Risco de morte "aumenta muito com a idade"

por RTP

O professor Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), faz um balanço sobre a pandemia.

Relativamente ao risco de morrer, o especialista explica que ao fim de 50 dias de notificação da doença, dois por cento das pessoas estão a falecer depois de terem tido o diagnóstico de infeção. “No sexo masculino, o risco é significativamente maior do que no feminino”, acrescenta.

Tal como explica o professor do ISPUP, “este risco aumenta muito com a idade, passando de dois por cento para acima de 20 por cento na faixa etária dos 90 ou mais anos de idade e acima dos 12 por cento na faixa etária dos 80 aos 89”.

O risco de morte foi superior nos primeiros meses da pandemia, em março e abril de 2020. A partir daí, o número baixou consideravelmente, mas voltou a aumentar em dezembro e janeiro de 2021. Estes números mostram que “os períodos de grande afluência, de grande carga sobre o SNS, podem ter tido um efeito na maior probabilidade de se morrer” com Covid-19, explica o professor do ISPUP.

Por fim, Henrique Barros explica a relação entre a letalidade e as variantes, sublinhando que “todas as variantes têm aparentemente um risco aumentado de mortalidade”. A variante espanhola é a que tem a mortalidade mais elevada, mas Henrique Barros explica que é possível que a variante inglesa e a brasileira “venham a assumir uma relevância importante quando os números forem maiores e as estimativas mais estáveis”.
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