Ao fim de 19 anos, o Sporting voltou a sagrar-se campeão português de futebol, colocando termo à maior "seca" de títulos da história do clube. No entanto, a festa do futebol ficou manchada pelos desacatos entre polícia e adeptos, durante e depois do jogo.
O Sporting confirmou na terça-feira a conquista do título de campeão nacional que lhe fugia há 19 anos após vitória por 1-0 sobre o Boavista. O jogo começou em Alvalade às 20h30 e foi a essa hora também que se iniciaram os desacatos entre adeptos e polícia.
Impedidos de entrar no estádio por força da situação pandémica, os adeptos acabaram por se juntar nas imediações do estádio. Foi aí que se começou por instalar a confusão, com o arremesso de pedras, petardos e garrafas contra a polícia, que respondeu com balas de borracha para conter a multidão.
Houve registo de vários feridos, mas ao final da noite não havia detidos. Os confrontos foram de tal forma violentos que a polícia informou, ainda o jogo decorria, que o plano de circulação do autocarro com os jogadores do Sporting poderia ser alterado face aos desacatos registados.
Mas o caos acabaria mesmo por continuar junto ao Marquês de Pombal, a emblemática praça da cidade de Lisboa que costuma ser palco de festejos desportivos.
Devido à pandemia de Covid-19 o acesso à rotunda esteve vedado com grades. Milhares de adeptos leoninos ficaram assim confinados atrás das grades, enquanto o centro da praça e a estátua se pintou de verde.
Durante a noite, as imagens televisivas e os momentos de reportagem em Lisboa mostraram alguns adeptos com máscara e em cumprimento das regras sanitárias, outros sem qualquer equipamento de proteção individual e sem distanciamento social.
Neste dia de festa houve também descontrolo por parte de alguns adeptos que desrespeitaram as normas em vigor ao derrubarem repetidamente o gradeamento de proteção ou com o arremesso constante de garrafas de vidro e tochas contra as forças de segurança.
A PSP acabou por responder com disparos de balas de borracha. Registaram-se alguns feridos ligeiros, que foram prontamente assistidos pelos bombeiros no local.
O jogo em Alvalade terminou por volta das 22h30, mas a formação orientada por Rúben Amorim só chegou ao Marquês já perto das 4h00, depois de passar pelo Campo Grande, Campo Pequeno e Saldanha, sempre acompanhada de adeptos nas ruas, quase sempre debaixo de chuva.