Luís Gomes promete prosseguir "luta" pela guarda de Esmeralda

O sargento Luís Gomes argumenta que o estado de saúde da menor Esmeralda Porto melhorou depois de ter sido ordenado um maior espaçamento dos contactos com os pais biológicos.

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A polémica sobre o estado emocional da menor começou em Maio RTP/arquivo

Salientando não ter conhecimento formal do conteúdo do acórdão que dá a tutela ao pai biológico, Luís Gomes prometeu que a "luta vai continuar" no que respeita à guarda da menor, confiando que a manterá num "futuro imediato".

Quanto à sentença ou sobre um eventual recurso, Luís Gomes não quis tecer grandes comentários, mas adiantou que "estava à espera de uma decisão que acautelasse o interesse da criança".

No que respeita à posição do casal, Luís Gomes revelou que têm recebido apoio de técnicos em psicologia. "Estão a educar-nos e a preparar-nos para tudo isto", disse.

"O que importa é ela (Esmeralda Porto)", pelo que a posição do casal é remetida para "segundo plano", resumiu o militar.

No acórdão divulgado quarta-feira, o Tribunal da Relação de Coimbra ordena que os contactos tenham um carácter semanal, mas Luís Gomes "teme que (o estado de saúde da menor) venha a piorar", como terá sucedido no passado.

Garantindo que nunca escondeu nada da menor, que sabe que os pais biológicos são outros, Luís Gomes salientou que Esmeralda Porto não aborda muito estas questões, mostrando-se "reservada" apesar da "fase difícil" que a família atravessa.

No entanto, "ela nunca levantou a possibilidade de deixar" a família de acolhimento e "não se importa de conhecer os pais mas não quer ir viver com eles", acrescentou o militar à saída do Regimento de Manutenção do Entroncamento, onde trabalha.

Luís Gomes disse, também, que as férias foram passadas em casa porque a sua mulher não se pode ausentar do concelho de Torres Novas, mas aproveitou para ir uns dias à piscina com a menina e ela "conseguiu equilibrar-se" do ponto de vista emocional.

A polémica sobre o estado emocional da menor começou em Maio, quando o casal que educou Esmeralda Porto pediu ao Tribunal de Torres Novas acompanhamento psicológico para a criança, alegando que ela já apresentava sinais de ansiedade e problemas de comportamento devido aos contactos com o pai biológico.

A 10 de Abril, as partes chegaram a acordo parcial para regular a tutela da menina, ficando a guarda da criança entregue ao casal que a criou, enquanto os pais teriam direito a visitas semanais no jardim-de-infância.

A criança foi entregue com três meses pela mãe, Aidida Porto, a Luís Gomes e Adelina Lagarto, mas sem autorização do pai, Baltazar Nunes, que decidiu perfilhar a filha quando ela tinha um ano.

Desde então, tem decorrido uma batalha legal entre o pai e o casal sobre a guarda da menor, tendo Luís Gomes sido condenado por sequestro da criança, um crime do qual a sua mulher também é acusada.
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