OMS declara fim da pandemia da Gripe A
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da pandemia de H1N1, a primeira deste século. Contudo, o vírus continua em circulação, sobretudo com o tempo frio. O vírus H1N1 foi responsável pela morte de 18 500 pessoas em todo o mundo, das quais 124 em Portugal, desde que foi identificado em Abril do ano passado. A organização admite que mais pessoas tenham perecido em virtude do vírus. Em Portugal, afectou um milhão de pessoas.
Na semana passada, a OMS contava 18 499 vítimas mortais directamente relacionadas com o H1N1, inicialmente designado por Gripe A. A organização admite que o balanço seja mais elevado.
Apesar da descida do nível de alerta, a OMS nota que vão continuar a registar-se casos de H1N1 nos próximos anos, incluindo nos grupos de risco que englobam crianças, grávidas e idosos.
Segundo a OMS, é impossível traçar uma estimativa da evolução do vírus na fase pós-pandémica, uma vez que o vírus poderá sofrer mutações.
Na página da OMS pode ler-se que o H1N1 deverá continuar a circular como um vírus de gripe sazonal, sendo previsível que cada vez mais pessoas desenvolvam imunidade à sua versão actual. As autoridades de saúde também admitem que o vírus poderá surgir sob a forma de focos de transmissão localizados e de diferentes magnitudes.
Para o período pós-pandémico, a OMS recomenda a manutenção da vigilância.
Mais de 120 mortes em Portugal
Cento e vinte e quatro pessoas morreram na sequência da gripe A, de acordo com os dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). O número consta do relatório da Actividade Epidémica Gripal em Portugal no ano passado, que será apresentado no próximo mês de Outubro, durante o 2.º Congresso Nacional de Saúde Pública.
O director-geral da Saúde, em declarações à Lusa, revelou ainda que foram registados em Portugal cerca de um milhão de casos de gripe A e que 1436 pessoas foram internadas, 193 das quais em cuidados intensivos. A actividade do H1N1 em Portugal concentrou-se entre os meses de Agosto de 2009 e Fevereiro de 2010. Novembro foi o mês em que o vírus teve a sua expressão mais significativa.
Francisco George, sublinhando que o declínio do vírus em Portugal é mais acentuado a partir de Janeiro, já esperava a passagem à fase pós-pandémica. Não foram diagnosticados casos nos últimos meses.
O director-geral da Saúde alerta que o H1N1 continua a circular, sobretudo nas semanas frias do ano. "Por isso faz todo o sentido apelar para os portugueses se protegerem através dos serviços de vacinação. Para quem tem mais de 65 anos ou doenças crónicas devem fazer vacina sazonal trivalente, que inclui também este vírus. Os restantes cidadãos podem também ser imunizados em relação ao H1N1", declarou Francisco George.