NASA vai intensificar a busca de exoplanetas

por Nuno Patrício - RTP
O novo telescópio espacial está previsto ser lançado no dia 16 de abril. Foto: NASA/DR

Apesar da missão desempenhada pela sonda Kepler, que já descobriu até agora quase 2400 planetas, sendo que 30 destes estão na chamada zona habitável, a NASA quer ir mais longe e procurar novos planetas que possam eventualmente suportar vida, com um novo telescópio espacial de nome TESS.

A Agência Espacial norte-americana (NASA) volta a apostar na busca de planetas em órbita de estrelas fora do nosso sistema solar. Para seguir em frente com esta missão, a NASA vai enviar para o espaço, já no próximo dia 16 de abril, a sonda TESS - Transiting Exoplanet Survey Satellite (Satélite de Pesquisa de Exoplanetas).

De acordo com a informação disponibilizada na página da internet da NASA, o TESS encontrará mundos desconhecidos ao redor de estrelas próximas brilhantes, fornecendo alvos onde estudos futuros avaliarão sua capacidade de abrigar vida.
A sonda Kepler da NASA usou o trânsito planetário para detetar mais de 2.600 exoplanetas confirmados, a maioria deles orbitando estrelas fracas entre 300 e 3.000 anos-luz de distância. Agora e por falta de combustivel vai acabar por "morrer", mas com um enorme contributo para a ciência no conhecimento do espaço profundo.
A TESS é composta por quatro câmaras de espetro largo cobrindo 85 por cento de todo o espaço visível pela sonda. Dentro desta vasta perspetiva visual, o “céu” vai ser dividido por 26 setores, que a TESS observará um por um.

O sistema de busca dos novos exoplanetas será feito com o mesmo método utilizado pelo Kepler, através do fenómeno conhecido como trânsito planetário, em que um planeta passa na frente de sua estrela, causando um mergulho periódico e regular no brilho da estrela.

A TESS vai se focar em estrelas a menos de 300 anos-luz e 30 a 100 vezes mais brilhantes do que os alvos de Kepler.


 
Esta missão avaliada em 337 milhões de dólares, faz parte de um trabalho conjunto entre a NASA Astrophysics Explorer, liderada e operada pelo MIT e gerenciada pela Goddard.

Missão espacial Kepler perto do fim por falta de combustível


Todas as missões têm uma validade temporal definida, mas os cientistas, engenheiros e investigadores da NASA nunca contaram que a Kepler durasse tanto tempo.

Com uma missão prevista de três anos e meio, a sonda norte-americana Kepler está a funcionar há mais de nove anos, apesar dos vários problemas a que esteve exposta.

Localizada a cerca de 151 milhões de quilómetros de distância, o telescópio espacial Kepler sobreviveu a muitos casos de fuga de combustível durante seus nove anos de voo, diversas falhas mecânicas devido a explosões de raios cósmicos.

Lançada em 2009, a principal missão de Kepler terminou em 2013, quando a segunda roda de reação se partiu, tornando-a incapaz de manter um olhar fixo no campo de visão original.

Privada desta ferramenta mecânica os cridores da sonda usaram a pressão da luz do sol para manter a posição do telescópio espacial, como um ‘caiaque’ navegando na corrente solar.

Renascido como "K2", esta missão estendida exigia que a sonda mudasse o campo de visão para novas porções do céu a cada três meses, apelidada por "campanhas".

Inicialmente, a equipe do Kepler estimou que a missão do K2 poderia conduzir dez campanhas com o combustível restante.

Mas os cientistas foram excessivamente conservadores. Tendo já a Kepler completado 16 campanhas, sendo que este mês entrou na sua 17 campanha.

Agora os dados provenientes da sonda mostram mesmo que o combustível está mesmo no fim, colocando para breve o fim extraordinário de uma sonda que deu a conhecer ao mundo um outro universo povoado de muitos planetas, muitos deles com grande probabilidade de conter ou albergar vida.
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