Em carta enviada aos trabalhadores da Tesla, o CEO Elon Musk anunciou um corte de pessoal na construtora na ordem dos 7%, o que deverá implicar a saída de mais de 3000 pessoas ao mesmo tempo que prepara a empresa para acelerar a produção do Model 3. A reestruturação laboral está precisamente relacionada com a falha na entrega das unidades deste carro, que ficou aquém do prometido no último trimestre de 2018.
Trata-se, ao mesmo tempo, do quebrar de mais uma promessa do construtor visionário. Numa recente entrevista ao programa da cadeia norte-americana CBS “60 minutes”, Elon Musk dizia acreditar no crescimento próximo da companhia.
Ao mesmo tempo sublinhava a necessidade de valorizar a força de trabalho das pessoas, deixando uma crítica à excessiva robotização (automatização) e reafirmava o cumprimento de prazos e encomendas. A carta revela agora que não é assim, mas já então o próprio Musk afirmara que tudo poderia mudar de um momento para o outro e não ser capaz de fazer o que se propunha.
De momento, a prioridade é o aumento de rentabilidade e das margens de lucro – a empresa de visão futurista regressa aos cânones da economia tradicional – de um produto que Elon Musk reconhece ser ainda demasiado caro para a generalidade das pessoas.O custo do Model 3 é um problema e baixar-lhe o preço é a solução.
À frente de uma empresa actualmente com 45 mil funcionários, outra das justificações deixadas por Elon Musk para o despedimento foi o crescimento dos quadros em cerca de 30% em 2018, “mais do que conseguimos aguentar”, confessou.