Abril de 1974. A família Lopes discute o destino do prémio que Carlos ganhou no concurso do "Bom Observador", a casa nova.
Toni recebe em Moçambique com espanto a notícia do feito do irmão.
Dino fica radiante ao tomar conhecimento que Eugénia está de esperanças.
Conceição percebe finalmente que Isabel gosta do seu filho Vítor e promove as tréguas com ela.
António recebe um aviso do ministério que lhe acaba com a licença sem vencimento e o pressiona para voltar, sob a pena de perder o direito à casa de família, no bairro onde sempre viveram.
Margarida apoio-o na decisão de continuar na cooperativa da tipografia e, juntos informam a família que vão ter que mudar para a casa nova em Benfica.
O bairro organiza uma festa de despedida à família Lopes na noite de 24 de Abril onde surge Nani fardada de polícia para espanto de todos.
Na manhã seguinte todos ajudam nas mudanças quando ouvem o comunicado do MFA e todos juntos percebem que aquele dia mudará as suas vidas para sempre.
MAIS INFO"Conta-me como foi" é uma série de ficção adaptada da série espanhola "Cuéntame...como pasó".
A ficção acompanha o quotidiano de uma família de classe média, os Lopes, que habitam um andar de um bairro social na Lisboa do final dos anos 60. António, o pai, Margarida, a mãe, Hermínia, a avó, Toni, Isabel e Carlos, os filhos, vivem com dificuldades financeiras, que ainda assim permitem a aventura de comprar uma televisão. Um "novo elemento da família" que vai ocupar lugar de destaque na casa dos Lopes.
É a voz adulta de Carlos, o filho mais novo, com 8 anos em 1968, que narra "Conta-me como foi". É através do seu olhar de criança, que nos é contada a história da família e também de factos sociais, económicos, políticos, episódios da História do país e do mundo.
Recorrendo a arquivos e reconstituições de conteúdos da rádio e da televisão, companheiros sempre presentes na sala e na vida dos Lopes, a narrativa de Carlos torna-se mais viva e mais autêntica.
Apresentam-se na história a evolução da moda, da roupa aos cabelos, as inovações tecnológicas, novos produtos, publicações periódicas, carros e motas... as coisas de um tempo em que telemóveis com máquina fotográfica não seriam mais do que simples alucinação futurista e em que os jovens pensavam no Festival da Canção em vez de em coloridas séries juvenis.
"Conta-me como foi" retrata, acima de tudo, o modo de viver e pensar de uma sociedade ainda fechada sobre si, os papéis e as ambições sociais de homem e mulher, de jovens e idosos, os tabus de uma época e a gradual e desconfiada abertura a novas mentalidades.
"Conta-me como foi" tem o objectivo de retratar, em forma de ficção, a vida e o país desde 1968; sem espírito saudosista, sem abordagens moralistas, sem juízos de valor, sem tomar partido por nenhum lado da história, sem aspirações documentalistas; com a ambição de entreter, com a vontade de mostrar e dar a conhecer o passado, com a certeza de ser uma oportunidade descontraída de recordar, rever e reviver um tempo que faz parte da história pessoal de milhões de portugueses.