadas na operação
Nas últimas 24 horas, 1840 militares da GNR militares estiveram empenhados e ações de patrulhamento e sensibilização rodoviária, dos quais 445 em patrulhas e 63 em ocorrências relacionadas com o evento.
Nos aeroportos foram controlados 407 voos. Quatro pessoas foram impedidas de entrar em território nacional.
Testemunhos para o papa. A história de Mahoor Kaffashian
Lisboa em aviso laranja devido ao calor no sábado e no domingo
O IPMA indicou que o aviso laranja para o distrito de Lisboa, onde milhares de pessoas participam na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um evento presidido pelo Papa Francisco, vai estar ativo a partir das 00:00 de sábado.
As previsões do IPMA apontam para valores muito elevados da temperatura máxima para Lisboa, estando previsto para sábado 37 graus Celsius e para domingo 40 graus.
O aviso laranja é emitido pelo IPMA quando existe uma situação meteorológica de risco moderado a elevado.
No sábado à noite, no âmbito da JMJ, o Papa Francisco tem uma vigília com os jovens, no Parque Tejo, em Lisboa, às 09:00 de domingo, celebra a missa para o dia JMJ no Parque Tejo e às 16:30 participa num encontro de voluntários da JMJ, no Passeio Marítimo de Algés.
O Papa Francisco vai estar no sábado de manhã em Fátima, Santarém, distrito que o IMPA colocou em aviso amarelo (terceiro da escala) devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima.
O IMPA prevê para Fátima no sábado uma temperatura de 34 graus.
Lisboa está a ser palco da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco e que, até domingo, reúne mais de um milhão de peregrinos de todo o mundo.
Conferência de imprensa da organização da JMJ
Trânsito condicionado no centro de Lisboa
Italianos agradados com acolhimento em escola de Torres Vedras
Os voluntários "são muito gentis e é tudo perfeito, ficámos muito bem instalados e não há problemas", disse à agência Lusa Chiara Correggio.
À espera de iniciar a primeira viagem para participar no programa em Lisboa da JMJ, que decorre até domingo, a jovem italiana espera "ter uma grande experiência com o Papa" e gostar de todo o ambiente.
"Muito bom, um lugar agradável e aconchegante", classifica Eleonora Magnani
A mesma opinião é partilhada por Francesco Patino, Luca Catellani e Alen Matera, jovens entre os 17 e os 19 anos, que estão pela primeira vez em Portugal, onde esperam voltar.
Sobre o acolhimento, afirmaram que "não houve grandes problemas", a organização "foi muito gentil" e as "condições boas", apesar de terem sentido algum frio na primeira noite a pernoitar em Portugal, depois do calor que apanharam nos últimos dois dias em Espanha.
"É uma experiência ficarmos todos juntos e quem sabe até ter alguns momentos de reflexão para nós mesmos", afirmou um deles.
"São muito hospitaleiros e temos todas as condições", referiu ainda Dário Moscuetti.
"Espero que seja uma boa experiência e oportunidade. Estou com os meus amigos para aprender algo novo e orar com algumas outras pessoas e assim por diante", acrescentou.
Caterina Rivi, 18 anos, contou que dormiu com mais 20 jovens numa sala "confortável" e que ao pequeno-almoço "foi tudo muito rápido", concluindo que "está tudo bem organizado".
"A organização é melhor do que no outro lugar onde ficámos antes" [Toledo, Espanha], considerou.
Meia centena de voluntários assegurou a distribuição do pequeno-almoço, assim como tarefas de vigilância durante a noite e as sessões de catequese, depois do grande desafio que foi a receção de 1700 jovens, ao fim do dia de quarta-feira.
"Demorou hora e meia. Optámos por fazê-los entrar por fases para termos a entrada controlada, eles aderiram e correu tudo bem", contou Ana Filipa Filipe, responsável pelos voluntários no comité organizador paroquial.
Já hoje de manhã, a fase da higiene "correu melhor do que pensava", por haver "muitos balneários e casas-de-banho e não houve grandes filas", o mesmo aconteceu com o pequeno-almoço, distribuído em "meia hora".
Para o almoço de hoje, vão ser servidas 900 refeições, cuja distribuição é feita com o apoio de 30 voluntários.
Dos 6.000 peregrinos que o concelho de Torres Vedras acolhe, 1700 estão alojados no Externato de Penafirme e são italianos da diocese de Reggio.
Viajaram de Itália em 36 autocarros, o transporte que vão utilizar para se deslocarem na região e para irem à JMJ em Lisboa.
Reforço policial no Marquês do Pombal
São esperadas muitas pessoas esta tarde no parque Eduardo VII para acompanhar o discurso do papa Francisco. ###1504696###No Marquês do Pombal vão estar instalados ecrãs gigantes.
Autoridade Aeronáutica intercetou quatro ´drones` em Belém e Nunciatura Apostólica
A Autoridade Aeronáutica Nacional indicou hoje que intercetou quatro 'drones' na quarta-feira em Belém e junto à Nunciatura Apostólica, onde o Papa Francisco está instalado, elevando-se para 19 as aeronaves não tripuladas detetadas.
Peregrinos começam lentamente a ocupar relvado do Parque Eduardo VII
Pouco depois das 11:00 já se via alguns grupos de jovens sentados no relvado, que entoavam cânticos e assistiam aos ensaios para a cerimónia, com os seus panamás da JMJ colocados na cabeça para se protegerem do sol nas cerca de seis horas que ainda têm de esperar para ver o Papa.
No entanto, ao longo da Avenida António Augusto de Aguiar, próximo de uma das entradas para o parque, era visível o reforço das medidas de segurança e do dispositivo policial, que dava indicações aos peregrinos para caminharem de forma ordeira e se dirigirem aos pontos de revista.
Na zona exterior do parque, grupos de jovens com bandeiras e munidos de provisões para o dia acumulavam-se junto às entradas, questionando os elementos das forças policiais sobre qual a entrada que deveriam utilizar, com muitos a terem de voltar para trás.
No interior, enquanto se fazia os testes de som e os ensaios para a cerimónia que será presidida pelo Papa, prevista para as 17:45, o movimento no setor B do recinto era sobretudo de voluntários e profissionais de segurança, limpeza ou de outros setores.
A cerca de seis horas do evento, o ambiente no Parque Eduardo VII ainda se mantinha calmo, prevendo-se que o espaço comece a encher com maior intensidade a partir do início da tarde, naquela que será a primeira deslocação do Papa Francisco a este recinto, depois de ter chegado a Lisboa na quarta-feira.
Francisco, de 86 anos, é o primeiro Papa sul-americano. É, também, o primeiro Papa jesuíta.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, que termina no domingo.
Francisco vai descansar até ao fim da tarde, quando se encontrará com peregrinos no Parque Eduardo VII
Carlos Carreiras expressa "grande emoção" com visita do papa
Papa regressa à Nunciatura
Francisco responde a questões de jovens do programa Scholas Occurentes
O papa avistou-se com jovens deste programa educacional que criou quando era arcebispo de Buenos Aires, respondendo às suas perguntas. Deixou depois a sua marca num mural ali criado. "É uma Capela Sistina pintada por vós", fez notar.
"Uma vida sem crises é uma vida assética", propugnou o papa. "É como água destilada. Água destilada é uma água sem crises. Não tem sabor a nada, não serve para nada, a não ser para guardar no roupeiro e fechar a porta".
Por último, Francisco regou uma oliveira, símbolo da paz, ao som de "Recado", tema interpretado ao vivo por Cuca Roseta.
Papa encontrou-se em Lisboa com 15 jovens ucranianos
"Após ter ouvido as suas tocantes histórias, o Papa dirigiu algumas palavras aos jovens, expressando a sua proximidade, na dor e na oração", referiu a Santa Sé, adiantando que o grupo estava acompanhado de Denys Kolada, consultor para o diálogo com as organizações religiosas do Governo ucraniano.
Segundo a mesma fonte, "ao concluir o encontro, que durou cerca de 30 minutos, o Papa e os jovens recitaram juntos o Pai Nosso, com o pensamento voltado para a martirizada Ucrânia".
As tropas russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
A ofensiva militar, amplamente condenada na comunidade internacional, foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
A ofensiva causou até agora a fuga de quase 15 milhões de pessoas -- internamente e para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Atualmente, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 8.000 civis mortos e cerca de 14.000 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
O Papa está desde quarta-feira em Lisboa, para presidir à JMJ, onde são esperadas até domingo mais de um milhão de pessoas, naquele que é considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.
O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, tem prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
As principais iniciativas da jornada decorrem no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo, um recinto com cerca de 100 hectares a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
"Substituam os medos pelos sonhos"
Francisco começou por cumprimentar os peregrinos com um “bom dia” em português e agradeceu à reitora da Universidade Católica.
“Disse que todos nos sentimos peregrinos, é uma palavra bonita cujo significado merece reflexão. Literalmente significa deixar de lado a rotina do dia a dia e trejeitar-nos um propósito para lá dos confins”, começou por dizer o papa. “Ou seja, sair para lá da própria zona de conforto, para um horizonte de sentido”.
Para Francisco, “o tema peregrino tem refletida a conduta humana, porque cada um é chamado a fazer grandes perguntas que não têm resposta, resposta simplista ou imediata, mas convidam a uma viagem que é superar-se a si mesmo a ir mais além”.
Nas palavras do sumo pontífice da Igreja Católica, “desconfiamos de fórmulas pré-fabricadas, são labirínticas. Desconfiamos das respostas que parecem estar ao alcance da mão. Essas respostas saem da manga como cartas de jogo. Desconfiem das propostas que nos oferecem tudo sem pedirmos nada”.
“A desconfiança é uma arma para poder caminhar para a frente e não dar mais voltas. Uma das parábolas de Jesus diz que quem encontra uma pérola de grande valor é o que a procura com inteligência e com espírito de iniciativa e arrisca tudo para obtê-la. Procurar e arriscar são os dois verbos de peregrino”.
"Não estamos doentes. Estamos vivos"
Francisco citou Fernando Pessoa, que afirmou, “de forma atribulada, que estar insatisfeito é ser homem. Não devemos ter receio da inquietação. Pensar que o que fizemos não chega. Estar insatisfeito é um bom antidoto contra a presunção da autossuficiência e contra o narcisismo”.
“O caráter incompleto define a nossa condição de procurador e peregrino. Tal como Jesus disse, estamos num mundo mas não somos deste mundo. Caminhamos nele. Somos chamados a mais outra coisa que é uma desafeição. Temos de nos encontrar interiormente, sedentos, inquietos, incompletos. Buscando um sentido com saudade do futuro”. “E aqui, juntamente com a saudade do futuro, não se esqueçam de manter viva essa memória do futuro”.
O papa frisou, por fim, que “não estamos doentes. Estamos vivos. Preocupemo-nos em pensar quando é que estamos dispostos a substituir o caminho que devemos percorrer”.
Fundação JMJ "lamenta profundamente" morte de peregrina francesa
"A peregrina encontrava-se hospitalizada desde segunda-feira, após ter sofrido um acidente doméstico, em Oeiras, no local de acolhimento onde estava hospedada", lê-se no texto.
"Estamos em oração pela nossa irmã e em comunhão com a sua família e amigos", afirma o bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, citado no comunicado.
"A família que se encontra em Lisboa está a ser acompanhada e apoiada, tal como os peregrinos do mesmo grupo".
O papa prepara-se para discursar perante a plateia de jovens, clérigos e responsáveis políticos
"Perante realidades marcadas pela exclusão e desigualdade, numa época de incerteza, a universidade ergue-se como guardiã da esperança, o que significa promover a capacidade de sonhar, auxiliar a discernir, escutar as vozes em nosso redor, escutar o tempo e intervir nele, defendendo a dignidade das mulheres e homens e acreditando na sua capacidade de transformação", sustentou.
Isabel Capeloa Gil anunciou, na presença do papa, a criação da cátedra "Economia de Francisco e Clara".
Seguiram-se intervenções por parte de estudantes, incluindo de Mahoor Kaffashian, uma jovem iraniana - estudante de medicina dentária - que fugiu da guerra na Ucrânia. "Sinto-me orgulhosa de estar aqui, num novo recomeço neste país tão belo e acolhedor", disse Kaffashian.
Morreu peregrina francesa que sofreu acidente
"O Papa Francisco celebrou esta manhã, na Nunciatura, onde estiveram presentes quatro familiares de uma mulher francesa, animadora de catequese, de 62 anos, que veio a Lisboa, para a JMJ e que morreu nos últimos dias na sequência de um acidente na casa onde estava hospedada", revelou a mesma fonte.
Na terça-feira, a porta-voz da Fundação JMJ, Rosa Pedroso Lima, afirmou que uma peregrina francesa, que estava em Portugal para participar neste evento, sofreu um acidente no local onde estava acolhida e teve de ser hospitalizada.
"Juntamente com as entidades de saúde, a organização está a acompanhar a evolução da situação clínica desta peregrina que está hospitalizada", sublinhou na ocasião a porta-voz, informando que a situação era delicada, motivo pelo qual a organização não iria prestar mais informações.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a que preside o Papa Francisco.
O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, chegou a Lisboa na manhã de quarta-feira, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Francisco dirige-se para a Universidade Católica
Universidade Católica à espera do papa
As primeiras movimentações à porta da Nunciatura
Eram também visíveis elementos da segurança privada de Francisco.
JMJ. Lisboa com ruas cortadas
Foto: João Marques - RTP
e que também vão ter restrições muito fortes durante esta quinta-feira.
A cerimónia de acolhimento que está preparada para o parque Eduardo VII, às 17h45.
Quem não tiver acesso a ela no parque, pode acompanhar o que vai acontecer a partir do Terreiro do Paço, como explica o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia.
Todos os caminhos vêm dar a Lisboa
Primeiro encontro oficial com peregrinos acontece à tarde
São esperados milhares de peregrinos neste espaço do centro de Lisboa, onde na terça-feira cerca de 200 mil pessoasl assistiram à missa inaugural da Jornada Mundial da Juventude presidida pelo cardeal patriarca Manuel Clemente.Ao segundo dia da visita a Portugal, Francisco começa por avistar-se, esta manhã, com jovens estudantes na Universidade Católica. Daí segue para Cascais, onde tem encontro marcado com jovens do Scholas Occurentes, programa educacional que criou enquanto arcebispo de Buenos Aires.
Entre as zonas sujeitas a restrição absoluta estão as avenidas António Augusto de Aguiar, Fontes Pereira de Melo e Liberdade. Está igualmente proibida a circulação na rotunda do Marquês Pombal, Praça dos Restauradores, Rossio e na zona da Praça do Município.
Papa reuniu-se com vítimas de abuso sexual na Igreja Católica
Francisco reuniu-se na quarta-feira com vítimas de abuso sexual na Igreja, um encontro sigiloso que teve lugar na Nunciatura Apostólica em Lisboa, onde o papa pernoita.
O sumo pontífice recebeu 13 pessoas que foram vítimas de abusos perpetrados por membros da Igreja em Portugal. Recebeu também membros da comissão independente responsável pela elaboração do relatório que expôs os casos.Este grupo levou ao papa cartas de outros portugueses que foram vítimas de abuso sexual no âmbito da vida religiosa. O encontro prolongou-se por mais de uma hora.
A Conferência Episcopal descreve o encontro como sendo a confirmação do caminho de reconcialiação entre vítimas e Igreja. Sustenta que a instituição está a pôr as vítimas em primeiro lugar e a colaborar para recuperar estas pessoas.
Em comunicado, a Conferência Episcopal diz ainda que o objetivo do encontro foi pôr as vítimas a olhar para o futuro com esperança e liberdade renovadas. Antena 1
Ao fim da tarde, nos Jerónimos, em Belém, o papa afirmara ser necessário ouvir "o grito de angústia" das vítimas de abusos sexuais, que considera estarem a "desfigurar" o rosto da Igreja.
Papa vai ter tapetes tecidos à mão no Parque Eduardo VII
Papa Francisco já se encontrou com vítimas de abusos na Igreja
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
Autores apontam censura. Cartaz a denunciar abusos sexuais na igreja retirado pela Câmara de Oeiras
Cada ponto é uma das 4815 crianças abusadas sexualmente pela ICAR em Portugal. #JMJ pic.twitter.com/oaYAcBFi8N
— Telma Tavares (@tarantelma) July 26, 2023
Os cartazes da Alameda – na jurisdição da Câmara Municipal de Lisboa – e Loures mantêm-se. O cartaz da rotunda de Algés, como se pode ver em relatos na rede social X, foi visitado por elementos da polícia municipal e posteriormente retirado.
Questionada pelo online da RTP sobre a retirada do cartaz da rotunda de Algés, a autarquia de Oeiras responde liminarmente que “no Município de Oeiras toda a publicidade ilegal é retirada, neste e em todos os casos”.
Censura em Algés, após quase 50 anos do 25 de abril.
— Telma Tavares (@tarantelma) August 2, 2023
Luto pela liberdade de expressão das +4800 vítimas, por um memorial que erguemos para que ninguém se esqueça delas. Não esquecemos.#JMJ #WYD pic.twitter.com/hfO6ATA9Wt
Para o movimento, "a retirada do cartaz viola injustificamente o direito à liberdade de expressão", já que "o cartaz não colocou minimamente em causa a realização da JMJ, nem tem um cariz ofensivo".
"Temos o direito de expor o cartaz e iremos lutar por esse direito", conclui o comunicado, onde prometem, "analisar o recurso à via judicial para reagir a esta injustiça, de forma a compensar, dentro do possível, esta forma de censura ilegal por parte da CM de Oeiras".
Papa diz que é preciso ouvir o grito de angústia das vítimas
Clérigos não ficaram indiferentes às palavras do papa sobre abusos sexuais
Milhares de pessoas recebem o papa Francisco por toda a cidade de Lisboa
Foto: Miguel A. Lopes - Pool via Reuters