Sondagem presidenciais. Ana Gomes ameaça Ventura e Marcelo

por RTP
Ana Gomes em maio de 2012, quando era eurodeputada socialista e integrava os comités do Parlamento Europeu para os Negócios Estrangeiros e os Direitos Humanos Reuters

Se as eleições para a Presidência da República fossem daqui a uns dias, Marcelo Rebelo de Sousa venceria, mas perderia votos para a socialista Ana Gomes, caso esta também fosse candidata. Ana Gomes ameaçaria também André Ventura, que já anunciou a sua intenção de se candidatar.

As intenções são reveladas por uma sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã, CMTV e o jornal Negócios.

Quinze entrevistadores ouviram 614 cidadãos portugueses, incluindo 295 homens e 319 mulheres, sobre o seu sentido de voto nas eleições presidenciais de 2021.

Pela primeira vez, foram admitidas as candidaturas eventuais de Ana Gomes e da apresentadora Cristina Ferreira.

Qualquer outra semelhança é quase coincidência.

Se Ana Gomes surge como uma candidata possivelmente forte do Partido Socialista, a sondagem indica à apresentadora de televisão, que já admitiu a possibilidade de concorrer um dia à Presidência da República, que será melhor esperar, já que não fica aquém de um sexto lugar.

O resultado das inquirições deste mês de fevereiro revelou uma queda de 10 pontos percentuais de Marcelo Rebelo de Sousa, relativamente à sondagem anterior - de 68,5 para 58,5 por cento.

O deputado e líder do CHEGA, André Ventura, recolhe por seu lado 9,3 por cento das preferências dos entrevistados, mais seis décimas face a janeiro e a única subida.

Em terceiro, a 0,5 por cento de Ventura, surge Ana Gomes, com 8,8 por cento das intenções de voto, na sua entrada nas listas.
Marisa Matias cai 2,8%
Os dois lugares seguintes são ocupados por possíveis candidatos do Bloco de esquerda e do PCP, que obtêm resultados relativamente modestos.

A deputada bloquista, Marisa Matias, caiu para quarto lugar com 4,6 por cento das intenções de voto, a maior queda registada - anteriormente recolhia 7,4 por cento.

Apesar disso, a preferência por Marisa Matias é quase o dobro da por Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do Partido Comunista também caiu, de 3,2 para 2,6 por cento, mantendo à justa o quinto lugar entre as escolhas propostas pela Intercampus, à frente dos 2,4 por cento obtidos por Cristina Ferreira.

Carlos César, atual presidente do Partido Socialista, teria ainda menos votos do que os anteriores - 1,3 por cento, menos 0,3 por cento do que anteriormente.

Em conjunto, Marcelo, Jerónimo, Marisa e Carlos César perdem quase 14 pontos percentuais. As duas novas entradas - Ana Gomes e Cristina Ferreira - assumem em conjunto 11,2 por cento das intenções de voto.
Marcelo só em novembro
Tanto André Ventura como Ana Gomes são comentadores contestatários em programas televisivos, o que lhes poderá dar alguma vantagem de popularidade e proximidade aos eleitores.

Este fator, contudo, não será o mais determinante, a avaliar pelos resultados inferiores obtidos por Cristina Ferreira.

Já Marcelo, apesar de se manter vitorioso por uma margem confortável, nesta sondagem está longe da maioria de 70,35 por cento obtida por Mário Soares em 1991, quando foi reeleito Presidente.

O atual ocupante de Belém consegue ainda assim uma taxa de votação superior à da primeira eleição, em 2016, quando recolheu 52 por cento dos votos.

Marcelo mantém o tabu quanto à sua decisão de se recandidatar ou não a um segundo mandato, afirmando que só irá revelar a decisão em novembro próximo. A expectativa geral é a de que irá recandidatar-se.
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