PR fala ao país. "Este é o maior desafio da vida de todos nós"

por Alexandre Brito - RTP
PR numa declaração ao país em direto na televisão RTP

Numa declaração ao país, depois de ter renovado o estado de emergência para os próximos 15 dias, o Presidente da República afirmou que este é "porventura o nosso maior desafio dos últimos 45 anos". E avisa que os efeitos económicos e sociais desta crise "são mais profundos e duradouros do que das crises mais longas que já vivemos".

Marcelo Rebelo de Sousa começou por recordar como os portugueses têm estado "unidos e solidários" nas "suas casas, no trabalho, na coragem serena a enfrentar a pandemia".

Esta pandemia representa o maior desafio das "nossas vidas", diz o PR, "porque nos ultrapassa na sua origem e no seu fim, é universal e o adversário é imprevisível". Mas também porque atinge "a vida e a saúde [de uma forma] sem paralelo na nossa história democrática".

O PR alerta os portugueses que os efeitos desta pandemia serão profundos e longos, porque "agrava brutalmente a probreza dos mais pobres, as desigualdades dos mais desiguais, as exclusões dos mais excluídos". 

Mas também porque vai "exigir reforçada atenção e punição daqueles que queiram aproveitar-se da crise para atividades criminosas contra os valores da constituição".

Diz Marcelo que os "portugueses perceberam tudo isto e decidiram abraçar a luta comum". E que "todos entendem que o caminho é muito longo e muito exigente. Começou no combate da vida e da saúde sem o qual o combate da economia e da sociedade não pode ser travado com sucesso".

Diz o PR que a vida e a saúde exigem que a economia e a sociedade não parem. Nesse sentido, o PR fala em quatro fases.

A primeira foi a das últimas semanas, evitando que o crescimento do número de contaminados atingisse níveis excessivamente elevados e o recurso generalizado de internamentos não provocasse a rutura do sistema.

A segunda fase é a que estamos atualmente, diz Marcelo Rebelo de Sousa. "Será a das próximas semanas". O objetivo é manter a "desaceleração do surto, consolidando a contenção, tratando a maioria esmagadora dos infetados em casa e gerindo a subida de doentes carecidos de internamento e sobretudo de cuidados intensivos".

A terceira fase, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, será "vivida nas semanas seguintes. Mais cedo ou mais tarde consoante o sucesso da segunda fase, invertendo definitivamente a tendência do crescimento de casos".

A quarta fase passa pelo controlo "de forma consistente do surto, mesmo se ainda assistindo à ponta final dos custos humanos da pandemia."

Será esta uma "fase de progressiva estabilização da nossa vida coletiva".

O Presidente da República diz que a primeira fase já ganhámos, porque ganhámos tempo. Temos agora de ganhar a segunda fase. "Não podemos desbaratar a contenção da primeira fase e temos de consolidar a moderação do surto".

E dentro desta segunda fase, o PR definiu cinco objetivos.

1.º - Proteger os grupos de maior risco

2.º - Utilizar com bom senso e rigoroso critério a abertura da renovação do estado de emergência para prevenir situações críticas de saúde pública nos estabelecimentos prisionais

3.º - Assegurar que "não troquemos uns anos de vida e de saúde de todos por uns dias de férias ou reencontros familiares alargados de alguns".

4.º - Pedir aos "nosso compatriotas que de fora quiserem vir que entendam as restrições severas que cá dentro adotámos para a Páscoa".

5.º - Definir os critérios para o ano letivo atendendo à evolução da pandemia em abril. "Mais uma das opções do Governo na sua exigente missão nacional que o Sr. primeiro-ministro comunicará ao país no dia 9".
A terminar, o PR afirmou que "só ganharemos em abril se não facilitarmos" e se não "baixarmos a guarda". "Este é o maior desafio da vida de todos nós".
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