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Recado à ministra da Coesão. Marcelo não perdoará falha nos fundos europeus

por Carlos Santos Neves - RTP
"Verdadeiramente super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que eu acho que deve ser" Fernando Veludo - Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa dedicou parte da alocução que fez este sábado na Trofa, por ocasião da inauguração dos Paços do Concelho, a uma mensagem à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. O presidente da República prometeu estar “muito atento” à execução dos fundos europeus e não perdoar uma eventual falha. “Espero que esse dia não chegue”, avisou.

“Como não tenho tido oportunidade de o dizer, digo-lhe hoje: quando aceitamos funções políticas sabemos que é para o bom e para o mal”, atalhou o chefe de Estado.

“Não somos obrigados a aceitar. Sabemos que são difíceis, são árduas, que estão sujeitas a um controlo e a um escrutínio crescente - a democracia é isso - e há dias bons e dias maus, dias felizes e dias infelizes. A proporção é dois dias felizes por dez dias infelizes”, continuou.

“Este é um dia super feliz, mas há dias super infelizes. E verdadeiramente super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que eu acho que deve ser. Nesse caso não lhe perdoo. Espero que esse dia não chegue, mas estarei atento para o caso de chegar”, acentuou Marcelo.
Em seguida, o presidente abordou a história de criação do concelho da Trofa, por desagregação face a Santo Tirso, que recordou ter acompanhado como líder da oposição e por influência de Luís Marques Mendes, então líder parlamentar dos social-democratas.

O município da Trofa deixou este sábado de ser o único a não ter Paços do Concelho. O novo espaço custou 10,4 milhões de euros. Localiza-se a poucos metros do Parque Nossa Senhora das Dores, no centro do concelho. Os serviços da autarquia encontravam-se, até agora, dispersos por 17 espaços.“Esperemos que não haja mais pandemias”
À margem da cerimónia, o presidente da República não quis, como na véspera, alargar-se em comentários sobre uma revisão constitucional, para a qual “não risca nada”. Contudo, retomou o aviso para a necessidade de “ter tudo bem certinho” em matéria de emergência sanitária.

“Eu não tive problemas de consciência quanto ao regime do Estado de Emergência, mas esperemos que não haja mais pandemias. Mas se houver é bom ter tudo certinho porque o Estado de Emergência foi adaptado para uma emergência, mas não foi pensado para isso”, afirmou Marcelo.“O presidente da República não risca nada em revisões constitucionais. Pode é ter a vida facilitada em algumas matérias”, disse o chefe de Estado.


Marcelo Rebelo de Sousa voltou também a dar como exemplo a lei dos metadados: “É o caso dos metadados, para não estar a promulgar diplomas que depois chegam ao Tribunal e chocam com a jurisprudência do Tribunal Constitucional”.

Ladeado pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e pelo líder do PSD, Luís Montenegro, Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas após visitar o novo edifício dos Paços do Concelho, acompanhado também pelo presidente da Câmara local, Sérgio Humberto.

Questionado pelos jornalistas sobre o tema da revisão constitucional, Luís Montenegro remeteu mais declarações para domingo.

c/ Lusa
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