Conversa Capital com António Cunha

por Antena 1

Foto: Antena1

Governo está a privilegiar a empresa Águas de Portugal na negociação com os municípios para o fornecimento da água e está a violar as regras da concorrência.

O presidente da Aquapor, empresa de capitais portugueses que se dedica à gestão de concessões municipais, abastecimento de água e saneamento de águas residuais, acusa o governo de privilegiar a empresa Águas de Portugal na negociação com os municípios para o fornecimento da água e de estar a violar as regras da concorrência. Os critérios da negociação, segundo António Cunha, "são opacos" e "sem a participação da concorrência". Defende por isso a existência de um concurso público e o fim do privilégio que está a ser dado à Águas de Portugal.

Adianta que sem concorrência o consumidor final vai pagar mais pela água que consumir, ou seja, as tarifas vão aumentar. Mais: A Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente está a ponderar avançar com uma queixa em Bruxelas pela violação das regras da concorrência.

António Cunha considera que a reorganização do sector da água, para já, só trouxe confusão e instabilidade. E lembra que ainda está por demonstrar que houve uma redução de tarifas como se pretendia. Adianta que não há nenhum estudo que prove isso.

Considera que os desperdícios na rede de abastecimento continuam ainda a ser muito elevados e não estão a ser feitos investimentos suficientes para reduzir o problema. Defende mesmo que a meta de 20 por cento de desperdício considerada pelo regulador, a AERSE, como a percentagem que permite avaliar uma rede como boa, baixe para os 15 ou mesmo 10 por cento.

Neste sentido deixa também um alerta para os roubos de água. Considera que "é um grande problema" a que se "tem vindo a fechar os olhos". Em 2017 a Aquapor detetou 4000 situações que, nalguns casos, colocam em risco a qualidade da água e noutros aumentam o preço da mesma. Lamenta que os casos acabem muitas vezes por se arrastar em tribunal sem solução.

Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de António Cunha, a Rosário Lira (Antena1) e Alexandra Machado (Jornal de Negócios):



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