Presidente manifesta "mais fundo pesar" pela morte de Freitas do Amaral

por RTP
“A Diogo Freitas do Amaral deve a Democracia portuguesa o ter conquistado para a direita um espaço de existência próprio no regime político nascente” Rodrigo Antunes - Lusa

Conhecida a notícia da morte de Diogo Freitas do Amaral, fundador do CDS e antigo governante, o Presidente da República fez publicar uma nota em que “manifesta o seu mais fundo pesar”. Marcelo Rebelo de Sousa descreve o antigo candidato presidencial como “um dos quatro Pais Fundadores do sistema político-partidário democrático em Portugal”.

“A Diogo Freitas do Amaral deve a Democracia portuguesa o ter conquistado para a direita um espaço de existência próprio no regime político nascente, apesar das suas tantas vezes afirmadas convicções centristas”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa em mensagem publicada no portal da Presidência da República.Diogo Freitas do Amaral estava internado nos cuidados intermédios do Hospital de Cascais desde dia 16 de setembro.


“Deve, também, intervenções decisivas na primeira revisão constitucional e na feitura de diplomas estruturantes, como a Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas, a Lei Orgânica do Tribunal Constitucional, o Código do Procedimento Administrativo e parte apreciável da legislação do Contencioso Administrativo e da Organização Administrativa”, prossegue o Chefe de Estado.

Marcelo destaca ainda a “rica experiência parlamentar e governativa” de Diogo Freitas do Amaral, “com relevo para o Conselho de Estado, em 1974, a Assembleia Constituinte, a Vice-Presidência do Conselho de Ministros e o desempenho de funções ministeriais na Defesa Nacional e nos Negócios Estrangeiros”.

“E, no plano externo, uma prestigiante projeção de Portugal, em particular na Presidência da Assembleia Geral das Nações Unidas e na Presidência da União Europeia das Democracias Cristãs”, escreve o Presidente.

“Deve, como testemunho de excelência cívica, a sua participação na mais notável e disputada eleição presidencial em Democracia, e na qual avultaram os dois competidores da segunda volta, ambos Pais fundadores do regime e ambos potenciais primeiros Presidentes da República civis”.
“Importância fundacional”
Ainda segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o país deve a Freitas do Amaral, “além desse contributo único, apenas partilhado em importância fundacional com Mário Soares, Francisco Sá Carneiro e Álvaro Cunhal – cada qual a seu modo – uma vida devotada à Educação, na Universidade, onde foi Mestre insigne – na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa como na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e em inúmeras outras Escolas onde lecionou como Professor Convidado –, mas, por igual na escrita, na palavra, nas múltiplas instituições em que exercitou a sua natural e tão admirada vocação pedagógica e o seu culto pela História Pátria”.

“Tendo sido visto como um jovem com prematura feição de senador, nos anos 70 e 80, viveria depois, nas duas décadas seguintes, e deixar-nos-ia como um senador ainda com feição de jovem, nos seus sonhos e no seu deleite de viver cada dia”, refere o Presidente da República.

“O Presidente da República, que, além do mais, perdeu um grande amigo pessoal de meio século, apresenta à sua Família a expressão de grande saudade, mas, sobretudo, da gratidão nacional para o que foi o papel histórico de ter sido aquele dos Pais Fundadores a integrar a direita conservadora portuguesa na Democracia constitucionalizada em 1976”, conclui.
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