Saúde. Governo cria gabinete de segurança para combater agressões a profissionais

por RTP

Para prevenir a violência contra os profissionais de saúde, o Governo vai criar um gabinete de segurança, que vai depender do Ministério da Saúde, anunciou Marta Temido no final de uma reunião como o ministro da Administração Interna.

O objetivo é garantir que quem está no “desempenho de cuidados de saúde, está a cuidar dos outros, e aquilo que nos preocupa é garantir que está a trabalhar em segurança, num ambiente tranquilo e onde não é vítima de nenhum tipo de agressão seja ela física ou verbal”, afirmou Marta Temido.
Na reunião entre os dois governantes foi “feita uma análise dos incidentes recentes relatados e verificados”.

O gabinete de segurança em saúde vai ser semelhante “ao gabinete de segurança escolar que já existe na dependência do Ministério da Educação”.
Uma das hipóteses é a criação de um botão de pânico, pedido pela Ordem dos médicos, e que já existe no Hospital Amadora Sintra. 

O Governo pretende “uma abordagem sistemática ao que são as situações de violência contra profissionais de saúde”.
Entre janeiro e setembro de 2019 foram registados 995 casos de violência, mais do que durante todo o ano de 2018.

“Sabemos que há aqui várias áreas de intervenção que uma estrutura, dessa tipologia, poderá ajudar-nos a garantir melhor. Desde logo a aspetos preventivos, de acompanhamento de incidentes, de identificação de risco de instalações, de formação dos próprios profissionais de saúde para encontrar alternativas de diálogo para situações que se venham a revelar como episódios de violência”, esclareceu.

Marta Temido frisou que o objetivo é ter “um retrato cada vez mais fiável do que são os episódios” e "estratégias de contrariar a violência contra os profissionais de saúde que totalmente repudiamos”.

A ministra da Saúde confessou que “há episódios que suscitam a nossa condenação”.

“Queremos tornar as instituições de saúde locais totalmente seguros para os profissionais que nelas trabalham”.Como vai funcionar?O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, esclareceu a forma como vai decorrer a criação destes gabinetes de segurança.

“O Ministério da Administração Interna irá colocar um oficial das forças de segurança junto do gabinete da senhora ministra, que irá coordenar a avaliação das áreas de maior risco, que estão identificadas quer pelas forças de segurança, nomeadamente pela Polícia de Segurança Pública e pelas estruturas do Ministério da Saúde”, explicou.

Segundo o ministro da Administração Interna, “esse oficial vai proceder também há avaliação das características físicas numa perspetiva de segurança de algumas instalações de saúde”.
“Fundamentalmente de hospitais, se necessário de centros de saúde, para que sejam dadas as recomendações adequadas que permitam melhorar as condições de segurança dos profissionais”, acrescentou.

O Ministério da Administração Interna “está disponível para, no quadro de uma avaliação rigorosa de situações de risco efetivo, ajustar a sua resposta de meios àquilo que sejam as necessidades de forças de segurança nalgumas estruturas de saúde”.

O gabinete de segurança pode avançar “de imediato, a decisão está tomada e vamos concretizá-la”.

A reunião entre os dois ministros, que decorreu no Ministério da Administração Interna, demorou cerca de uma hora, teve como objetivo analisar os episódios recentes de violência e estudar novas medidas para garantir a melhoria da segurança de todos os profissionais que trabalham nas unidades de saúde.
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