Lei da nacionalidade. Marcelo e Rangel pedem "calma e serenidade"

Marcelo Rebelo de Sousa continua a acreditar num entendimento entre partidos relativamente à lei da nacionalidade, afirmando que as preocupações que têm surgido em relação ao tema são "prematuras neste momento". Ao lado do presidente da República, em Cabo Verde, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, também pediu este sábado "calma e serenidade".

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Marcelo considera que foi “muito inteligente” não fazer a votação na generalidade “e enviar tudo para a comissão” Elton Monteiro - Lusa

Em declarações aos jornalistas em Cabo Verde, à margem da celebração dos 50 anos de independência, o presidente da República voltou a rejeitar pronunciar-se sobre as propostas de alteração do Governo à lei da nacionalidade até conhecer o documento final.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa diz manter-se confiante num entendimento entre os partidos, afirmando vê uma “predisposição para os partidos falarem e encontrarem soluções”.Marcelo considera que foi “muito inteligente” não fazer a votação na generalidade “e enviar tudo para a comissão”, afirmando que desta forma não se cria “logo à partida choques ou posições muito rígidas entre partidos”.

Questionado sobre as várias críticas e preocupações que têm sido levantadas, nomeadamente da parte dos governos de Cabo Verde e Moçambique, o presidente pede prudência, afirmando que “a sensação de que vem aí algo muito negativo é prematura neste momento”.
“Eles [partidos] são sensíveis à posição dos vários países irmãos de língua oficial portuguesa”, disse.

Paulo Rangel, que acompanha o presidente da República nesta visita a Cabo Verde, também pediu “calma e serenidade”, considerando que a proposta do Governo “é muito equilibrada e vai ao encontro das preocupações dos portugueses”.

“É preciso uma política humanista mas com regulação”, defendeu, afirmando que a imigração “esteve sem controlo estes últimos anos e isso conduziu a situações más para todos”.

“Se formos moderados e tivermos bom senso conseguimos uma solução humanista e que garanta que não existe um descontrolo”, declarou.

A votação das propostas do Governo para nacionalidade e imigração foi adiada, depois de um debate tenso no Parlamento na sexta-feira. Os diplomas vão agora ser discutidos na especialidade, à procura de um acordo mais abrangente.
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