Uma investigação inédita sobre a transferência massiva de obras de arte
Sob a ocupação nazi, o mercado de arte em França estava incrivelmente florescente. Quase dois milhões de obras de arte mudaram de mãos entre 1940 e 1944. Mais de 35.000 comboios saíram de Paris carregados de obras de arte e objetos espoliados, em particular a famílias judias. Que práticas e que redes foram implantadas no mercado de arte durante esses anos? Quem eram os seus protagonistas? Qual o papel dos museus nacionais franceses nesse mercado?
O documentário oferece uma investigação histórica sobre a transferência massiva de obras de arte organizada a partir de Paris. Uma investigação inédita, fruto de 7 anos de trabalho da historiadora de arte Emmanuelle Polack, onde galeristas, colecionadores, negociantes de arte, dignitários nazis, leiloeiros, curadores sem escrúpulos ou simples intermediários se encontram sob o pano de fundo de leis de ocupação antissemita corroboradas pela legislação antijudaica posta em prática pelo governo de Vichy.
Um ângulo morto na memória coletiva que ecoa no debate atual sobre a restituição de obras de arte. Em janeiro de 2020, ocorreram dois eventos muito especiais. Em França, o Museu do Louvre assumiu a missão de devolver aos seus legítimos proprietários as obras adquiridas pelo Museu durante a ocupação. Na Alemanha, três obras da coleção Dorville, encontradas na casa do filho do negociante de arte alemão Hildebrand Gurlitt (encarregado por Hitler de expandir o Fuhrermuseum em Linz, na Áustria) foram devolvidas à família de Armand Dorville.
