Variante Delta representa 100% das infeções em todas as regiões de Portugal

por RTP
Tiago Petinga - Lusa

O mais recente relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 conclui que a variante Delta foi responsável por 100 por cento das infeções por Covid-19 na semana que terminou a 15 de agosto.

"A variante Delta (B.1.617.2) apresenta uma frequência relativa de 100% na semana de 9 a 15 de agosto em todas as regiões, de acordo com os dados apurados até à data", refere o INSA. No último relatório, a prevalência desta variante, originária da Índia, era de 98,9 por cento.

Do total das 5278 sequências da variante Delta analisadas até à data, 66 apresentam a mutação adicional l K417N na proteína Spike (sub-linhagem AY.1). Apesar disso, esta sublinhagem “tem mantido uma frequência relativa abaixo de 1%” nas últimas semanas, ressalva o relatório.

Relativamente às variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), detetadas inicialmente em África do Sul e Brasil, respetivamente, o INSA sublinha que a sua frequência relativa “mantém-se baixa e sem tendência crescente”. Desde 26 de julho que não são detetados casos da variante Beta e apenas foram identificados dois casos da variante Gamma na semana que terminou a 8 de agosto.

No que se refere à variante Alpha, associada ao Reino Unido, não foi detetada na semana de 9 a 15 de agosto, depois de já ter sido predominante em Portugal e responsável por quase metade dos casos de infeção por Covid-19 na semana entre 31 de maio e 6 de junho.

O relatório semanal do INSA refere também que não foram detetados novos casos da variante Lambda (C.37), a qual apresenta circulação vincada nas regiões do Peru e do Chile.

Até à data, o INSA já analisou 14.748 sequências do genoma do SARS-CoV-2, responsável pela doença Covid-19. “No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2, têm vindo a ser analisadas uma média de 565 sequências por semana desde o início de junho de 2021”, afirma o relatório.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que a variante Delta, altamente transmissível, será em breve a estirpe dominante à escala global, sendo já a variante responsável pela generalidade das infeções na maioria dos países europeus.

Uma outra investigação do INSA divulgada esta terça-feira sugere que as vacinas de tecnologia mRNA (Pfizer e Moderna) são menos eficazes a prevenir a infeção pela variante Delta.
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