No dia 17 de dezembro, em Goa, já havia dois militares portugueses mortos em combate. No entanto, no dia 18, Goa é o último distrito a ser invadido pelas tropas indianas que iniciam a marcha pelas 4 horas da madrugada.
A artilharia indiana abre caminho às suas tropas, forçando os Portugueses a retirar e causando novas baixas. Perante a esmagadora desproporção de forças e sem armamento para fazer frente aos carros de combate e à artilharia indiana, a destruição das pontes é a única arma de retardamento eficaz, embora temporário.
A Ilha de Angediva é atacada ao amanhecer por dois navios de guerra indianos, mas a guarnição portuguesa resiste, tentando opor-se ao desembarque das tropas.
Ao amanhecer, a aviação indiana bombardeia o Aeroporto, a Estação Radionaval e a Emissora de Goa, impedindo a aterragem de eventuais reforços e cortando as comunicações com a Metrópole e entre os três territórios. O Alferes que comandava o pelotão de guarda às instalações é atingido na cabeça e tem morte imediata.
No Comando Naval, em Pangim, o chão estremece sob o efeito das bombas e todos temem o pior, mas os marinheiros da Estação Radionaval conseguiram sair das instalações e não sofreram baixas. Pelas 10 horas, o Governador Comandante-chefe retira o seu Quartel-general da capital, indo estabelecer-se num palmar junto ao rio Zuari. Dezenas de funcionários e suas famílias dirigem-se ao Porto de Mormugão, refugiando-se nos navios mercantes que se encontram ao largo.
Fundeado na foz do rio Zuari, o aviso Afonso de Albuquerque tenta atingir os aviões embora estes voem fora do alcance das suas antiaéreas. Cerca do meio-dia, os navios indianos que navegavam ao largo abrem fogo de intimidação contra o Afonso e aproam a toda a velocidade na sua direção. O Comandante António da Cunha Aragão ignora as ordens de "SURRENDER", transmitidas em Morse pelas fragatas indianas, e manda picar a amarra e sair a barra de encontro ao inimigo: "Fogo neles!"
Na ponte de comando do navio, duas praças manejam os telégrafos de bombordo e estibordo. Quando a ponte é atingida, o Marinheiro Telegrafista Piedade tem morte imediata e o Comandante é gravemente ferido por um estilhaço junto ao coração.
Em Dona Paula, na margem norte do rio Zuari, o combate é seguido pelos elementos do Comando Naval que retiraram da capital e escutam, através dos seus radiotelefones, o relato desesperado dos marinheiros do Afonso. Mas são localizados e tornam-se alvo do bombardeamento naval indiano, que causa um morto e um ferido grave.
Ao assumir o comando, o Imediato considerou o navio condenado e desistiu do combate, mandando alagar os paióis de munições e aproar a terra. Os artilheiros continuaram a fazer fogo até o navio encalhar a uma centena de metros da costa, na baía de Odxel. Os marinheiros do Afonso atiraram-se ao mar e nadaram para terra, ferindo-se nas rochas, mas escapando ao fogo inimigo, que entretanto retomara, conseguindo subir a encosta. Um pequeno grupo transportou a maca do comandante ferido: "Fujam! Deixem-me ficar aqui."
Krishna Shirodkar tinha 12 anos e habitava em Odxel com a sua família. A Mãe, gravemente ferida por um estilhaço, foi salva por um marinheiro português...