Mariana Mortágua garante que não irá viabilizar um governo da AD

por RTP
Foto: Pedro Pina - RTP

A líder do Bloco de Esquerda afirmou que o seu partido "nunca aprovará um programa e um governo da AD" por considerar ser "um mau programa para o país". Em entrevista ao 360 na RTP3, Mariana Mortágua acusou a direita de não ter condições para governar e reconheceu que o país está "numa má situação". Apesar do "cansaço", a solução poderá passar por chamar novamente os portugueses às urnas.


A coordenadora do Bloco acusa a direita de ser responsável pela atual instabilidade governativa em que o país vive e espera que o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, cumpra as garantias dadas durante a campanha eleitoral. “A garantia de não haver negociações com o Chega foi dada pelo líder do PSD e foi dada de forma incondicional, independentemente de outros apoios que conseguisse vir a obter, e portanto eu acho que cabe ao líder do PSD cumprir com os seus compromissos”, afirmou.

Mariana Mortágua disse que a direita não tem soluções para solucionar os problemas do país e garantiu que não irá viabilizar um governo de direita. “Nós fomos claríssimos como a água, durante a campanha, dizendo isto mesmo: quem vota no Bloco de Esquerda vota com a confiança que não é para aprovar nem é para viabilizar um governo de direita”, afirmou. 

Sobre a convergência que o Bloco de Esquerda quer procurar à esquerda, a líder bloquista confirmou que todos os partidos mostraram disponibilidade para reunir e que estão atualmente a conciliar agendas. “A vontade do Bloco é que todas as reuniões sejam feitas até à instalação da Assembleia da República, prevista para os últimos dias de março”, afirmou.

Mortágua defendeu que a convergência à esquerda é uma necessidade e uma responsabilidade dos partidos de esquerda e ecologistas de “abrir pontes de diálogo” para que possam encontrar conjuntamente formas de convergir e dialogar na oposição.

“Penso que é isto que é esperado de nós, neste momento, penso que há muitas pessoas preocupadas com a viragem à direita no país, muitas pessoas preocupadas com o crescimento da extrema-direita” explicou, destacando a importância de  “encontrar formas conjuntas e partilhadas de mobilização para a manifestação do 25 de abril que é tão importante este ano porque são os 50 anos e porque há uma extrema-direita à qual temos de fazer frente”.

Sobre a moção de rejeição do PCP, Mortágua voltou a sublinhar que é preciso ver o texto para decidir qual é o sentido de voto do Bloco de Esquerda. “Por uma questão de precaução, achamos que não devemos anunciar sentidos de voto face a moções de outros partidos sem ler os textos e até sem que o próprio governo tenha tomado posse”, esclareceu, admitindo contudo a probabilidade de votar ao lado do PCP: "é provável que venhamos a aprovar uma moção de rejeição".

Questionada sobre o crescimento do Livre, a líder bloquista considerou que o "Livre e o BE são partidos distintos com programas distintos" que não competem entre si e destacou que o "que nos deve preocupar é o crescimento dos deputados da extrema-direita".
Tópicos
pub