Play - Entre Duas Pandemias

Duração: 30min

Género: Informação

Class.: Todos

RTP1

O retrato do Alentejo, uma região que enfrentou a Covid 19 com a lembrança do medo da gripe espanhola "Entre Duas Pandemias" faz o retrato do Alentejo, uma região que enfrentou a Covid 19 com a lembrança do medo da gripe espanhola. Com histórias, lendas e poemas passados de voz em voz, as pessoas procuram não perder a memória para evitar repetir a tragédia sofrida há 102 anos.

Em Maio de 1918 entrava em Portugal, pelo Alentejo, uma doença que se tornou na mais mortífera pandemia da história da humanidade. Ficou conhecida como Gripe Espanhola e matou, pelos cálculos mais recentes, entre 50 a 100 milhões de seres humanos. Em 2020, o Alentejo é a região do país com menos casos de Covid 19. Existe aliás um conjunto de concelhos na região acima de Évora que ao fim de quatro meses ainda não registaram nenhum infectado com o novo corona vírus.

Acontece que, há 102 anos, foi no concelho de Vila Viçosa que aconteceu o primeiro caso de gripe espanhola, também chamada de pneumónica, trazida de Espanha por camponeses que trabalhavam do outro lado da fronteira, nos campos agrícolas de Olivença.

Tal como aconteceu em muitas partes do mundo, a pneumónica deixou em Portugal um rasto de morte de norte a sul do País. Estudos recentes apontam para 100 mil mortos, um número muito superior às somadas vítimas portuguesas da Primeira Guerra Mundial e da Guerra Colonial. Mas como a pandemia aconteceu durante a primeira Guerra mundial, num período em que havia censura em Portugal, não há praticamente registos em imagens de uma tragédia que rapidamente desapareceu dos jornais e que se esqueceu no país.

Em Vila Viçosa, a actual pandemia de Covid 19, despertou a curiosidade de Tiago Salgueiro, um jovem técnico do Palácio Ducal e historiador nas horas vagas, que rapidamente percebeu, para além do facto histórica ter começado na sua terra natal, que pouco mais se sabia sobre os efeitos da gripe espanhola. Consultou documentos e procurou testemunhos orais nas aldeias do concelho e descobriu que uma delas foi particularmente afectada. Em São Romão, que na altura teria cerca de 900 habitantes, morreram 76 pessoas só no mês de Outubro de 1918.

Os repórteres da RTP Jacinto Godinho e Rui Manuel Silva acompanharam a investigação de Tiago Sagueiro, procurando perceber porque aconteceu uma mortandade tão grande em 1918 numa zona do Alentejo que actualmente ainda não tem casos positivos da nova pandemia. Tal como aconteceu há um século, actualmente a doença também atacou fortemente o outro lado da fronteira. A Estremadura é uma região parecida com o Alentejo, em geografia e número de habitantes, mas tem dez vezes mais infectados com Covid 19 e 519 mortes. Até meados de Junho o Alentejo registava apenas 2 óbitos.

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O retrato do Alentejo, uma região que enfrentou a Covid 19 com a lembrança do medo da gripe espanhola "Entre Duas Pandemias" faz o retrato do Alentejo, uma região que enfrentou a Covid 19 com a lembrança do medo da gripe espanhola. Com histórias, lendas e poemas passados de voz em voz, as pessoas procuram não perder a memória para evitar repetir a tragédia sofrida há 102 anos.

Em Maio de 1918 entrava em Portugal, pelo Alentejo, uma doença que se tornou na mais mortífera pandemia da história da humanidade. Ficou conhecida como Gripe Espanhola e matou, pelos cálculos mais recentes, entre 50 a 100 milhões de seres humanos. Em 2020, o Alentejo é a região do país com menos casos de Covid 19. Existe aliás um conjunto de concelhos na região acima de Évora que ao fim de quatro meses ainda não registaram nenhum infectado com o novo corona vírus.

Acontece que, há 102 anos, foi no concelho de Vila Viçosa que aconteceu o primeiro caso de gripe espanhola, também chamada de pneumónica, trazida de Espanha por camponeses que trabalhavam do outro lado da fronteira, nos campos agrícolas de Olivença.

Tal como aconteceu em muitas partes do mundo, a pneumónica deixou em Portugal um rasto de morte de norte a sul do País. Estudos recentes apontam para 100 mil mortos, um número muito superior às somadas vítimas portuguesas da Primeira Guerra Mundial e da Guerra Colonial. Mas como a pandemia aconteceu durante a primeira Guerra mundial, num período em que havia censura em Portugal, não há praticamente registos em imagens de uma tragédia que rapidamente desapareceu dos jornais e que se esqueceu no país.

Em Vila Viçosa, a actual pandemia de Covid 19, despertou a curiosidade de Tiago Salgueiro, um jovem técnico do Palácio Ducal e historiador nas horas vagas, que rapidamente percebeu, para além do facto histórica ter começado na sua terra natal, que pouco mais se sabia sobre os efeitos da gripe espanhola. Consultou documentos e procurou testemunhos orais nas aldeias do concelho e descobriu que uma delas foi particularmente afectada. Em São Romão, que na altura teria cerca de 900 habitantes, morreram 76 pessoas só no mês de Outubro de 1918.

Os repórteres da RTP Jacinto Godinho e Rui Manuel Silva acompanharam a investigação de Tiago Sagueiro, procurando perceber porque aconteceu uma mortandade tão grande em 1918 numa zona do Alentejo que actualmente ainda não tem casos positivos da nova pandemia. Tal como aconteceu há um século, actualmente a doença também atacou fortemente o outro lado da fronteira. A Estremadura é uma região parecida com o Alentejo, em geografia e número de habitantes, mas tem dez vezes mais infectados com Covid 19 e 519 mortes. Até meados de Junho o Alentejo registava apenas 2 óbitos.

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