Neste trabalho, gravado na Biblioteca Manuel Alegre, em Águeda, o grupo assumiu abertamente o conceito de criar tempo, luz e respiração, em exclusivo na Árvore da Música esta semana
MAIS INFOApós o lançamento de dois singles, respetivamente “Pulsar” e “Pedra do Sol”, DANÇAS OCULTAS editam o seu décimo álbum, “INSPIRAR”.
INSPIRAR (respirar para dentro) no sentido de criar, marcando uma viragem estratégica na carreira artística do grupo, após três álbuns ("Arco", "Amplitude" e "Dentro Desse Mar") que podemos definir como que a respirar para fora.
INSPIRAR para ganhar fôlego, ao acrescentar novo repertório ao alinhamento musical, como forma de sustentar a carreira artística.
INSPIRAR para partilhar, assumindo a generosidade no sentido da partilha da música e do que ela possa inspirar a quem a ouve.
Em “INSPIRAR” assistimos assim a um recentramento na cumplicidade que tem caracterizado desde sempre o quarteto, num regresso à sua formação base, após diversas parcerias musicais levadas a cabo em álbuns anteriores.
Neste trabalho, gravado na Biblioteca Manuel Alegre, em Águeda, o grupo assumiu abertamente o conceito de criar tempo, luz e respiração, com a intenção de moldar uma música crua, mas expressiva. Houve algo de muito orgânico neste processo – como se cada peça fosse burilada e esculpida até restar apenas o essencial.
Danças Ocultas estão entre os representantes mais inovadores e emocionantes da música contemporânea Portuguesa.
Desde maio de 1989 que Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel se organizaram em torno de um sonho: o de desenvolverem as suas aptidões como executantes enquanto investigavam as possibilidades de afastar o instrumento do conservadorismo do folclore, respeitando o que então entendiam como a “vontade da concertina”, mas fazendo para ela uma música nova. Esses tempos conduziram a um nome para o quarteto que surge da criação de música para a qual a dança ainda não foi inventada. A inspiração vem da música de câmara, do Nuevo Tango e de outras músicas tradicionais urbanas. “Folk impressionista” é talvez o melhor rótulo para essa música de arte intemporal: minimalismo, pinturas sonoras profundas cheias de reviravoltas inesperadas e nobre melancolia. Música muito especial – é impossível escapar ao seu magnetismo.