Francisco de Lacerda em entrevista na Conversa Capital

por Antena 1

Foto: RTP/Antena 1

Francisco de Lacerda fala pela primeira vez sobre a saída de Daniel Bessa da COTEC. Aconselha o governo a continuar a promoção de Portugal no exterior. Não discorda da entrada de capital estrangeiro na banca nacional, se a autonomia estratégica ficar assegurada. Considera que foram os interesses nacionais que levaram o governo a intervir no caso BPI e lembra que atrás da criação do “Banco Mau”, há uma fatura a pagar.

Numa entrevista à Antena1/Económico, Francisco de Lacerda, presidente da direção da COTEC Portugal refere que a saída de Daniel Bessa da COTEC não foi devido à discordância com a linha estratégica seguida pela associação. Sem querer concretizar, Francisco Lacerda referiu apenas que “por razões várias”, Daniel Bessa entendeu que estava na altura de sair.

Quanto ao rumo do país, Francisco de Lacerda acredita que o Plano de Reformas do governo e o Programa de Estabilidade vão criar um clima favorável ao investimento, mas sugere que é também necessário continuar o caminho seguido na promoção do país no exterior.

Relativamente à banca, Francisco de Lacerda diz que os capitais internacionais são bem-vindos à banca nacional, se os bancos mantiverem a sua autonomia estratégica. E esse é que é, para Francisco de Lacerda, o risco a evitar.

Já em relação ao caso concreto do BPI, e à intervenção do Governo, o presidente da direção da COTEC considera que a ação do Executivo foi em defesa dos interesses nacionais e só nestes casos, se justifica a intervenção em áreas que são da gestão privada.

Quanto à criação do chamado “banco mau”, Francisco de Lacerda considera que se for possível é bom. A dúvida que levanta prende-se com a necessidade de saber como se faz e com que dinheiro, sem que isso leve Bruxelas a fazer mais exigências de reformas na banca.

O princípio da desblindagem é bom. A direção está certa, a dúvida para Francisco de Lacerda, reside no momento escolhido para aprovar o diploma.

Esta entrevista foi realizada pela jornalista Rosário Lira (Antena1) e pelo jornalista Francisco Ferreira da Silva (Diário Económico) dentro do programa Conversa Capital.
pub