Moção de confiança rejeitada. O filme dos acontecimentos
Nesta moção de confiança já se sabia à partida qual seria o resultado, com o chumbo garantido por parte de toda a oposição, excetuando a Iniciativa Liberal. Tal desfecho determinou o fim de um executivo eleito há precisamente um ano e um dia, a 10 de março de 2024.
O primeiro-ministro Luís Montenegro abriu o debate com um apelo direto ao principal partido da oposição, predispondo-se a "suspender a sessão" se o PS indicasse que questões pretendia ver respondidas.
Por seu lado, o secretário-geral do PS desafiou o chefe de Governo a "retirar a moção de confiança" e a aceitar a comissão parlamentar de inquérito relacionada com a sua empresa familiar.
Decorridas cerca de duas horas de debate, o PSD apresentou um requerimento para a suspensão de trabalhos de forma a reunir em privado com o PS. Esse pedido foi chumbado pela oposição à exceção da IL. O PS insistiu num esclarecimento “público” das questões sobre a Spinumviva, nomeadamente na comissão parlamentar de inquérito.
A partir daqui, o foco do executivo e do principal partido que o sustenta passou a ser esse: começou por apresentar uma proposta para uma comissão de inquérito com a duração de 15 dias. O principal partido da oposição não aceitou, acusando o chefe de Governo de tentar condicionar os trabalhos da CPI.
No final da discussão e ao fim de quase três horas de debate, o CDS-PP apresentou um pedido de interrupção dos trabalhos de forma potestativa, o que levou a um interregno de uma hora entre a discussão e a votação da moção de censura.
Foi já perto das 20h00 que se percebeu qual seria o desfecho deste último esforço de negociações. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, adiantou que o Governo propôs num último momento que a comissão parlamentar de inquérito apresentasse conclusões até ao final de maio, recebendo uma "recusa liminar" por parte do PS.
Finalmente, a moção de confiança foi chumbada tal como previsto. Só os partidos que sustentam o Governo e a Iniciativa Liberal votaram a favor, todos os outros votaram contra.
E logo começaram as trocas de acusações entre executivo e oposição, com um Luís Montenegro "perplexo" a atribuir culpas ao PS e o líder da oposição a acusar o primeiro-ministro de tentar "condicionar" a comissão parlamentar de inquérito com a moção de confiança.
O chumbo da moção de confiança determina automaticamente a queda do Governo mas não as eleições. O presidente da República já convocou os partidos e o Conselho de Estado para quarta e quinta-feira, sendo que admitiu na passada semana a realização de eleições antecipadas a 11 ou a 18 de maio.
Ventura diz que primeiro-ministro tentou agarrar-se a uma "boia de salvação"
O líder do Chega salienta que uma comissão de inquérito nunca poderia ter 15 dias devido aos prazos para notificações. Por outro lado, um comissão de inquérito de 60 dias teria como único objetivo "branquear e proteger" o primeiro-ministro.
Para André Ventura, ficou aos olhos de todos que Luís Montenegro "tem algo a esconder".
Mortágua diz que eleições são tentativa de "sobrevivência política" de Montenegro
"Não pode esconder informações sobre essa empresa, não pode continuar a ser primeiro-ministro", algo que Luís Montenegro "sabia", afirma Mariana Mortágua.
A moção de confiança e o desfecho das eleições são uma tentativa de "sobrevivência política" por parte do chefe de Governo.
"Por responsabilidade e escolha do primeiro-ministro iremos a eleições", concluiu Mariana Mortágua.
PCP critica "jogo do empurra"
Raimundo lembrou que ainda na última semana o PCP apresentava uma moção de censura com a qual "tentou contribuir para credibilizar a vida política nacional".
"Tínhamos ganho muito em dar esse passo na semana passada", concluiu.
Rui Tavares rejeita que portugueses não saibam como se chegou a eleições
Pedro Nuno Santos critica atitude "vergonhosa" e diz que PSD tentou "condicionar" CPI com moção
O secretário-geral do PS adiantou que apresentou um "tempo razoável" de 90 dias. No entanto, vincou que esse prazo poderia ser prorrogado em caso de necessidade.
Só se coloca um prazo "quando se quer fugir ao apuramento da verdade", sublinhou.
Luís Montenegro "perplexo" com desfecho da moção de confiança
Luís Montenegro considerou que o PS recusou a proposta do governo para estabelecer um prazo máximo de 60 dias, numa posição "intransigente", "para manter prolongada no tempo com isso querendo que a degradação política e todo o impasse gerado à volta da contaminação do trabalho governativo pudesse ser o mais longo possível".
"Só havia uma forma de termos uma possibilidade de evitar isso, era conciliarmos a legitimidade do Governo perante o Parlamento" e "realizarmos a CPI", explicou, referindo que a aprovação da moção de confiança era "o meio mais expedito para que a comissão de inquérito começasse desde já, nos termos e no objeto que o PS determinou".
Luís Montenegro reiterou que se mostrou disponível para prestar "todos os esclarecimentos necessários", voltando a acusar os socialistas de não quererem respostas mas sim o "prolongamento do impasse, da dúvida, da suspeição", uma vez que, afirmou, o prazo até final de maio "de quase 80 dias", era "perfeitamente conciliável" com os objetivos declarados do PS.
"Quem sai fragilizado é sobretudo o país", lamentou.
Presidente da República convoca partidos e Conselho de Estado
- 11h00 – Partido Social Democrata (PPD/PSD)
- 12h00 – Partido Socialista (PS)
- 13h00 – Chega (CH)
- 14h00 – Iniciativa Liberal (IL)
- 15h00 – Bloco de Esquerda (BE)
- 16h00 – Partido Comunista Português (PCP)
- 17h00 – Livre (L)
- 18h00 – CDS - Partido Popular (CDS-PP)
- 19h00 - Pessoas-Animais-Natureza (PAN)
Hugo Soares. "O Partido Socialista quis derrubar o Governo"
Moção de confiança chumbada. Governo cai
Governo propôs comissão parlamentar até final de maio, PS recusou
"Tivemos uma recusa liminar", adiantou o governante minutos antes da votação, lamentando que o PS não tenha alterado "um milímetro" da sua posição.
Hugo Soares diz que "só haverá eleições se o PS quiser"
O líder parlamentar social-democrata respondeu aos jornalistas no início da suspensão de trabalhos, dizendo que cabe ao Partido Socialista decidir se quer ou não eleições.
Trabalhos suspensos durante uma hora a pedido do CDS-PP
CDS-PP pede interrupção dos trabalhos de forma potestativa
"Tentativa de conluio" entre dois partidos, acusa o Chega
Pedro Duarte acusa PS de "intransigência, arrogância e radicalismo"
O ministro dos Assuntos Parlamentares recusa a acusação de que "seja o escrutinado que está a querer estabelecer regras". "Vamos ser sérios", apela.
Iniciativa Liberal critica "jogos partidários e agendas egoístas"
"jogos partidários e a defesa de agendas egoístas".
Tal como na primeira intervenção, Rui Rocha criticou a insistência na moção de confiança por parte do Governo, mas censurou também o PS por não se adotar e manter voto contra moção de confiança.
"O que está em causa é defender o interesse de Portugal", argumentou o líder da IL para explicar a decisão de votar a favor da moção de confiança.
PS acusa PSD de querer condicionar comissão de inquérito
O deputado do PS repetiu que não é o inquirido que define os termos da inquirição e que está nas mãos do Governo a possibilidade de retirar a moção de confiança
PSD diz que partido quis evitar "crise política"
"Tem valido tudo" neste debate, diz PCP
Paula Santos, líder parlamentar dos comunistas, diz que "tem valido tudo neste debate, pressão, chantagem, manobras até à ultima hora".
Governo propõe avançar com a criação da comissão de inquérito de 15 dias, PS exige retirada da moção de confiança
Livre anuncia voto contra
A deputada Isabel Mendes Dias volta a responsabilizar Montenegro pela crise política que dura há três semanas e anuncia voto contra a moção de confiança.
PS fala em "ato de cobardia"
A deputada acusou o Governo de "achar que o país é um jogo" e de "esconder" a sua mão "até ao fim".
Apontou ainda que o executivo está a tentar passar uma "imagem de transparência" mas continua sem aceitar a comissão parlamentar de inquérito.
Em resumo, trata-se de um ato de "cobardia", afirmou.
Bruno Ventura, do PSD, ataca Chega e PS
Lembrando as diversas vezes em que o Chega votou ao lado do Partido Socialista, "entre o país e o PS, André Ventura escolheu sempre o PS", afirmou o deputado social-democrata. Depois, acusa os socialistas de "degradar o nosso regime" e PNS de se "render" a André Ventura.
Chega volta a insistir: "Não é não"
Mariana Mortágua diz que Montenegro "não pode ser primeiro-ministro"
A líder do Bloco de Esquerda acusa Luís Montenegro de realizar um "jogo de sombras" nos debates, entrevistas e intervenções sobra a sua empresa Spinunviva.
Alexandra Leitão, do PS, diz que Governo e primeiro-ministro "estão desesperados"
Sobre o pedido de suspensão de trabalhos apresentado há momentos, o PS considera que tal constitui “uma prova de que o Governo e o primeiro-ministro estão desesperados”. A líder parlamentar socialista rejeitou qualquer reunião privada e insistiu que o PS “não quer esclarecimentos para si, quer esclarecimento para os portugueses”.
Esses esclarecimentos “têm de ser públicos”. “Sujeite-se à CPI e retire a moção de confiança”, afirmou.
PSD diz que Montenegro "tem a nossa confiança"
Regina Bastos, deputada do PSD, afirma que Luís Montenegro "tem a nossa confiança", depois de "mais de três semanas de ataques e mentiras".
Hugo Soares diz que quis evitar "crise política"
Requerimento do PSD para suspensão de trabalhos e reunião com PS foi rejeitado
PSD pede suspensão de trabalhos para que primeiro-ministro e líder do PS possam falar
PS repete desafio para ser retirada a moção de confiança
Pedro Delgado Alves, do Partido Socialista, sobe à tribuna para afirmar que "é evidente o incómodo com a comissão de inquérito".
Luís Montegro diz que é pela "clarificação" como Francisco Sá Carneiro
Sobre a frase de Francisco Sá Carneiro citada pelo deputado socialista, Luís Montenegro lembrou que "foi também ele alvo de uma campanha abjeta a propósito de uma questão financeira no final dos anos 70".
Considera que o líder histórico do PSD "seria o primeiro a preferir a clarificação ao apodrecimento" nesta situação.
"Não estou interessado em eleições, estamos interessados em condições para executar o nosso programa", apontou.
Luís Montenegro voltou a insistir que está "disponível" para evitar com o PS uma solução.
"Digam em concreto o que querem. (...) Vamos estabelecer um método e um prazo", apelou.
PS questiona avenças pagas à Spinumviva
"Há dúvidas que merecem esclarecimento", finalizou, recordando os 4500 euros de avenças pagas à Spinumviva. "Há muito por esclarecer".
Sandra Ribeiro do Chega faz intervenção sobre saúde
Sandra Ribeiro lembrou os tempos de espera para cirurgias, crianças que nasceram em ambulâncias ou mortes alegadamente relacionadas com falta de atendimento do INEM, entre outros problemas.
Se os portugueses "não confiam na saúde em Portugal, como pode o país confiar em si e no seu Governo?", questionou.
Brilhante Dias diz que Montenegro quer "sequestrar" o país
"Esta moção de confiança é uma cortina de fumo" para evitar que os portugueses percebam o que se passa com a empresa do primeiro-ministro, acusa o deputado socialista.
Chega diz que Montenegro e Pedro Nuno são "culpados" da crise
Ao fim de quase um ano a permitir a governação do PSD, o líder do PS "tira a mão ao Governo nesta moção de confiança".
Sobre o primeiro-ministro, considera que "faltou ao povo de português" ao não respeitar os valores de "verdade, transparência e lealdade",
Acusou ainda Luís Montenegro de ter esquecido, na sua intervenção, que "quem manda é o povo".
"Há uma terceira força política que poderá levar André Ventura a primeiro-ministro", apontou Pedro Pinto.
O líder parlamentar do Chega acusa ainda o PSD de "arrogância" e "falta de respeito" por quem foi democraticamente eleito, ao afirmar que o Chega é constituído dos "restos das listas" dos sociais-democratas.
Os deputados do Chega "não são arguidos como tiveram na vossa bancada", afirmou Pedro Pinto, que acabou a sua intervenção a falar da situação das forças de segurança.
"Diga o que quer" responde Montenegro a Pedro Nuno Santos
"Vamos ser sérios", diz o primeiro-ministro. "O senhor deputado anda há semana a levantar insinuações não fundamentadas sobre a minha conduta", acusa, dirigindo-se ao secretário-geral do Partido Socialista.
"Aquilo que o senhor quer não está escrito nesse requerimento [da comissão de inquérito], está por trás desse requerimento, o que o senhor deputado quer é estar a meses a lançar para a dúvida, para a suspeição, para degradação todo o sistema político português e a capacidade de o Governo executar o seu programa", acusa Luís Montenegro.
"Eu digo-lhe olhos nos olhos: diga-me, escreva-me, sente-se com alguém do Governo, comigo se quiser, entre os grupos parlamentares, defina o método para em 15 dias, em 30 dias eu lhe facultar tudo aquilo que o senhor precisa e que não tem nada a ver com esse requerimento que o senhor tem aí", desafia.
Hugo Soares diz que PS "não foi capaz" de colocar perguntas a Montenegro
Criticou ainda Rui Rocha e defendeu que a Iniciativa Liberalnão é a única que quer estabilidade política. Em relação à comparação de Rui Tavares com a demissão de António Costa em novembro de 2023, Hugo Soares lembrou que o ex-primeiro-ministro se demitiu "porque não tinha condições para continuar a governar"após terem sido encontrados 75 mil euros no âmbito da Operação Influencer
Quanto à comissão parlamentar de inquérito, Hugo Soares assinalou que Pedro Nuno Santos já disse ao país que haveria CPI nesta ou noutra legislatura.
Acrescentou que "só está na mão do PS haver uma comissão parlamentar de inquérito" e que para tal aconteça o PS só terá de se abster hoje.
Se não o fizer, o PS irá comportar-se como o Chega "vestido com um casaco de peles".
"Está a valer tudo" para derrubar o Governo e a moção de hoje servirá para determinar "quem é pelo país e quem é pelo interesse partidário", concluiu Hugo Soares.
Rui Tavares acusa Montenegro de falta de leadade
O líder do Livre afirma que, com a estratégia de resposta às suspeitas levantadas pela empresa Spinumviva, Luís Montenegro "baixou a bitola" para os seus sucessores, lembrando "as más experiências do nosso passado".
Pedro Nuno desafia Montenegro "retirar a moção de confiança e aceitar comissão de inquérito"
Vincou que o PS "deu todas as condições para que o executivo pudesse governar" desde que o atual primeiro-ministro iniciou funções, nomeadamente com a abstenção no OE2025.
No entanto, o líder do PS considera que há hoje "muito mais razões para chumbar a moção de confiança" tendo em conta os acontecimentos das últimas semanas.
Acusou o chefe de Governo de preferir ir para eleições antes de uma comissão parlamentar inquérito e que Luís Montenegro deve "retirar a moção de confiança" e "aceitar a comissão de inquérito" que até já tem "objeto definido".
Pedro Nuno Santos enumerou depois algumas das suspeitas que pairam nos negócios da empresa familiar de Luís Montenegro. "A CPI é fundamental para dissipar qualquer dúvida ou suspeita", contrapôs.
Montenegro volta a desafiar o PS
"Não tenho dúvidas que os portugueses não percebem o que está a acontecer" e que "não querem eleições antecipadas", reconhece Luís Montenegro.
Rui Rocha acusa Montenegro de "levar o país para eleições para não dar explicações"
"Estamos a mergulhar numa crise política que os portugueses não entendem", afirmou o líder partidário, defendendo que a IL não toma a sua decisão sobre a moção de confiança "em função do interesse partidário, decidimos em função do interesse do país", privando-se de eventuais ganhos políticos em eleições.
Apesar do voto a favor na moção de confiança, Rui Rocha afirmou ter "divergências profundas em relação a matérias de governação" e que o primeiro-ministro “falhou” ao permitir a contaminação de problemas pessoais de Luís Montenegro para o primeiro-ministro e para o Governo.
O primeiro-ministro "atrasou explicações e deu explicações pela metade" e está “a levar o país para eleições para não dar mais explicações”, acusou.
"Este era o tempo da responsabilidade política, do sentido de Estado", apontou Rui Rocha, apontando irresponsabilidade dos vários partidos políticos com "jogos palacianos e jogos de espelhos".
PCP acusa Montenegro de "sacudir responsabilidades"
Paulo Raimundo, secretário-geral do Partido Comunista, afirma que recusa participar "neste jogo de sombras".
PAN pede ao Governo "humildade" para falar com PS e Chega
"Estamos há 19 dias a debater a idoneidade do primeiro-ministro", apontou a porta-voz do PAN, apontando para vários inconvenientes de levar o país para as eleições "quando temos um contexto económico internacional que devia convocar para uma maior estabilidade política interna".
Perante o "braço de ferro com o líder do PS e do Chega", Inês Sousa Real pede ao chefe de Governo que seja "o primeiro a recuar" para evitar eleições.
Inês Sousa Real pediu ainda "maior transparência" e "sentido de Estado" ao primeiro-ministro.
"Retire a moção de confiança e tenha a humildade de falar com os dois maiores partidos da oposição", apelou por fim.
PM responde a Ventura, a Núncio e a Mortágua
Luís Montenegro ridiculariza as "lágrimas de crocodilo" de André Ventura e acusa o líder do Chega de ter andado "de braço dado" com o Partido Socialista neste último ano.
André Ventura lembra Montenegro que "não é não"
"Estou convencido que Chega vencerá as eleições legislativas", vincou o líder do Chega, criticando ainda o trabalho do PSD a arranjar "tacho no Governo" para autarcas em fim de mandato ou a falta de ação na saúde. “A saúde está um caos”, concluiu.
Ventura reforçou que o partido irá votar contra a moção de confiança, afirmando que não esquecem o “não é não” afirmado perante o Chega no início da legislatura.
"Se não é não, não é não", afirmou. "Teve nas mãos a possibilidade de construir uma maioria histórica", apontou.
Mariana Mortágua toma a palavra
A líder do Bloco de esquerda contesta as explicações de Luís Montenegro sobre a empresa Spinumviva
Paulo Núncio: "É o momento de responsabilidade política"
Montenegro disponível a "suspender sessão" se líder do PS disser que esclarecimentos quer
De acordo com o líder do Governo, se o PS "quisesse mesmo escrutínio, tinha apresentado um requerimento com as suas perguntas" e "não o fez".
"O que o PS quer é manter a suspeição em lume brando".
"Está nas mãos do PS saber decidir se vamos para um processo de eleitoral antecipado ou não. Está nas mãos do PS dizer o que quer verdadeiramente no seu esclarecimento".
"Quem não deve não teme", argumenta Montenegro
Começou o debate da moção. Montenegro questiona se há confiança no Governo
“Não exigimos a adesão política ao programa do Governo, mas não podemos prescindir da confiança institucional”, uma vez que só assim, continuou, Portugal pode continuar a ter estabilidade política.
“Veremos se em Portugal os socialistas se coligam com a extrema-direita para derrubar um Governo democrático”, afirmou.
Aberto processo de averiguação de procuradoria ilícita a empresa da família de Montenegro
"Foi aberto um processo de averiguação de procuradoria ilícita", disse o presidente do CRPOA, Jorge Barros Mendes, um dia depois de a notícia ter sido avançada pelo jornal Eco.
Segundo o mesmo responsável, o processo foi aberto na sequência de um pedido do Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA), com base no comunicado que foi emitido pela empresa Spinumviva, da família de Luís Montenegro.
"Agora, haverá averiguação no sentido de percebermos que atos é que foram praticados pela empresa e qual é o objeto social da empresa para percebermos se efetivamente são atos próprios de advogado ou não e se houve ali a prática de procuradoria ilícita ou não e quem os praticou", referiu Jorge Barros Mendes, acrescentando que poderão estar em causa atos de procuradoria ilícita praticados pela própria empresa ou por pessoas que trabalhavam na empresa.
A defesa de Luís Montenegro por Miguel Albuquerque
Reveladas mais duas investigações jornalísticas a envolver Montenegro
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Moção de confiança. Como se chegou até aqui?
Cenário de legislativas antecipadas é cada vez mais certo
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Crise Política. A análise de António José Teixeira
Pedro Nuno considera moção de confiança "demissão cobarde" de Montenegro
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PS reforça que não vê confiança no Governo
PSD considera que Governo "precisa da legitimidade de uma moção de confiança"
Segundo Gonçalo Lage, "era suposto" que as duas moções de censura que foram rejeitadas no Parlamento fossem suficientes para dar legitimidade ao Governo. Mas não "chegam quando todos os esclarecimentos que são feitos nunca são suficientes".
BE lamenta que fique "muito por esclarecer"
CDS defende que Montenegro "não cometeu delito nenhum"
"Primeiro-ministro não respondeu" e Chega vota contra moção de confiança
Conselho Nacional extraordinário do PSD reúne-se na quarta-feira
Não há "alternativa se não rejeitar moção de confiança", diz PAN
PCP acredita que antecipar eleições é melhor solução
Livre frisa que "não há estabilidade quando não há confiança institucional"
"A maior parte dos partidos na Assembleia da República disseram claramente que não, não têm confiança no primeiro-ministro".
Para o partido, referiu, "o país precisa de estabilidade, mas numa altura importante a nível mundial (...) o primeiro-ministro não tem participado nesta discussão internacional".
"Ninguém quer ir para eleições (...) mas um grande fator de instabilidade na verdade é um primeiro-ministro que não põe um primeiro-ministro à frente das suas decisões".
IL a favor da moção de confiança: "é um voto pelo interesse dos portugueses"
O IL anunciou na semana passada que irá votar favoravelmente na moção do Governo, confirmando a confiança no Executivo de Luís Montenegro. Segundo Mariana Leitão, o partido considera que "há uma responsabilidade e que há um interesse dos portugueses que tem de ser defendido".
"É óbvio que o primeiro-ministro é o grande responsável por ter criado esta instabilidade e esta crise", acusou a deputada liberal, lamentando que Luís Montenegro "tenha arrastado todo um Governo para esta situação" e "evitado dar esclarecimentos nos momentos oportunos".
Contudo, tendo em conta o contexto internacional, o IL acredita que "não é o momento" para o país ir a eleições.
"Não podemos estar constantemente em crise política", continuou. "Isto não é um voto de confiança no Governo, é um voto ao lado dos portugueses e pelo interesse dos portugueses".
Alexandra Leitão estranha que Montenegro mantenha candidatura se for arguido
Tiago Petinga - Lusa
Presidente é "primeiro interessado" em evitar crise política
António Pedro Santos - Lusa
Na Culturgest, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa fez também a entrega do Prémio Pessoa ao compositor Luís Tinoco.
Moção com reprovação anunciada
Está é a 12ª moção de confiança apresentada submetida ao Parlamento em democracia. A confirmar-se o esperado chumbo, o Governo de Luís Montenegro será o segundo a cair nestas circunstâncias, após o destino do I Governo Constitucional, em 1977, então liderado pelo socialista Mário Soares.
A moção com o título "Estabilidade efetiva, com sentido de responsabilidade" foi anunciada pelo primeiro-ministro a 5 de março, no arranque do debate da moção de censura do PCP, face a dúvidas relativas às esferas patrimonial e profissional de Montenegro.O debate desta terça-feira começa com uma intervenção de 12 minutos por parte do Governo. Segue-se o debate e o encerramento também pela voz do Executivo. Ao todo, a sessão ocupará 151 minutos.
Se a moção não for retirada, cenário colocado de parte pelo Governo, segue-se a votação.
Uma vez aprovada a moção de confiança, o resultado é reportado pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - Cumpre-se então o artigo 195.º da Constituição da República, ao abrigo do qual o chumbo de uma moção de confiança dita a demissão de um governo.
Retirar a moção? "Não faz sentido"
Na segunda-feira, em entrevista à TVI, Luís Montenegro voltou a afastar a possibilidade de retirar a moção de confiança. "Não faz sentido", atalhou o primeiro-ministro.
Por sua vez, em entrevista à SIC, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, pôs de parte a marcha-atrás no voto contra a moção do Governo, reiterando que considera insuficientes os esclarecimentos do chefe do Executivo e que o recurso a uma moção de confiança equivale a "um pedido de demissão cobarde".
Os socialistas mantêm a intenção de avançar potestativamente com uma comissão parlamentar de inquérito.A última moção de confiança a ser apresentada teve aprovação a 31 de julho de 2013, na vigência do Governo de coligação chefiado por Pedro Passos Coelho.
Recorde-se que Marcelo Rebelo de Sousa avançou já como datas possíveis para eleições legislativas antecipadas os dias 11 ou 18 de maio.
A crise política foi espoletada em fevereiro, quando o Correio da Manhã avançou com uma notícia sobre a Spinumviva, empresa familiar de Luís Montenegro, à altura detida pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em regime de comunhão de adquiridos. A empresa foi entretanto passada para os filhos do primeiro-ministro.
O caso suscitou dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
O Expresso revelou, por seu turno, que o grupo Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva.
c/ Lusa
Moção de confiança, queda do Governo, novas eleições. O calendário previsto para os próximos meses
Nesse cenário, o Presidente da República irá ouvir os partidos com representação parlamentar a partir de quarta-feira.
No dia seguinte, quinta-feira, convoca o Conselho de Estado, no final do qual emitirá uma nota.
Na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa deverá assinar o decreto de dissolução da Assembleia da República. O Presidente poderá também fazer uma declaração ao país.
Se estes prazos forem cumpridos, as eleições deverão decorrer a 11 de maio. Será a terceira vez consecutiva que a legislatura não chega ao fim, provocando eleições antecipadas.
Resposta aos partidos. Montenegro continua sem revelar montantes recebidos, tipos de serviço ou "clientes ocasionais"
Na antecâmara da discussão e votação de uma moção de confiança que será apresentada pelo Governo esta terça-feira, os partidos receberam na segunda-feira as respostas de Luís Montenegro. Confira aqui as respostas endereçadas ao Chega e aqui as respostas às questões do Bloco de Esquerda.
Marcelo revela que falou com o primeiro-ministro e líder do PS
Foto: António Pedro Santos - Lusa
Crise política. Primeiro-ministro respondeu por escrito às perguntas dos partidos
O primeiro-ministro português tem sido acusado por dirigentes socialistas de preferir ir a votos do que dar mais explicações numa comissão parlamentar de inquérito, sendo comparado ao presidente norte-americano nesta opção.
Moção de confiança. André Ventura considera explicações de Luís Montenegro "insuficientes"
Crise política. Chega e Bloco dizem que respostas de Montenegro são insuficientes
PAN anunciou voto contra a moção de confiança
Livre considera que crise política poderia ser evitada com explicações de Montenegro
Foto: António Cotrim - Lusa
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