EMPATE HISTÓRICO, por Rui Alves

No ano da Revolução dos Cravos, que transformaria por completo o país, o primeiro Mestre do futebol português, José Maria Pedroto lidera a reconstrução da equipa das quinas.

Portugal, que tenta o apuramento para o Europeu de 1976, faz parte de um grupo onde estão as poderosas seleções de Inglaterra, Checoslováquia e a modesta formação do Chipre.

O jogo inaugural acontece a 20 de novembro de 1974, no mítico Estádio de Wembley, onde oito anos antes Portugal tinha perdido a meia-final frente à seleção inglesa que viria a sagrar-se Campeã do Mundo.

Mas sete dias antes a seleção portuguesa tinha sido humilhada no jogo amigável com a seleção helvética que estava longe de ser considerada uma potência, a derrota faz com que a imprensa inglesa convencida que estava da superioridade da sua seleção, imprima um boletim que distribui gratuitamente aos adeptos para que eles pudessem apontar os nomes dos jogadores ingleses que iriam marcar os golos à formação lusitana, a dúvida para a habitual sobranceria britânica era o número de golos apontados.

O Mestre da tática português, prepara o jogo de forma a aproveitar a qualidade técnica do meio-campo composto por quatro jovens jogadores de quatro clubes diferentes, Adelino Teixeira (FC Porto), Octávio (Vitória Setúbal), Alves (Boavista) e Victor Martins (Benfica).

A preparação psicológica, também foi trabalhada, aproveitando o desprezo dos jornais ingleses, Pedroto provoca a nova geração de jogadores lusos.

Os ingleses como era esperado dominaram todo o encontro, a sorte ou talvez não, foi ter na baliza portuguesa um guardião que foi o melhor dos portugueses, Damas com duas intervenções fantásticas mantém o empate histórico em Wembley, pela primeira vez a seleção não perde com a seleção anfitriã na Catedral do Futebol.