Teve início esta segunda-feira, em Bona, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP23). O Acordo de Paris e os planos do Presidente dos Estados Unidos estarão em destaque nas conversações este ano presididas pelas Ilhas Fiji.
As Ilhas Fiji, ameaçadas pela subida do nível do mar provocada pela aquecimento global, são o primeiro arquipélago do Pacífico a participar nesta convenção. Presidem à edição deste ano. Donald Trump anunciou em junho deste ano a decisão de retirar os EUA do Acordo de Paris, considerando-o prejudicial para o país.
O Acordo de Paris, conseguido em dezembro de 2015, entrou em vigor em novembro de 2016 e foi subscrito por cerca de 200 países, tendo como objetivos juntar esforços internacionais para reduzir drasticamente a poluição no planeta - entre 26 a 28 por cento até 2025 -, nomeadamente no que toca às emissões de gases com efeito de estufa, e conseguir ainda limitar a subida da temperatura do planeta aos 2 graus Celsius ou, preferencialmente, 1,5 graus Celsius.
Ambientalistas e cientistas defendem que o Acordo de Paris deve ser concretizado e que os vários países que o integram devem cumprir as metas propostas para reduzir as emissões e apoiar a adaptação. Durante as duas semanas da convenção, os delegados e negociadores pretendem clarificar as regras do Acordo de Paris.
Os Estados Unidos produzem cerca de 15 por cento das emissões globais de dióxido de carbono, sendo o segundo maior emissor do mundo e muitos dos representantes nas conversações não estão de acordo com os planos de Trump com a promoção das energias fósseis como solução para a mudança climática.
“Pró-carvão”
Na segunda semana da convenção, espera-se a presença e participação de um conselheiro do Presidente dos Estados Unidos com a apresentação de propostas “pró-carvão”.
Apesar da decisão de Trump, os EUA continuam comprometidos com a ação climática, uma vez que, de acordo com as regras, os não podem sair do Acordo de Paris até 2020. Por isso, a COP23 terá representantes e negociadores norte-americanos.
Segundo a BBC, os representantes da Administração Trump pretendem promover a utilização dos combustíveis fósseis e a energia nuclear como soluções para as mudanças climáticas.
A Peabody Energy, uma das maiores empresas americanas de venda e distribuição de carvão, estará representada nas conversações climáticas da ONU, de forma a destacar o papel do carvão e de outros combustíveis fósseis na redução dos impactos do aquecimento global.
"É perigoso"
O tema das indústrias de combustíveis fósseis no programa da convenção da ONU deixou, no entanto, descontentes muitos dos participantes.
Andrew Norton, diretor do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, disse à BBC que considerar que os combustíveis fósseis são solução para as mudanças climáticas é, “além de absurdo, perigoso”.
"Estas conversações não são um lugar para abordar a agenda dos combustíveis fósseis. Os EUA precisam de voltar à mesa e ajudar com cortes rápidos nas emissões que a situação exige", acrescentou Andrew Norton.
Outro participante nas conversações, Alden Meyer, da Union of Concerned Scientists, considera que a utilização de combustíveis fósseis "não é uma solução credível, mas isso não parece incomodá-los”.
Na semana passada, em vésperas da realização das convenções da ONU sobre as mudanças climáticas, foi publicado um relatório que contraria as afirmações de Donald Trump e da sua Administração, apontando a emissão de dióxido de carbono dos combustíveis fósseis como uma das principais causas nas alterações climáticas.
Delegados "dissidentes"
Apesar da presença de representantes da Administração Trump e de algumas empresas que promovem a utilização de energias fósseis e nucleares, prevê-se que estejam também presentes na COP23 delegados norte-americanos que afirmam que, nos Estados Unidos, a maioria é favorável à sobrevivência do Acordo de Paris.
A participar nos trabalhos em Bona, o governador do Estado de Washington, Jay Inslee, afirmou que as propostas da Casa Branca só vieram promover os esforços de quem é a favor da continuidade do Acordo: “Até agora nenhum Estado, cidade ou município seguiu Donald Trump”.
Além da confusão entre os representante e negociadores dos Estados Unidos, uns a favor da saída do Acordo de Paris e outros a favor da continuidade, as conversações vão centrar-se no estabelecimento e clarificação das regras e diretrizes que devem ficar seladas até ao final de 2018.
A COP23, presidida pelas Ilhas Fiji, vai destacar os impactos climáticos, sendo esta uma área de potencial desentendimento, uma vez que os países mais ricos se opõem fortemente a qualquer responsabilidade legal implícita pelos danos de eventos climáticos extremos.
A conferência da ONU está a preparar um roteiro para facilitar o diálogo e permitir avaliar o progresso coletivo face aos objetivos do Acordo de Paris e deverá reunir cerca de 20 mil participantes, incluindo uma delegação de associações e técnicos portugueses, além do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e do secretário de Estado adjunto do Ambiente, José Mendes.
“Pró-carvão”
Na segunda semana da convenção, espera-se a presença e participação de um conselheiro do Presidente dos Estados Unidos com a apresentação de propostas “pró-carvão”.
Apesar da decisão de Trump, os EUA continuam comprometidos com a ação climática, uma vez que, de acordo com as regras, os não podem sair do Acordo de Paris até 2020. Por isso, a COP23 terá representantes e negociadores norte-americanos.
Segundo a BBC, os representantes da Administração Trump pretendem promover a utilização dos combustíveis fósseis e a energia nuclear como soluções para as mudanças climáticas.
A Peabody Energy, uma das maiores empresas americanas de venda e distribuição de carvão, estará representada nas conversações climáticas da ONU, de forma a destacar o papel do carvão e de outros combustíveis fósseis na redução dos impactos do aquecimento global.
"É perigoso"
O tema das indústrias de combustíveis fósseis no programa da convenção da ONU deixou, no entanto, descontentes muitos dos participantes.
Andrew Norton, diretor do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, disse à BBC que considerar que os combustíveis fósseis são solução para as mudanças climáticas é, “além de absurdo, perigoso”.
"Estas conversações não são um lugar para abordar a agenda dos combustíveis fósseis. Os EUA precisam de voltar à mesa e ajudar com cortes rápidos nas emissões que a situação exige", acrescentou Andrew Norton.
Outro participante nas conversações, Alden Meyer, da Union of Concerned Scientists, considera que a utilização de combustíveis fósseis "não é uma solução credível, mas isso não parece incomodá-los”.
Na semana passada, em vésperas da realização das convenções da ONU sobre as mudanças climáticas, foi publicado um relatório que contraria as afirmações de Donald Trump e da sua Administração, apontando a emissão de dióxido de carbono dos combustíveis fósseis como uma das principais causas nas alterações climáticas.
Delegados "dissidentes"
Apesar da presença de representantes da Administração Trump e de algumas empresas que promovem a utilização de energias fósseis e nucleares, prevê-se que estejam também presentes na COP23 delegados norte-americanos que afirmam que, nos Estados Unidos, a maioria é favorável à sobrevivência do Acordo de Paris.
A participar nos trabalhos em Bona, o governador do Estado de Washington, Jay Inslee, afirmou que as propostas da Casa Branca só vieram promover os esforços de quem é a favor da continuidade do Acordo: “Até agora nenhum Estado, cidade ou município seguiu Donald Trump”.
Além da confusão entre os representante e negociadores dos Estados Unidos, uns a favor da saída do Acordo de Paris e outros a favor da continuidade, as conversações vão centrar-se no estabelecimento e clarificação das regras e diretrizes que devem ficar seladas até ao final de 2018.
A COP23, presidida pelas Ilhas Fiji, vai destacar os impactos climáticos, sendo esta uma área de potencial desentendimento, uma vez que os países mais ricos se opõem fortemente a qualquer responsabilidade legal implícita pelos danos de eventos climáticos extremos.
A conferência da ONU está a preparar um roteiro para facilitar o diálogo e permitir avaliar o progresso coletivo face aos objetivos do Acordo de Paris e deverá reunir cerca de 20 mil participantes, incluindo uma delegação de associações e técnicos portugueses, além do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e do secretário de Estado adjunto do Ambiente, José Mendes.