António Costa saiu este sábado a terreiro para uma contraofensiva. Criticado na véspera por Pedro Passos Coelho, que o acusou de ter “uma visão de orgulhosamente só”, o candidato do PS a primeiro-ministro fez o diagnóstico de um Governo apostado numa “oposição à oposição”. Desafiou, por isso, a coligação a sair de cena.
O atual Executivo, criticou António Costa em Bragança, “fracassou nos seus objetivos, está esgotado nas suas soluções e é incapaz de assegurar os mínimos da governação do país”.
“O que eu acho extraordinário é que, com tantos problemas que existem em Portugal, com tantos problemas que os portugueses têm, o Governo em vez de se concentrar a fazer o que devia, que é governar e resolver os problemas do país, se concentre a atacar o Partido Socialista e a fazer oposição à oposição”, reforçou em seguida o sucessor de António José Seguro.
Esta postura assumida pela maioria, continuou Costa, “dá vontade de dizer que, se de facto estão com tantas saudades de serem oposição e já estão cansados de serem Governo, então vão mesmo para a oposição”.
“Os portugueses também já estão muito cansados de eles serem Governo e está na hora de mudar o Governo em Portugal”, acentuou.
“Orgulhosamente só”
Na noite de sexta-feira, durante um jantar partidário em Lisboa, Passos Coelho acusara António Costa de patentear “uma visão de orgulhosamente só”, por fechar a porta a entendimentos pré-eleitorais.
“Espanta-me como, ao fim deste anos, ainda haja, em particular no principal partido da oposição, esta visão de que só é possível entendimentos depois das eleições”, reprovou o primeiro-ministro, para carregar na ideia de que “alguém que se propõe governar o país com esta perspetiva não aprendeu com a história, com os erros que cometeu o seu próprio partido, e não tem a oferecer aos portugueses senão uma visão do orgulhosamente só”.
“Eu espero que o PS, perante a visão de poder voltar a perder as próximas eleições, arrepie caminho, desista desta visão maniqueísta”, insistiu o líder social-democrata, que trataria ainda de acusar os socialistas de terem protagonizado, nos anos da governação de José Sócrates, uma “relação muito pouco transparente” com a PT e o Banco Espírito Santo.
Em declarações à agência Lusa, Vieira da Silva reagiu a esta acusação do chefe do Governo com uma outra - foi o atual Executivo, contrapôs o vice-presidente da bancada socialista, que mostrou uma “incapacidade de ação total” face à “crise no BES, que atinge uma das maiores empresas portuguesas, como é a Portugal Telecom”.
Para o antigo ministro, trata-se de “mais um artifício, mais uma habilidade política que se destina única e simplesmente a fugir às responsabilidades que o Governo tem de ser uma parte ativa na defesa dos interesses nacionais perante crises tão sérias”.
(c/ Lusa)
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