O CEO da Google e diretor executivo da Alphabet afirma que os governos têm a responsabilidade de estabelecer regras para a utilização da inteligência artificial. Admite mesmo que existe uma preocupação real com as possíveis consequências negativas deste tipo de tecnologia.
O diretor executivo da Alphabet – empresa que detém a Google – escreveu no jornal Financial Times que “a história está cheia de exemplos de como as virtudes da tecnologia não são garantidas e esses exemplos ensinam-nos que precisamos de estar atentos ao que pode dar errado”.
Sundar Pichai assume que existe uma “preocupação real” com as eventuais consequências negativas que a inteligência artificial pode criar, desde o uso dos deepfakes ao uso indevido do reconhecimento facial.
“Já houve trabalho no sentido de resolver essas preocupações, mas é inevitável que surjam mais desafios do que uma empresa ou setor pode resolver por conta própria”, adverte.
Pichai foi a Bruxelas para se reunir com a comissária europeia para a
concorrência, que desde que está no cargo já multou a Google em cerca de
oito milhões de euros.
No artigo do Financial Times, o responsável diz ser necessária uma regulamentação adequada para que exista um equilíbrio “entre potenciais danos, especialmente oportunidades sociais, que são criadas pelo uso da inteligência artificial”.
As principais preocupações de Sundar Pichai estão relacionadas com o facto de os atuais regulamentos não serem suficientes para limitar a forma como a inteligência artificial é usada, “existindo um aumento de propagandas falsas que estão a contaminar a internet”. O CEO da gigante de tecnologia relembra que tanto a União Europeia como os Estados Unidos estão a começar a desenvolver propostas de regulamentação relacionadas com a inteligência artificial.
A Comissão Europeia está a avaliar a proibição do uso de reconhecimento facial em áreas públicas nos próximos cinco anos, para dar tempo às autoridades para criarem legislação capaz de evitar abusos da tecnologia.
É proposto que a proibição dure entre três a cinco anos, com o objetivo de criar “uma metodologia sólida para avaliar os impactos dessa tecnologia e possíveis medidas de gerenciamento de riscos”.
O documento defende que a atual tecnologia é imprecisa, intrusiva e viola o direito à privacidade de um indivíduo.
Sundar Pichai afirma que o objetivo não é impedir os avanços da tecnologia, mas sim “melhorar milhares de milhões de vidas, sendo que o maior risco pode ser falhar nisso”.