Covid-19. Alemanha com taxa de incidência em máximo histórico

por Carla Quirino - RTP
Kai Pfaffenbach - Reuters

As novas infeções pelo SARS-CoV-2 na Alemanha alcançaram, na última semana, as 419,7 por 100 mil habitantes. Este valor indica de que a Covid-19 está a propagar-se rápida e intensamente. O número de mortes já ultrapassa as 100 mil. A Alemanha é o país europeu a debater-se com a vaga pandémica mais grave desta temporada. Os hospitais estão já a transferir doentes para fora do país.

Os 351 óbitos registados nas últimas 24 horas elevaram o número total de vítimas mortais da Covid-19 para 100 119.

De acordo com o Instituto Robert Koch (IRK), a agência de saúde pública, a taxa de incidência atingiu um novo máximo que corresponde a 53.065 novas infeções relatadas a cada dia.

Outro sinal da gravidade da situação relaciona-se com os pedidos de ajuda do setor da saúde. Os hospitais enfrentam já uma "sobrecarga acentuada" e estão a transferir doentes com Covid-19 para outros países da União Europeia, declarou Gernot Marx, chefe da Associação Interdisciplinar Alemã de Terapia Intensiva e Medicina de Emergência, citado pela AFP. Resistentes à vacina
Este pico da transmissões na Alemanha acompanha a tendência europeia: a variante Delta altamente contagiosa, o clima mais frio, que leva as pessoas para espaços fechados, e a flexibilização das restrições contribuem para o ressurgimento em massa de infeções.

A crise na saúde alemã também é atribuída à taxa dos não vacinados - em contraste com outros países da Europa ocidental, como a França, onde 75 por cento têm a vacinação completa, ou Portugal, que ultrapassa os 86 por cento da população.
Novo executivo: "A situação é séria
Em momento de transição, o novo chanceler Olaf Scholz expressou um veemente apoio à vacinação obrigatória para profissionais de saúde e disse que seu Governo "fará tudo o que for necessário para tornar o país seguro durante este tempo".

"Devemos vacinar e dar a dose de reforço para prevenir a propagação do vírus", afirmou Scholz. "A vacinação é a saída para esta pandemia", acrescentou.

Segundo a Reuters, Scholz não descarta tornar a vacinação obrigatória, medida já implementada pela Áustria

"A situação é séria", disseram os social-democratas de Scholz depois de anunciar um acordo de coligação com os verdes e os liberais do FDP.

Scholz anunciou que o novo Governo investirá mil milhões de euros em subsídios extraordiários para os profissionais de saúde que se mantém na linha de frente da pandemia.

A chanceler Merkel, já a passar a pasta governativa, convocou os líderes da nova aliança de centro-esquerda para negociações sobre a pandemia.


Controlo policial dos vacinados/não vacinados para aceder a espaços de lazer | Thilo Schmuelgen - Reuters

A Alemanha anunciou na semana passada restrições mais duras.

Para andarem em transportes públicos ou entrarem no local de trabalho, as pessoas tem que apresentar prova de vacinação completa, recuperação da doença ou teste negativo à Covid-19.

Quem não estiver vacinado passa a ser impedido de frequentar bares, ginásios e outras instalações de lazer.

Os tradicionais mercados de Natal, sinónimo de ajuntamentos, foram cancelados nas regiões mais atingidas. Foi ainda recomentado que todos os adultos recebam um reforço da vacina para combater a redução da eficácia após seis meses.

O RKI registou 5.573.756 infecções por SARS-Cov-2 desde o início da pandemia. As autoridades de saúde acreditam que o número real seja muito maior, pois muitos casos não são detetados.
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