Retirada de cartazes. Ventura diz que é um mau dia para a democracia

Sobre a decisão do tribunal de o mandar retirar os cartazes sobre a comunidade cigana, André Ventura já reagiu, para dizer: "Não me arrependo".

RTP /
Foto: António Pedro Santos - Lusa

O líder do Chega garante que não se arrepende dos cartazes escolhidos para a sua campanha presidencial. Numa comunicação em direto nas televisões, esta tarde, acrescentou que hoje foi um mau dia para a democracia.

Esta segunda-feira uma decisão do Tribunal Cível de Lisboa obrigou o Chega a retirar todos os cartazes da campanha presidencial de André Ventura que visam a comunidade cigana, estipulando um prazo de 24 horas para que tal aconteça.O Tribunal Cível de Lisboa ordenou, esta segunda-feira, que sejam retirados os cartazes do partido Chega sobre ciganos.

A juíza Ana Barão decidiu que os cartazes que instam as pessoas de etnia cigana a "cumprir a lei" não podem continuar afixados. 

Na conferência desta tarde a partir da sede do Chega no Porto, Ventura disse que o partido vai estudar a possibilidade de recorrer da decisão, mantendo que fez "o correto" perante uma comunidade em "incumprimento" perante a lei.
"Um dos nossos cartazes diz que têm que cumprir a lei. Eu também tenho. (...) O Chega irá nas próximas horas reunir comigo, enquanto candidato presidencial, e com a nossa equipa jurídica, para analisar os efeitos desta decisão, os seus prazos, e também a possibilidade ou não da interposição de recurso", acrescentou.

Para Ventura, estamos perante uma "decisão de força, de intimidação e ameaça [e] este é um mau dia para a nossa democracia. E é um mau dia para a nossa democracia porque a liberdade não foi assegurada. (...) O cartaz não dizia que os ciganos não cumprem a lei, ou os ciganos que moveram esta ação não cumprem a lei. Dizia que os ciganos têm que cumprir a lei", declarou.

Ventura disse ter pesquisado por outras situações semelhantes e acusou o tribunal de "censura" ao Chega.

"Era bom que o tribunal tivesse noção do precedente que criou hoje. Era bom que o tribunal tivesse noção da injustiça que cometeu hoje e do precedente gravíssimo para a democracia que abriu hoje, em que todas as minorias afetadas se podem sentir no direito de mandar retirar cartazes políticos, outdoors, mensagens políticas", sublinhou.

c/ Lusa
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