Gás natural doméstico mais barato a partir de Julho

As famílias portuguesas vão pagar em média menos 2,8 por cento na factura do gás natural, mas nas regiões do Interior a descida chega aos 20 por cento. A redução não satisfaz os autarcas transmonstanos que entendem alterar pouco a desvantagem dos consumidores do interior, que pagavam mais de 40 por cento do que a média nacional.

Raquel Ramalho Lopes, RTP /
A descida nas tarifas resulta de novas contas sobre os custos de transporte e distribuição RTP

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) propõe as novas tarifas com base em renovados cálculos sobre os custos de transportes e distribuição. A intenção é promover uma harmonização tarifária gradual no sector residencial.

Em Trás-os-Montes e Alto Douro os preços vão cair quase 20 por cento. A descida prevista para o Alentejo é de 10 por cento e para o Algarve a redução prevista é de 12 por cento.

As descidas são menos significativas no litoral, com Lisboa a ver o preço descer 2,2 por cento, o por 2,8 por cento e Aveiro, Leiria e Coimbra com 1,8 por cento.

A proposta da ERSE, que será apresentada ao Conselho Tarifário, entrará em vigor a 1 de Julho.


Trás-os-Montes considera que descida é “insuficiente”

Os clientes de Trás-os-Montes e Alto Douro, abastecidos pela Dourogás e pela Duriensegás vão pagar menos 19,6 e 12,3 por cento, respectivamente.

"É extremamente benéfico para as nossas pequenas empresas, nomeadamente da área da restauração, e é menos um obstáculo que os empresários locais têm de enfrentar", comentou o presidente da Associação Comercial e Industrial do Peso da Régua, que regista uma descida de quase 20 por cento.

A redução vem dar resposta a uma solicitação do autarca de Chaves, que apelou ao Ministério da Economia para uma revisão do tarifário de gás na região alegando “que se trata de uma zona do país onde, por um lado, os rendimentos auferidos são muito inferiores aos dos residentes no litoral e, por outro, o clima extremamente rigoroso obriga a um consumo de energia muito elevado”.

Para João Baptista, a redução não é suficiente, mas “representa um passo importante”.

Já o presidente da Câmara Municipal de Bragança considera que a redução é “insuficiente para ultrapassar o fosse e a injustiça com a região”, que continuará a pagar o metro cúbico mais caro no escalão para aquecimento central (0,59 cêntimos para Bragança).

Esta diferença é acentuada se forem consideradas as disparidades de temperatura entre Trás-os-Montres e regiões mais amenas como Lisboa ou o Algarve, em que o metro cúbico para escalão de aquecimento central é de 0,55 e 0,58 cêntimos respectivamente.
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