Rita Sá Machado, chefe de divisão de Epidemiologia e Estatística da Direção Geral de Saúde, referiu à RTP que a pandemia está num período de crescimento em Portugal, mas que este é menos exponencial do que já foi.
Sobre as várias datas apontadas para o pico da epidemia no país, a especialista da DGS lembrou que as previsões estão a ser feitas com base em modelos estatísticos a partir de pressupostos, que se vão alterando à medida da implementação de medidas de controlo de contágio e de propagação, pelo que a previsão está sempre a ser adaptada.
Também quanto às diferenças do impacto da pandemia, entre Portugal, Espanha e Itália, e ao facto de Portugal ao 25º dia e por milhão de habitantes ter mais pessoas infetadas que os seus vizinhos do sul da Europa, Rita Sá Machado refere que, "a nível epidemiológico, estamos a lidar com populações muito diferentes".
"Por isso mesmo não podemos só olhar para o número de casos", refere, para acrescentar que as análises face a "populações padrão", o país não está numa "forma tão grave" como a espanhola e italiana, sendo que os indicadores são analisados diariamente.
"Só estamos a ver a ponta do icebergue", reconhece a especialista em epidemiologia e estatística, "mas também fazemos previsões de forecasting", o que permite prever o desenvolvimento da pandemia no país no prazo de uma semana.
Devido ao nível de incerteza, Rita Sá Machado considera arriscado projetar um número de infetados ao longo do tempo.